Xionara Castro, de esquerda, vence a eleição presidencial em Honduras
Rafael Jasovich*
Os hondurenhos elegem nas urnas o sucessor do presidente Juan Orlando Hernández, questionado por corrupção e cujo partido seria destituído após 12 anos no poder, que alcançou após o “golpe brando” contra Manuel Zelaya.
Em uma eleição presidencial realizada nesse domingo (28) com participação importante de cerca de 69% dos hondurenhos, a candidata de esquerda Xiomara Castro, do Partido Libertad y Refundación (Libre), foi a vencedora na eleição para escolha do novo mandatário de Honduras. Obteve quase 20% de diferença sobre o candidato conservador Nasry Asfrura, que obteve 33,8%, do Partido Nacional (PN), segundo aos primeiros resultados oficiais do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Das eleições hondurenhas participaram 14 partidos e doze candidatos presidenciais. E foram observadas por mais de 400 enviados especiais da União Européia, Organização dos Estados Americanos (OEA), União Interamericana de Organizações Eleitorais (Uniore) e ex-latino-americanos presidentes.
“Não houve incidentes para lamentar e mais de 3,2 milhões dos 5,1 milhões de eleitores elegíveis participaram, disse Kelvin Aguirre, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
Além do novo presidente, os hondurenhos também elegeram os 128 membros do Congresso Nacional e 20 representantes do parlamento centro-americano. O resultado dessas eleições é definitivo, já que em Honduras não há disputa em segundo turno entre os dois primeiros colocados. Assim, Xiomara Castro já é a nova presidenta eleita.
O medo de fraudes e relatos de pelo menos 31 mortes como parte da violência política nesta campanha alimentou tensões, já que o país viu o desemprego saltar de 5,7% em 2019 para 10,9% em 2020, de acordo com a Universidade Nacional Autônoma. E tem 59% de seus dez milhões de habitantes atolados na pobreza.
*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional.
