Ainda sem acordo, guerra da Rússia e Ucrânia prossegue sem perspectivas de paz
Rafael Jasovich*
As negociações entre o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, e o seu homólogo ucraniano, Dmitry Kuleba, realizadas na cidade turca de Antália, foram concluídas, mas ainda sem bandeira branca. As conversações duraram 90 minutos.
A reunião foi realizada às margens do Fórum Diplomático de Antália e contou com a participação do ministro das Relações Exterior turco Mevlut Cavusoglu, além dos chanceleres ucraniano e russo.
“A Ucrânia pegou para análise o projeto russo para a solução diplomática e vai dar uma resposta”, disse Lavrov após as conversações com seu homólogo ucraniano.
O chanceler russo adicionou que, na última rodada de negociações, a Rússia concedeu à Ucrânia propostas concretas para normalizar a situação.
Lavrov declarou também que a Rússia encara com seriedade a necessidade de encontrar uma solução nas conversações com a Ucrânia.
Durante a reunião na Turquia, Lavrov disse que Moscou não quer a militarização da Ucrânia.
“Não queremos nosso vizinho armado com ou sem Otan, por ser possível sem a Otan instalar lá sistemas que vão manter sob a mira o nosso território”, comentou o chefe da diplomacia russa.
“As negociações com a Ucrânia no território de Belarus não têm alternativas”, disse ministro russo.
Enquanto isso, o chanceler ucraniano, Dmitry Kuleba, afirmou que a Otan não está pronta para garantir a segurança do seu país.
Sergei Lavrov afirmou também ter discutido com seu homólogo ucraniano a possibilidade de uma reunião entre Vladimir Putin e Vladimir Zelensky. Entretanto, salientou que o encontro não deve ser apenas uma “reunião por reunião”.
“Todos sabem muito bem que o presidente Putin nunca recusa contatos. Nós apenas queremos que esses contatos sejam feitos não por si só, mas para alcançar algum tipo de acordos concretos”, disse chanceler russo.
Lavorv disse também que a Rússia nunca usou petróleo e gás como uma arma. Segundo ele, se a Europa parar de comprar petróleo e gás russos, Moscou “não vai lhe implorar” para que compre.
*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, ativista da Anistia Internacional.
E se o camarada Putin gritar Urra, a Otan vai tremer, e o mundo se lascar com os estilhaços das ogivas nucleares.