Saiba mais sobre a vida e obra de Marcelo Dolabela, compositor e poeta dadamídia, por Emília Mendes
Foto: Túlio Travaglia
Marcelo Gomes Dolabela (1957-2020), poeta, professor, músico, compositor, roteirista de cinema, editor e pesquisador brasileiro, tem a sua vida e obra destrinchadas por Emília Mendes, professora de literatura da Faculdade de Letras, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a quem compara a Oswald de Andrade (1890-1954).
“Não comparo Marcelo Dolabela a Drummond, mas acho que a sua obra tem mais a ver com Oswald de Andrade, pelo ‘desbunde’ de pegar uma obra clássica e ironizar, tropicalizando as temáticas”, compara, em entrevista à Vozes Poéticas de Minas, da Academia Mineira de Letras.
Assista a entrevista aqui:
Artista multimídia
O poeta e professor Marcelo Dolabela nasceu em Laginha (MG). Faleceu aos 62 anos, no dia 18 de janeiro de 2020, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) que ele havia sofrido há mais de um ano.
Foi um artista multimídia, roteirista, músico, pós-graduado em literatura brasileira pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), mestre em comunicação pela Universidade São Marcos.
Dolabela já teve trabalhos de arte postal expostos em salões nacionais e internacionais (Canadá, Estados Unidos, Peru, Uruguai, Bélgica, França, Portugal).
Foi colaborador do jornal O Cometa Itabirano por muitos anos e foi lembrado na exposição dos 40 anos do jornal, no Centro Cultural Carlos Drummond de Andrade.
Foi o autor do texto do curta-metragem Uakti-Oficina Instrumental, de Rafael Conde, prêmios de melhor filme e melhor montagem no Festival de Gramado de 1987, na categoria curta-metragem.
Atuou também como roteirista dos filmes Arnaldo Batista Maldito Popular Brasileiro e Adeus América, ambos de Patrícia Moran.
Como músico, integrou diversas bandas, entre elas a Sexo Explícito, que teve entre seus integrantes John Ulhoa, do Pato Fu. Como escritor, publicou mais de 30 livros de poesia, entre eles Adeus América; Violência; Droga; Radicais.
Autointitulado de “dadamídia”, devido a característica de seus espetáculos, liderou também o grupo poético-musical Caveira, My Friend.
É autor do ABZ do Rock Brasileiro, a principal referência enciclopédica para o rock brasileiro até a década de 2000, quando a internet se popularizou, sendo referência em muitos trabalhos acadêmicos sobre esse gênero musical. O livro tem vários prefácios, escritos por Arnaldo Antunes, Zé Rodrix e Tony Campelo.