Cânceres silenciosos: a coragem de Toni Bellotto e os desafios no tratamento de tumores de difícil detecção

Foto: Divulgação

Médica oncologista aborda os fatores de risco e esclarece por que esses tumores silenciosos frequentemente passam despercebidos entre as pessoas

O músico Toni Bellotto, integrante da banda Titãs, surpreendeu o público ao compartilhar sua corajosa luta contra o câncer de pâncreas, uma doença silenciosa e frequentemente fatal.

Sua declaração é um exemplo de coragem e reforça a importância da conscientização sobre os chamados “cânceres silenciosos”.

Esse gesto inspirador leva a refletir sobre a gravidade desses tipos de tumores, como os de ovário, esôfago e pâncreas, que frequentemente passam despercebidos e dificultam o diagnóstico precoce.

Especialistas alertam que esses cânceres representam um grande desafio para a saúde pública, pois geralmente se desenvolvem sem sintomas claros no início.

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estão previstos para 2025 cerca de 10 mil casos de câncer de pâncreas, 7 mil de câncer de ovário e 10 mil de neoplasias no esôfago. Ao todo, estima-se o surgimento de 704 mil novos casos de câncer no Brasil no próximo ano.

Detectar a doença nos estágios iniciais pode transformar a realidade de pacientes, possibilitando tratamentos mais eficazes e menos invasivos.

A oncologista clínica Camila Giro, do IBCC Oncologia, referência há 56 anos na prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer em São Paulo, responde a algumas perguntas sobre esses tipos de câncer e os caminhos para a prevenção. Confira:

Por que os cânceres de esôfago, ovário e pâncreas costumam ser silenciosos?

O câncer de pâncreas geralmente só apresenta sintomas perceptíveis em estágios mais avançados da doença. Os principais sinais de alerta incluem dor abdominal, icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), perda repentina de peso e diminuição do apetite.

Já o câncer de ovário é considerado silencioso porque seus sintomas são geralmente sutis e podem ser confundidos com problemas menos graves, como dor abdominal persistente e sensação de inchaço recorrente. Isso muitas vezes atrasa o diagnóstico e diminui as chances de um tratamento eficaz.

O câncer de esôfago, por sua vez, tem sintomas iniciais que frequentemente passam despercebidos ou são confundidos com outros problemas gastrointestinais, como dificuldade ou dor ao engolir, perda de peso não intencional e desconforto persistente na garganta ou no tórax.

Quais os benefícios de detectar o câncer em estágios iniciais?

O diagnóstico precoce permite a realização de tratamentos menos agressivos e mais eficazes. Identificar a doença enquanto ela ainda não se espalhou (metástase) aumenta as chances de sobrevida e reduz o impacto psicológico da doença, trazendo mais esperança ao paciente.

O que aumenta o risco de ter câncer?

Fatores de risco específicos, como histórico familiar, idade avançada, tabagismo, obesidade e exposição a substâncias químicas nocivas, aumentam a probabilidade de desenvolver esses tipos de câncer. Infecções crônicas ou condições genéticas específicas também podem elevar os riscos.

Qual é a importância dos exames preventivos e da conscientização?

Realizar exames regulares de rotina, como mamografias ou colonoscopias, é essencial para identificar tumores em estágios iniciais. Além disso, adotar hábitos saudáveis, como manter uma dieta equilibrada, praticar atividades físicas e evitar o consumo de álcool e cigarro, é fundamental para reduzir os riscos. Em casos de sintomas fora do normal, buscar ajuda médica rapidamente é imprescindível.

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