Restauração do casarão do historiador João Camilo terá início na segunda-feira, informa Ronaldo Lott
Nesta segunda-feira (13), a Prefeitura de Itabira dará início à restauração do casarão da rua Tiradentes, 55, no centro histórico, que pertenceu ao escritor e historiador João Camilo de Oliveira Tôrres (1915/73). Para isso, já foi assinado contrato e a previsão é de termino em 120 dias.
As obras de restauro irão custar R$ 250,3 mil aos cofres municipais, que sairão do Fundo Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Fumpac), composto por recursos do ICMS Cultural, destinado à restauração do patrimônio histórico e arquitetônico. “O casarão não apresenta danos estruturais”, assegura o secretário municipal de Obras, Ronaldo Lott Pires.
Serão restaurados o telhado com substituição de telhas e de parte do madeirame, das eiras e beiras, além da fachada com o reboco de todo o casarão. Inclui, ainda, a reforma da instalação hidráulica e revisão da parte elétrica, que havia sido trocada recentemente.
“Todo o cabeamento elétrico do casarão passará a ser subterrâneo, que já fica pronto para quando for feita a mudança da rede elétrica do centro histórico para esse padrão”, informa o secretário de Obras. Saiba mais sobre a restauração do patrimônio histórico aqui.
Ribeirão São José

Para a próxima semana, a Prefeitura espera enfim licitar as obras de restauro do conjunto arquitetônico da usina Ribeirão de São José, o que inclui a Casa de Máquinas e também a do administrador.
Serão construída guaritas, iluminação do sítio arquitetônico, abertura de estacionamento, cercamento, além da revitalização do canal por onde passa a água do ribeirão. A estrada de acesso ao parque também será melhorada, além de serviço de paisagismo e abertura de trilhas ecológicas.
Como parte do conjunto arquitetônico, será também feito o restauro da antiga Casa de Distribuição, na praça do Centenário, onde hoje funciona o Centro de Artesanato. No total, na restauração desse histórico conjunto arquitetônico serão investidos R$ 2,06 milhões, provenientes do Fundo Especial de Gestão Ambiental (Fega).
Entretanto, o restauro não inclui a reforma dos equipamentos da usina, que foram extremamente danificados após a Prefeitura retirar a vigilância do local. Com isso, no início de 2017 os equipamentos da usina sofreram avarias que podem ser irreversíveis, detonando as turbinas e transformadores.

Esses equipamentos são relíquias históricas, que deveriam ser protegidos pelo poder público municipal. Foram fabricados no início do século passado pela Companhia Brasileira de Eletricidade Siemens-Shuckerwereke.
A restauração e instalação do Parque Natural Municipal Ribeirão de São José eram para ser executadas com recursos da mineradora Vale, como parte do cumprimento das condicionantes das unidades de conservação.
Porém, a condicionante não foi executada em sua plenitude, com perdas para a população itabirana e para o desenvolvimento das atividades turísticas no local.

Para o parque estava prevista a instalação de unidades demonstrativas de geração de energias alternativas (elétrica, eólica e fotovoltaica), inclusive com o restauro do maquinário para que a usina voltasse a gerar energia elétrica. Leia mais aqui.
A usina hidrelétrica foi inaugurada em 1915, tendo sido a segunda de Minas Gerais – e por muitos anos forneceu energia a Itabira.
Está localizada a 15 quilômetros da cidade, no sentido Nova Era, pegando estrada vicinal de terra depois de Oliveira Castro.
Outras restaurações
A Prefeitura concluiu no fim do ano passado a restauração do casarão da praça Joaquim Pedro Rosa, nº 14, na praça do Centenário, a um custo de R$ 244,8 mil, provenientes também do Fumpac/ICMS Cultural.

A restauração incluiu o reforço da estrutura do casarão, tendo sido refeita a fachada, que havia sido desfigurada com a aplicação de ardósia na parede de pau-a-pique.
Foi também reformado o telhado, com substituição das telhas, forro do beiral, além do sistema de captação de água pluvial e reforma da instalação elétrica.
Ainda pelo programa de Revitalização do Patrimônio Histórico, a Prefeitura irá pintar e reformar o telhado e substituir as esquadrias do casarão da praça do Centenário, 157, que fica ao lado da Casa de Drummond, a um custo de R$ 43 mil.
Também será pintado o casarão da rua Santana, 146, e o imóvel também tombado da rua Doutor Guerra, 8, que pertenceu a Chico Osório, hoje propriedade dos herdeiros do ex-prefeito Luiz Menezes (1989/92).
No programa está incluído ainda o reforço estrutural da Casa do Brás, onde funciona a Escola Livre de Música de Itabira, além da manutenção do sistema hidrossanitário.
Antigo hospital

Infelizmente, os recursos disponíveis do Fumpac não contemplaram o término da restauração do antigo Hospital Nossa Senhora das Dores, na rua Major Paulo. “Não temos recursos para este restauro neste ano”, lamenta Ronaldo Lott.
O custo para concluir a restauração é estimado em R$ 2 milhões. “O casarão está escorado internamente, mas isso não dura eternamente”, adverte o secretário de Obras.
É importante que o término dessa restauração seja listada como prioridade para a próxima gestão municipal, para que o histórico casarão não tenha o mesmo destino do antigo ginásio Sul-Americano.
No início da década de 1980, o Sul-Americano foi literalmente tombado ao chão – e hoje é só mais uma fotografia na parede. “E como dói”.
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