Prefeitura retira mato e entulhos do sobrado histórico de João Camilo, na rua Tiradentes
Como medida há muito necessária, desde quinta-feira (11), trabalhadores de empresa terceirizada, contratada pela Prefeitura, capinaram e recolheram mato e entulhos do quintal do casarão da rua Tiradentes, 55, no centro histórico, que pertenceu ao escritor e historiador João Camilo de Oliveira Tôrres (1915/73).
O material foi retirado nesta quarta-feira (17), pela manhã em dois caminhões entulhados de mato seco de fácil combustão – uma ameaça que deixa de existir.

Por decisão do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, Artístico e Arquitetônico de Itabira (Conphai), o casarão será o próximo a ser restaurado pela Prefeitura. A previsão é dar início às obras de reparo no primeiro trimestre de 2020.
“É o primeiro da lista dos imóveis tombados que serão restaurados no próximo ano”, informa o secretário de Desenvolvimento Urbano, Robson Souza. O investimento previsto é de cerca de R$ 300 mil, só no restauro da estrutura, além da fachada, das laterais, telhado e forro.
Ocupação
Uma instituição de ensino superior já negocia com os herdeiros do imóvel a sua ocupação. A proposta é ministrar cursos de extensão universitária, como de gastronomia, com cozinha experimental.
Podem ser ministradas também aulas de biologia e botânica no quintal do casarão, por exemplo.
Em troca, a instituição fará a restauração dos cômodos (salas, quartos, banheiros, cozinha), do piso e pintura interna. O investimento será abatido do pagamento de aluguel.
Vistoria
Nesta quarta-feira, pela manhã, uma equipe de engenheiros da Prefeitura vistoriou o casarão. Nada foi encontrado que esteja comprometendo a sua estrutura, conta o diretor de Patrimônio Histórico e Cultural, o engenheiro Duval Coelho Gomes.
“A cobertura terá de ser refeita e o telhado também”, adianta. “A estrutura vai exigir pequenos reparos, nada de grande proporção.”
Recursos para restauração são do ICMS cultural

Para dar continuidade ao programa de restauração e revitalização do patrimônio histórico de Itabira, a Prefeitura dispõe de saldo remanescente de R$ 315 mil. E espera arrecadar mais de R$ 420 mil no próximo exercício, com o repasse de parcelas do ICMS Cultural, resultado do que foi realizado neste ano no restauro de diversos casarões históricos. Leia também aqui.
É a maior arrecadação já feita por essa rubrica pela Prefeitura de Itabira desde que o ICMS cultural foi instituído, em 1994, com a Lei Robin Hood. Itabira só em 2002 passou a fazer jus a essa parcela do imposto, que é condicionada à preservação do patrimônio histórico.
Foi quando recebeu R$ 162 mil como verba carimbada para essa finalidade. A segunda maior arrecadação foi em 2016, com o repasse pelo governo do Estado de R$ 332 mil – investidos em boa parte dos imóveis restaurados recentemente. No total, desde então o município arrecadou mais de R$ 3,1 milhões com o ICMS Cultural
Resta agora a Prefeitura Municipal, retirar os postes de distribuição e aqueles emaranhados de fios do centro histórico. São cabos de energia elétrica, rede de telefonia, e cabos de internet, em uma grande aberração visual. Há muito que precisamos de revitalizar o centro desta urbe. Torna-lo grandioso. Os Caminhos Drummondiano, Museu de Território, também precisam de uma revitalização. O Centro é feio, horrível sobre todos os aspectos. Vamos valorizar o nosso Centro Histórico.