PT divulga resolução que possibilita alianças de Lula com partidos do centro
Rafael Jasovich*
Com a premissa de “enfrentar o bolsonarismo, o Partido dos Trabalhadores (PT) aprova documento que concede aval para alianças “com todos e todas”, afirmando que antigos rivais são bem-vindos para derrotar o capitão, o ainda presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para isso, o diretório nacional do PT divulgou o documento “Resolução política do DN-PT: Lula, a esperança do povo brasileiro!” na quinta-feira (25), no qual amplia a possibilidade de alianças do partido nestas eleições.
“Todas e todos que decidirem pelo enfrentamento a Bolsonaro como prioridade política dos próximos meses terá no PT um aliado para aquela que será a eleição mais importante que já enfrentamos”, diz trecho do documento, que emenda:
“Conclamamos a unidade dos setores democráticos ao redor não apenas de uma candidatura à presidência da República, mas também de um movimento político e social que derrote o neoliberalismo, Bolsonaro e o bolsonarismo, aquele que é o principal vírus em circulação na política brasileira desde 2018, para construir um país soberano, justo, democrático e com sustentabilidade.”
Lula endossou o documento. “A gente vai fazer aliança política, sim”, disse o presidenciável que lidera as pesquisas para as eleições em outubro deste ano.
Apoiado por 64,8% do diretório nacional, o documento também afirma que as convergências entre os partidos de esquerda, progressistas e democráticos devem resultar na constituição de uma federação partidária de que, ao menos, PT, PC do B e PV façam parte.
Além disso, o texto alerta para “a indicação de uma ampla abertura às alianças com forças conservadoras e de direita, como o PSD de Gilberto Kassab, que deve inclusive se expressar em composições em estados com grande eleitorado, em detrimento de um maior protagonismo das esquerdas”.
Visando ‘palanque sólido’ para a próxima legislatura no Congresso Nacional, o PT já negocia federação partidária com PSB e PCdoB, que deve ser ampliada.
O documento não cita diretamente o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), como vice, mas em nenhum trecho faz críticas ou ressalvas à sua indicação como futuro vice de Lula. Pelo contrário, defende a ampliação dos apoios na chapa presidencial.
“A candidatura de Lula deve trazer, já na composição da chapa de presidente e vice-presidente, a ampliação e a unidade que se espera das forças de oposição ao governo nesta eleição histórica, respeitando os compromissos programáticos antineoliberais.” finaliza a resolução.