O fracasso dos Estados Unidos no Afeganistão
Rafael Jasovich*
Há 20 anos, na seqüência dos eventos de 11 de setembro de 2001 de ataque às Torres Gêmeas em Nova Iorque, nos EUA, a Guerra ao Terror do então governo Bush filho poderia provocar de destruição pelo mundo.
A política de invadir países alegando defesa e prevenção de possíveis ataques tem sido uma prática nefasta do imperialismo estadunidense nas últimas décadas e que resulta no que agora se descortina com o cenário afegão.
A guerra promovida pelos EUA e que arrastou países aliados contra o Afeganistão foi cruenta e causou a morte de mais de 170 mil pessoas.
O mundo está vendo o que resultou da prometida “paz e prosperidade” após 20 anos de ocupação. Restou um país empobrecido, política e socialmente desestruturado, com 70% de sua população em condição de insegurança alimentar.
As cenas da fuga do corpo diplomático norte-americano e europeu demonstram que após duas décadas de presença no país, as forças ocidentais nunca deixaram de ser vistas como ocupadoras e intervencionistas.
Hostis ao povo. Por isso, a correlação com as cenas da saída norte-americana de Saigon, ao fim da Guerra do Vietnam, é instantânea e reveladora da animosidade e revolta popular frente aos que se arvoram os donos do mundo e chegam para impor seu modus operandi, sequestrar e saquear nações que não operem em consonância com seus propósitos.
Antigos aliados dos Estados Unidos que apoiaram e armaram o Talibã para enfrentar a Rússia hoje são estrondosamente derrotados pelos antigos aliados.
China e Rússia voltam a exercer grande influencia no Afeganistão, piorando a derrota americana. Veremos o desenrolar da situação geopolítica da região nos próximos anos.
*Rafael Jasovich é jornalista e advogado.