Mesmo com contratações milionárias, Atlético decepciona ao perder competitividade por incapacidade ou incompetência
Luiz Linhares*
Definitivamente, o Atlético se despediu do sonho de novamente conquistar um Campeonato Brasileiro por pontos corridos. No momento em que a diretoria atleticana trabalha incansavelmente na construção de sua arena, e em contratações que dizem pontuais para tornar o time o melhor das Américas, o que se vê, e em especial na pele de seu torcedor fanático, é uma baita frustração.
De grande alegria na verdade o atleticano tem tido é o fracasso do rival, o que é uma pena. Por outro lado contratou um treinador super badalado, quando outros grandes clubes o queriam e esbarravam em valores astronômicos para os padrões de Brasil.
O Atlético e os seus investidores fecharam com o treinador Sampaoli um pacote com extensa comissão técnica e amplos poderes. No total, foram gastos mais de R$ 200 milhões em contratações e deixaram o trabalho fluir, com disputas só pelo Brasileirão.
O que se viu ao longo da competição foram constantes altos e baixos. Um time que pontuou bem no Mineirão e que foi reconhecidamente frouxo fora de casa. Instável e sem padrão de jogo definido ou mesmo arquitetado.
O que se viu foi um time mediano, esforçado e facilmente identificado em campo. Qualquer um time da série A inibe o Atlético. E se for um pouquinho qualificado faz acontecer e o resultado é a derrota para o alvinegro.
Tudo isso o torcedor tem visto e analisado. O time deveria ser mais cobrado, para que aconteça uma mudança necessária para as próximas temporadas. Se Jorge Sampaoli tem proposta para sair, que a diretoria abra mão de penalidades e aceite o pedido de desligamento do clube.
O que o técnico mostrou está muito aquém daquilo que o Galo precisa e investiu. Com pouco cartel de títulos, Sampaoli tem muito mídia, mas em campo pouco tem mostrado de se real poder.
O Galo de Sampaoli é vulnerável, sem padrões de jogo e dificilmente muda o seu jeito de jogar. Com isso, fica limitadíssima a qualidade individual de um ou outro atleta.
Foi um ano impar para se buscar o título. Bateu na porta várias vezes. Mas acabou perdendo competitividade por si só, por incapacidade ou incompetência.
Que diretoria, investidores e torcedores abram os olhos. Seja com o Hulk, ou com quem quer que seja, que fique a dica: um barco sem capitão de pulso e qualidade vai à deriva com certeza.
Disputa acirrada
Agora que Internacional e Flamengo vão trilhar em dois jogos o caminho do título, acredito que o bi rubro-negro está bem encaminhado. Próximo fim de semana os dois postulantes ao título vão duelar no Maracanã.
Pena que em estádio vazio, mas mesmo assim será dia de festa. E que a qualidade prevaleça.
Cruzeiro renova as esperanças do torcedor para a próxima temporada com boas contratações pontuais
Começa pra valer nesta semana a era Felipe Conceição no Cruzeiro. Acredito que sem o desespero passado e já ciente do que é hoje a situação do clube, calma e atos pensados tem sido tomado. E que vão ter certamente resultado positivo na busca de retomar o lugar perdido.
Sem grana e contando com a força do Cruzeiro, jogadores de destaque em outros clubes vêm sendo contratados para se formar um grupo de qualidade e com foco no objetivo. Para isso está sendo mescladas experiência e qualidade jovem, na expectativa para que possa render o que se espera.
O trabalho de montagem de time e o que podem realizar em campo tem tudo para agradar. O time tem base e um padrão, e vai se acertando com a chegada de atletas pontuais que agregarão qualidade ao grupo.
Espera-se que o papel da diretoria não interfira negativamente no que vai acontecer. Ou seja, que mantenha os salários em dia, além de oferecer a estrutura necessária.
A contratação de reforços acentuam o caminho que vem sendo percorrido. É assim que chega um lateral que parece ser bom de grupo e iluminado, que é o Alan Ruschel, que vem da Chapecoense, campeã da série B.
Outra contratação importante foi do meia Marcinho, que vem do Sampaio Correa. É jovem, habilidoso e fez uma ótima série B
Chega anda Felipe Augusto que, no América, era tipo um coringa num ataque e sempre uma opção ofensiva do Lisca. E vem também Matheus Neris, um volante de 22 anos que foi cria do Palmeiras e estava no Figueirense.
Enfim, são bons nomes que chegam. E que certamente irão fortalecer e dar suporte aos veteranos Fábio, Rafael Sobis, ao Potker e demais jogadores, com um treinador que tem mostrado qualidade por onde passa. É o que faz o torcedor azul acreditar que o pesadelo tem prazo para acabar.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM.