Atlético vence o clássico, mas sofre pressão do Cruzeiro que fica mais compacto no segundo tempo
Luiz Linhares*
Gostei do que vi. É o que posso dizer do primeiro clássico do ano acontecido no sábado (7), no Mineirão. Resguardadas as proporções, pelo momento delicado, com relação a pouca qualidade apresentada tanto pelo Atlético como pelo Cruzeiro, achei que a vontade de acertar, a briga direta pela posse de bola ou mesmo a de não deixar o adversário jogar tornou o primeiro clássico do ano competitivo.
E prendeu até prendeu a atenção para lances sem grande qualidade técnica e sim força de disputa. O torcedor atleticano foi ao estádio com força, quase 55 mil pessoas presentes, sendo noventa por cento de atleticanos.
Não era para menos. Afinal era o clássico com possibilidade de ser o único do ano em virtude de desempenho apagado no estadual e a própria presença do Cruzeiro na série inferior do nacional.
Além disso, havia a possibilidade de reestreia de Tardelli como acabou ocorrendo, o efeito Sampaoli para o comando do time. Enfim, tudo jogou favoravelmente para casa cheia.
Quanto ao jogo considero que o primeiro tempo se fez em um ataque e defesa, sendo que o Cruzeiro sabedor de suas limitações atuais procurou se defender e neutralizar as ações atleticanas.
E nesse ataque e defesa, o Galo não teve muita eficiência, tornou o jogo pegado na marcação pelo meio e teve pouco espaço pelas laterais para poder trabalhar.
A ansiedade no querer propor o jogo em forma imediata fez aumentar consideravelmente os erros nos passes e nos lançamentos. Com isso, foi pequena a participação dos goleiros, em especial do cruzeirense Fábio no solo, sendo muito mais acionado em jogadas pelo alto sem correr grandes perigos.
Foi com esse domínio inicial que o Atlético chegou ao seu gol do zagueiro Igor Rabello, que de “letra” desviou a bola para as redes, aproveitando-se de um escanteio cobrado e que o encontrou em boa condição na pequena área. Foi o gol como um prêmio para quem bem mais procurou. O Atlético até aí se impôs e fez por merecer a vantagem.
Diferentemente disso foi o segundo tempo. Não que o Cruzeiro tenha melhorado e se exposto ao jogo, mas pelo fato de o Atlético, que muito cedo se abdicou de jogar, passou a trabalhar em tocar a bola e fazer valer a vantagem de um gol.
Foi quando deu espaço para o Cruzeiro jogar. E o que se viu foi o crescimento individual de alguns atletas, tendo também Adilson Batista mexido no time, o que propiciou ao time celeste mais compactação ofensiva. As qualidades individuais ficaram com o garoto Tiago, que mostrou eficiência ofensiva ao aproveitar de um cruzamento, antecipando-se ao sonolento zagueiro atleticano para empatar o jogo.
O Atlético passou aperto nos quinze minutos seguintes ao gol de empate ante a crescente motivação criada pela garotada cruzeirense. Foi o que obrigou ao Atlético mudar a postura. Com as entradas de Tardeli e Cazares voltou a sufocar o Cruzeiro no seu próprio campo e com a força de seu torcedor fez a diferença.
Tudo levava a crer que o empate seria o final do primeiro clássico. Só que o venezuelano Otero mudou esse enredo no último minuto do tempo complementar ao emendar um balaço certeiro ao gol. Com a vitória atleticana, o torcedor entrou em êxtase.
O Atlético venceu com justiça e pelo conjunto da obra. Mas o Cruzeiro foi bravo e lutador em campo com as forças que tem. Mas ambos os times precisam melhorar muito para fazer bonito no ano em curso.
Copa do Brasil
Para o Cruzeiro e o América têm Copa Brasil na semana. O Cruzeiro enfrenta o CRB das Alagoas no Mineirão.
Isso enquanto o América, que vem liderando o Estadual sob o comando do técnico Lisca “Doido”, chega à terceira fase da Copa do Brasil jogando em Araraquara contra a Ferroviária. E irá decidir no Independência a sua sorte no segundo jogo.
Ambos têm chance de faturar mais uma boa grana, superando os seus oponentes. Tomara que consigam fazer bonito neste jogo de ida da semana.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM.