Maria Casemira tem nova fábrica na Pedreira para gerar emprego e renda para mulheres em situação de vulnerabilidade

Inauguração da nova fábrica de absorventes ecológicos e fraldas no bairro Pedreira do Instituto

Foto: Ascom/PMI

A principal sócia da fábrica de tecidos da Pedreira, Maria Casemira Andrade Lage (1828/1929), volta ao bairro Pedreira do Instituto, dessa vez para emprestar o seu nome à fábrica de absorventes ecológicos e fraldas geriátricas – um projeto desenvolvido pelo Polo Econômico da Mulher (PEM), em parceria com a Prefeitura de Itabira.

A iniciativa visa o empreendedorismo feminino com o fortalecimento familiar, por meio da qualificação profissional de mulheres em situação de vulnerabilidade, como acontecia também na antiga fábrica da Pedreira, inaugurada em 1988, tendo funcionado até a década de 1950 – e que empregava, sobretudo, mão-de-obra feminina.

A produção da nova fábrica, inaugurada nessa terça-feira (7), no bairro Pedreira, será destinada aos projetos sociais da Prefeitura, inclusive para fazer cumprir a lei municipal 5.322/21, que trata da Promoção da Dignidade Menstrual do Município de Itabira.

A lei municipal foi sancionada pelo prefeito Marco Antônio Lage, após o projeto de lei, de autoria da vereadora Rosilene Félix (MDB), ter sido aprovado pela Câmara Municipal, em 24 de agosto de 2021. Dispõe sobre as diretrizes para as ações de promoção da dignidade menstrual no município.

Mão-de-obra feminina

Equipamentos para a produção de absorventes ecológicos e fraldas geriátricas já foram adquiridos (Foto: Ascom/PMI)

Com a nova fábrica, a Prefeitura espera qualificar a mão-de-obra feminina para o trabalho e o empreendedorismo, por meio de cursos e treinamentos para a produção também de peças de lingerie, roupas de cama. Para isso, oito mulheres já foram treinadas e darão início à produção.

“Este projeto empodera mulheres que lutam, muitas vezes sozinhas para o sustento da família e que traz a essência da mulher itabirana. São várias Marias, representadas aqui, lutadoras e que refletem a ideia de trazer de volta a força da mulher de Itabira”, disse o prefeito, na inauguração da nova fábrica Maria Casemira.

Marília Braga, presidente do PEM, explica o que levou à instalação da fábrica no bairro Pedreira. “Foi pelo grande número de mulheres que tem dificuldades de sair do bairro para trabalhar sem ter onde deixar os seus filhos. E também pela tradição que o bairro tem de dispor de muitas costureiras.”

Segundo ela, a qualificação é o primeiro passo para o empreendedorismo. “Depois, essas mulheres podem seguir para a mini incubadora de indústriaa e instalar o seu negócio, obtendo lucro para melhorar a qualidade de vida e a subsistência familiar.”

Maria Casemira foi a primeira mulher empreendedora de Itabira

Fábrica de tecidos da Pedreira funcionou até 1950, no local onde hoje se encontra a barragem homônima da Vale

“Maria Casemira foi a principal acionista da Fábrica de Tecidos da Pedreira, inaugurada em 1888, tendo funcionado até a década de 1950”, conta o memorialista Mauro Andrade Moura, seu sobrinho trineto.

Segundo ele, no seu auge a fábrica da Pedreira chegou a gerar mais de 100 empregos diretos, com emprego predominantemente da mão de obra feminina.

Filha do comendador Casemiro Carlos da Cunha Andrade e de Senhorinha dos Santos Alvarenga, Maria Casemira era irmã de Joaquim Carlos da Cunha Andrade Lage, o barão de Alfié, de Carlos Casemiro da Cunha Andrade e de Virgínia da Cunha Andrade Lage.

Lápide de Maria Casemira no cemitério do Cruzeiro (Foto: Mauro Moura)

Ela foi casada com o seu tio Bernardino da Costa Lage, irmão de sua mãe. O casal não teve filhos, mas criou como adotivos os afilhados Pedro Martins Guerra, Bernardino Guerra e João Guerra.

“O Pedrico acabou herdando a sua parte na fábrica”, contou em entrevista a este site a sua sobrinha neta Águeda Drummond Lima, a dona Dadá, falecida em 11 de outubro de 2020, aos 107 anos.

Pedrico era o apelido familiar de doutor Pedro Guerra, que foi um dos principais fiadores, em Itabira, da Companhia Vale do Rio Doce, logo após a então estatal aqui se estabelecer, em 1942.

“Tia Nicota criou esses meninos, que a chamavam de mamãe Nicota”, contou dona Dadá, referindo-se à sua tia-avó. “Quando eu a conheci, ela já era velhinha, mas ainda muito altiva”, revelou a sobrinha-neta na mesma reportagem.

Leia a reportagem memorialística sobre Maria Casemira aqui:

Maria Casemira, empreendedora itabirana, dona da fábrica da Pedreira

 

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