Itabira tem potencial para ser o que quiser, desde que se una em torno de projetos com parcerias sustentáveis, afirma Marco Antônio Lage
De Ipoema, onde passou a sua infância e tem as suas raízes atávicas, o jornalista e empresário Marco Antônio Lage, pré-candidato a prefeito pela coligação Marco Novo (PSB, PL, PDT e Patriota), expõe nesta segunda e última parte da entrevista concedida a este site Vila de Utopia (leia a primeira parte aqui) algumas de suas ideias para Itabira deixar de ser uma Cidadezinha Qualquer.
Dessas ideias, algumas ele já vivenciou na prática. Inspirado no Instituto Ethos, de São Paulo, “criado para que a sociedade civil organizada, juntamente com o mundo corporativo, pudesse atuar pela transformação social”, conforme ele explica, o então diretor de Comunicação e Sustentabilidade da Fiat Automóveis idealizou e pôs em prática o projeto O mundo pode ser melhor, que virou título de seu livro narrando a experiência.
O projeto virou instituto e hoje é sustentável, não depende mais da multinacional automobilística – e é gerido pela comunidade. Tem como base a educação para tirar as crianças da guerra das drogas,
“Tínhamos um monstro olhando para o outro, que era a Fiat de um lado e o complexo de favelas do outro”, conta, referindo-se às favelas Teresópolis, Vila Bemge e Vila Recreio, com mais de 45 mil habitantes, em Betim.
“O índice de violência na comunidade era altíssimo, com 200 homicídios por 100 mil habitantes/ano, o maior do estado. Hoje esse índice caiu significativamente. A própria comunidade passou a ser dona de seu destino, definindo o seu modo de vida e as suas prioridades.”
Confira na entrevista algumas dessas ideias e propostas para um programa de governo apresentadas pelo pré-candidato Marco Antônio Lage, do PSB.
A decisão de se candidatar a prefeito de Itabira surgiu ao se se aposentar?
Na verdade, não. O meu projeto inicial era investir em uma fazenda sustentável, que servisse de modelo para Itabira e região. A minha vida está muito ligada ao meio rural.
Venho há algum tempo alimentando a ideia de desenvolver uma produção orgânica. Ainda pretendo fazer isso, que é transformar a minha fazenda em modelo de produção sustentável, seja no campo agroflorestal ou na produção orgânica.
Entendo que o meio rural de Itabira pode se transformar e promover a inclusão econômica e sustentável dos produtores rurais, gerando renda para as famílias.
Foi Bernardo Mucida (ex-vereador, ex-candidato a prefeito e suplente de deputado) quem o convidou?

Como disse, já venho alimentando a ideia de contribuir mais efetivamente com Itabira, na solução de problemas históricos que afligem a cidade, desde antes de eu me aposentar, há três anos.
Eu sempre vi Itabira com olhos políticos, pois é na política que iremos encontrar as soluções. Desde quando eu exercia o jornalismo, como repórter econômico no Diário do Comércio, em Belo Horizonte, o tema Itabira 2025, projeto lançado pela Acita, que o tema exaustão mineral frequenta a minha pauta de preocupações. Isso na perspectiva de contribuir para tirar o projeto do papel e transformar a realidade.
Mas enfim, como foi a sua decisão de se candidatar a prefeito?
Desde a eleição para deputado eu apoiei a candidatura de Bernardo Mucida, por achar que Itabira precisa ter um deputado para levar as suas pautas, que são estaduais e nacionais, para fora da cidade.
Acho que o papel do deputado é fundamental para defender o nosso município, cobrando por toda a riqueza que daqui foi extraída sem que a compensação fosse a devida.
Com a opção de Bernardo Mucida seguir no parlamento, já que tem boa chance de assumir uma cadeira de deputado na Assembleia de Minas Gerais no ano que vem, o meu nome foi por ele lançado. E topei pela oportunidade de contribuir ainda mais com o projeto político, econômico, social e cultural que temos para Itabira.
Até recentemente a sua filiação era no partido Rede Sustentabilidade, agora está no PSB. O senhor é socialista? Ou a legenda é, como muitas outras, só de “aluguel”?
Sou uma pessoa que busca e luta por mais igualdade social. Não sou apegado a ideologias, não defendo causas ideológicas e nem gosto desse maniqueísmo que vemos hoje, com esses dois extremos.
Eu prefiro pensar mais nas questões humanitárias. Tenho os meus ideais sociais. Quando penso em social democracia ou em social liberalismo, que muitos dizem não existir, estou pensando na pessoa humana, nas condições em que ela vive.
Por isso defendo uma melhor distribuição de renda. O capitalismo fracassa quando existe fome no mundo – e é bem sucedido quando resolve o problema da fome, quando a relação capital e trabalho passa a gerar distribuição de renda a ponto de não mais se ter fome no mundo. A fome no mundo é algo que me assusta.

Itabira não foge dessa realidade, a Prefeitura e a Vale são ricas, mas a população, no geral, é pobre. Concorda?
Concordo. Toda riqueza que sai de Itabira, há quase 80 anos, de que forma ela é distribuída na cidade? A riqueza não é bem distribuída em Itabira. Realmente, no geral população é pobre e esse é um problema social a ser resolvido com mais emprego e melhor distribuição de renda. E com políticas públicas que a Prefeitura pode desenvolver com a ação social e projetos socialmente sustentáveis.
Ronaldo Magalhães é criticado por dar pouca importância a questão social. Por exemplo, ele não levou à frente o restaurante popular. Sendo eleito, retornaria com o projeto?
A questão da alimentação é o básico do básico, o meu olhar ideológico é por ai. Se têm segmentos da população que estão na linha de pobreza, é fato que o restaurante popular irá alimentar essas pessoas. Ou parte da população e isso é importante, assim como é a saúde, que começa com uma boa alimentação.
Defendo a ideia do restaurante popular, mas não necessariamente montado em uma grande estrutura no centro da cidade, como se pensou anteriormente. Para quem mora nos bairros mais afastados não compensaria pelo preço da passagem de ônibus.
Qual seria a alternativa?
A minha ideia é transformar esse projeto em uma proposta descentralizada, por meio de pequenas cantinas nos bairros ou distribuídas por regiões. Essas cantinas seriam fiscalizadas pelo serviço de saúde e vigilância, com pessoas treinadas.
Podem ser, inclusive, cantinas familiares, credenciadas pela Prefeitura para atender as pessoas do bairro. É uma ideia que estamos pensando e que pode ser transformada em projeto.
Pode até ser mais um incentivo à produção rural familiar. A estrutura agrária de Itabira facilita, com predominância de pequenas propriedades.
Exato, não temos latifundiários no município. Pensei até em criar um instituto que chamei de Itabira Sustentável, uma organização não governamental que pudesse trazer essa discussão da sustentabilidade no meio rural, com produção orgânica diversificada e com o cooperativismo sendo mais desenvolvido.
Itabira perdeu a Cooperativa Cauê, hoje só tem cooperativa de serviços.
Pois é, uma pena. Perdemos a Cauê, que era mais voltada para a pecuária e que teve papel importante no incremento da produção leiteira do município. E temos tantos exemplos de cooperativismo que podemos estudar e incentivar como ideia e proposta.
A economia rural do Paraná e Santa Catarina, em boa parte, é sustentada pelas cooperativas de produtores.
Em Minas Gerais elas representam 10% da economia do estado. Em Itabira já não representa nada mais. Podemos desenvolver isso, incentivar o cooperativismo numa perspectiva mais ampla, pensando em uma produção diversificada e sustentável.
O incentivo à produção agrícola até que vem ocorrendo, mas de forma tímida. O que acha?
É uma das alternativas para a diversificação econômica. Devemos pensar no fomento da produção agrícola nos distritos de Senhora do Carmo e Ipoema, como também em Oliveira Castro, Candidópolis, enfim na zona rural, que ocupa mais de 90% do território de Itabira e participa hoje com menos de 1% da receita municipal.
Mas é um segmento que pode se transformar em um dos pilares do desenvolvimento econômico, além da atração de mais empresas. A produção agrícola diversificada, com base nas pequenas propriedades, é uma vocação de Itabira que pode ser retomada para acontecer rapidamente.
Mas tem terra fértil para isso? E as condições topográficas, não são muito acidentadas?
Itabira tem terra fértil, fui criado na zona rural, o meu pai falava que era massapê roxo. Tem topografia ruim, mas isso a tecnologia já resolveu. Política agrícola não é só patrulha agrícola, que faz parte, mas é também preciso pensar na logística e no mercado.
São mais de 500 mil pessoas residindo na macrorregião de Itabira. Pode-se garantir mercado com uma grande feira, como também fornecendo alimentos para a merenda escolar, como já vem ocorrendo, mas partindo para uma escala maior.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento é que tem de articular isso. É inadmissível Itabira, com todo esse território agrícola, ter de comprar banana no Ceasa para abastecer as escolas públicas. E são tantos outros produtos que podem ser produzidos aqui, gerando emprego e renda, mas sobretudo mantendo as pessoas no campo.

Está em curso em Itabira uma política de terceirização, eufemismo para a privatização lenta e gradual do Saae e da Itaurb. O senhor concorda, qual é a sua posição a respeito?
Empresas como essas são prestadoras de serviços público, que não são negócios.
Quanto a terceirização, a privatização para dizer mais claramente, sou a favor de empresas que têm os seus negócios com ações nas bolsas de valores, que despertam interesses de investidores, porque aí você está colocando o Estado em atividades de negócios, em business.
O Estado já foi dono no passado de montadoras de automóveis, a própria Vale era estatal. Nesse aspecto, entendo que o Estado eficiente tem que arrecadar bem e cuidar dos serviços públicos com qualidade.
Agora empresas como a Itaurb e uma autarquia como Saae, que prestam serviços públicos, têm que ter qualidade na prestação de serviços e a terceirização não é recomendada. Isso porque a terceirização pode acarretar perda de qualidade na prestação do serviço público em busca do lucro. Por isso não concordo com essa política.
A Itaurb tem dívidas que ainda não foram bem explicadas. E está sucateada.
Acho que falta transparência, sobretudo, com relação a esse modelo que está sendo construído de terceirização. A Itaurb teve a sua origem na urbanização, como empresa de desenvolvimento urbano, uma forma de participar dos projetos de urbanização da cidade. É uma plataforma que acho interessante.
Penso até em resgatar essa missão original da Itaurb como empresa de desenvolvimento. Se um dia a sociedade achar que se deve privatizar a Itaurb, ok. Mas isso tem de ser feito de forma transparente e tem de ser um negócio bastante interessante para a sociedade itabirana.

Como o senhor, se eleito, pretende prestar contas à sociedade? Pensa em abrir alguma forma de consulta pública para as grandes decisões?
Abrir consulta para todas as decisões da administração pública pode até mesmo ser uma medida populista. Se o prefeito assume a sua responsabilidade pública, que é de gerir corretamente o orçamento e as questões de interesse da cidade, ele traz para si a responsabilidade das grandes decisões, que são compartilhadas com o poder legislativo.
Já existem mecanismos de consultas como as audiências públicas, geralmente cm baixa participação popular, para discutir o orçamento municipal e a lei de de diretrizes orçamentárias. Só isso basta?
É quando a sociedade deve participar mais para discutir o que fazer com os recursos públicos. Prestar contas é obrigação, assim como ocorre na iniciativa privada quando a direção da empresa presta conta aos acionistas.
É preciso estabelecer metas para o servidor público, que tem de ser valorizado e cobrado por isso. E, ao mesmo tempo, é obrigação prestar contas, isso está previsto em lei, é uma obrigação constitucional.
O compliance (compromisso com a conformidade perante a lei e a com prestação de contas), é uma prática da iniciativa privada que é muito bem-vinda.
O cidadão que paga imposto é como o acionista da grande empresa. Ele merece, tem o direito e deve exigir a prestação de contas de como o governo está empregando os recursos públicos e qual está sendo o retorno. Isso é compliance, é transparência.
Em 1994, no governo de Li Guerra, foi aberta uma auditoria com base em reportagens do jornal O Cometa denunciando a existência de um cartel de empreiteiras que combinava preços e superfaturava obras. Se surgirem provas ou mesmo indícios de que isso continua ocorrendo na Prefeitura, sendo eleito irá denunciar ao Ministério Público?
É nossa ideia implantar de fato uma ouvidoria na prefeitura e um sistema de compliance como meios de desenvolver práticas limpas, com regras claras e transparentes. É uma forma de garantir a lisura no processo e ter uma rede de fornecedores participando em pé de igualdade das licitações.
E é também uma forma de estimular o empreendedorismo local, gerando mais empregos, por meio de concorrências saudáveis. As empresas se tornam mais competitivas com concorrências éticas.
Mas, enfim, se aparecerem evidências de malversações e falcatruas, como concorrências cruzadas, por exemplo, o senhor irá denunciar ao Ministério Público?
Tudo o que a legislação permitir e for necessário fazer, será feito. Precisamos fazer com que os recursos da Prefeitura tenham a melhor destinação possível.
Mas é preciso verificar quais são as evidências. Se elas forem claras e exigirem uma auditoria para apurar eventuais irregularidades, isso será feito.
Mas estamos mais preocupados com o presente e o futuro. Sem isso, corremos o risco de passar quatro anos olhando para o passado.
Temos que criar mecanismos de transparência e correção nas licitações da Prefeitura. Mas se houver problemas muito graves, que forem apontados e denunciados, naturalmente as medidas cabíveis terão de ser tomadas com base na lei.
Para terminar, vamos ver se é bom de promessa. No ano passado o senhor prometeu incluir Itabira no projeto de investimento da Cemig em cidades históricas, para fazer o cabeamento subterrâneo da rede elétrica do centro. Isso aconteceu?
Itabira está incluída no projeto. E é grande a possibilidade desse investimento acontecer, independentemente de quem ganhe a eleição. O projeto já está com o IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Arquitetônico), devendo sair da rua Água Santa até a igreja do Rosarinho.
Conceição do Mato Dentro já vai dar início a esse mesmo projeto, vai ser a primeira cidade c começar a sua execução. Itabira precisa agora chegar junto para ter o projeto implantado com sucesso.
Trata-se de uma parceria com a Prefeitura, que prevê como contrapartida refazer o calçamento, por exemplo. O centro histórico tem tudo para ser transformado em um corredor cultural, sem postes e sem fiações expostas.
Revitalizando o centro, cria-se também condições para melhorar a área de serviço, atraindo mais turistas.
Eu falei dos pilares de desenvolvimento que pensamos propor para Itabira, caso eleito, como a expansão e diversificação agrícola, a alternativa com a saúde e o turismo, assim como a educação com o parque tecnológico.
Itabira como cidade educadora é uma marca forte que o município pode trabalhar. Outra marca forte é a cidade da poesia, que tem Drummond como o principal expoente, mas não é o único, temos também os poetas contemporâneos, os artistas locais que podem ser mais incentivados.
Estamos estudando a proposta para a Vale transformar as minas exauridas de Itabira no maior museu da mineração a céu aberto do mundo. Isso desenvolve o turismo, com passeios pelas cavas por meio de um teleférico, por exemplo, com as minas reabilitadas sem maquiagem.
E a revitalização do centro histórico faz parte desta estratégia e é nesse contexto que entra o cabeamento subterrâneo pela Cemig, em parceria com a Prefeitura.
MARCO ANTÔNIO . DEUS ABENÇOA ABUNDANTEMENTE SEMPRE Nesta grande responsabilidade de cuidar da nossa Itabira e com grandes projetos e e conhecimento das necessidades prioritárias da população Itabirana vamos ter um Prefeito a Altura de Nossa Cidade que precisamos r merecemos evoluir e nosso Foco é ter vc tornando uma Itabira tão sonhada realizando o melhor . MARCO ANTONIO COMO DIZ O O Bernardo Mucida que estaremos com um grande empreendedor e com capacidades a Altura de uma cidade ser mais amada e abençoada pra todos e. .VC MERECE E VAI SER O NOSSO
PREFEITO POR 8 ANOS isto é nossa meta Não podemos deixar outro candidato ser de arrependimento por não ter sido eleito como foi no alavancar a cidade pra uma política limpa e de poucos gastos e de muita solidez
Lendo a entrevista se observa uma imensa vontade de se fazer acontecer aquilo que é possível diante das realidades de nossa cidade . A minha impressão é que estas questões pós vale sempre foi assim como restaurante popula, um trampolim eleitoreiro de fácil agrado do eleitor Itabirano . Na realidade nunca houve uma vontade politica de criar mecanismos para afastar o fantasma do já teve . Tudo é muito fácil e cômodo…É receber os impostos e recursos e ir gastando com sabe-se lá o que, menos com o desenvolvimento natural ou sustentável. O povo se cansou de falácias e promessas pra enrolar trouxa. Itabira precisa de quem é totalmente desprovido de vaidades tolas e de gente que se preocupe com o humano . Gente que saiba gerar recursos e não ficar esperando e se apoiando no caixa público. Alguém que pelas suas andanças conseguiu através de seu caráter,profissionalismo e capacidade impar ser respeitado e creditado pelas grandes organizações . Quem não conhece o Marco vai ficar a mercê de manipulações da oposição para tentar lhe diminuir. Mas quem está ligado, quem acompanha os fatos e procura se informar, saberá que de fato este candidato é a solução para se evitar esta tragédia anunciada .