PSB lança a pré-candidatura de Marco Antônio Lage a prefeito de Itabira
Em reunião nesta segunda-feira (3), pela manhã, no diretório do Partido Socialista Brasileiro (PSB), em Belo Horizonte, foi acertado o lançamento da pré-candidatura a prefeito de Itabira do empresário e jornalista Marco Antônio Lage, que já conta com apoio oficial dos diretórios estadual e nacional.
A sua pré-candidatura será oficializada na quarta-feira, em evento que deve ocorrer virtualmente em Itabira, com a necessária prudência em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Já o lançamento da candidatura somente deve ocorrer com a convenção partidária, que tem até o dia 26 de setembro para acontecer. Dois dias depois terá início o período de propaganda eleitoral em rádios, TVs e internet.
De acordo com a emenda constitucional nº 97/2017, diferentemente das eleições anteriores, somente serão permitidas coligações para as disputas majoritárias, no caso, para prefeito e vice-prefeito.
Fica proibida as coligações proporcionais para vereador. Com isso, cada partido terá que lançar as suas chapas para preenchimento das candidaturas para os legislativos municipais.
Expectativas
A candidatura de Marco Antônio Lage se tornou possível com a desistência do vereador Bernardo Mucida (PSB) de disputar a prefeitura de Itabira, mesmo sendo apontado como favorito para disputar o governo municipal. Leia aqui.
Mucida conta com a perspectiva de assumir vaga no legislativo estadual, já que ele é o primeiro deputado suplente de sua coligação na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que tem vários deputados pré-candidatos a prefeito de suas cidades.
Nas eleições em Itabira, o jornalista e empresário deve polarizar na disputa com Ronaldo Magalhães (PTB). O prefeito de Itabira já se lançou como pré-candidato à reeleição e se encontra em plena campanha, inaugurando e visitando obras municipais, inclusive nos distritos.
Outro nome cogitado para a disputa municipal é do ex-prefeito João Izael Querino Coelho, que recentemente se filiou ao PP. Ao se filiar, ele teve o seu nome lançado como pré-candidato, mas é bem possível que venha a se coligar com o PSB na chapa majoritária.
Nesse caso, ele pode sair candidato a vice-prefeito de Marco Antônio Lage, ou simplesmente como importante cabo eleitoral.
Procurado pela reportagem, até o fechamento desta reportagem, João Izael não foi encontrado para falar sobre as perspectivas políticas para a eleição municipal, no dia 15 de novembro – Dia da Proclamação da República.
Mas ao se filiar ao PP, o ex-prefeito também se tornou apto a entrar na disputa. Entretanto, em entrevista concedida a esse site após a sua filiação, ele disse que o ato não deve ser interpretado como indicativo de que sairá candidato pela terceira vez a prefeito de Itabira. Leia aqui.
Mas Izael não esconde que tem conversado com as oposições no sentido de costurar uma candidatura única. Como também não esconde a sua divergência política com o prefeito Ronaldo Magalhães, de quem foi o seu vice e o sucedeu, com o seu apoio, elegendo-se pela primeira vez prefeito de Itabira nas eleições de 2004.
Quatro anos depois, João Izael se tornou o primeiro prefeito reeleito de Itabira. Entretanto, mesmo na oposição, João Izael evita criticar o seu ex-companheiro de jornada política. “Cada um seguiu o seu caminho. O governo municipal já está com a sua candidatura a prefeito encaminhada. Resta agora às oposições se definirem, se possível com uma única candidatura.”
Outras candidaturas podem ainda surgir, como a do vereador André Viana (Patriota), que, no entanto, ainda não se colocou como pré-candidato.
Já o ex-vereador Alexandre “Banana” Martins da Costa teve a sua pré-candidatura lançada, mas não decolou. Se não sair candidato, ele deve também compor com as oposições.
A mesma situação ocorre com o jovem Gabriel Quintão (PDT), que preside o diretório municipal de seu partido. O mais provável é que ambos venham a se candidatar a vereador.
Em busca do tempo perdido para diversificar a economia itabirana
Na quarta-feira (5), a pré-candidatura de Marco Antônio Lage será oficialmente lançada pelo PDT, ocasião em que ele deve dar a sua primeira entrevista coletiva, já em Itabira.
No ano passado, em 16 de dezembro, ele concedeu entrevista a este site, após participar do lançamento do Programa de Eficiência Energética, da Cemig, onde ocupou, até recentemente, o cargo de diretor de Comunicação e Sustentabilidade. Leia aqui.
Na entrevista, disse temer a divisão da sociedade itabirana em grupos antagônicos. Segundo ele, se isso ocorrer, corre-se o risco de a divisão dificultar, ou atrasar, a definição de uma estratégia para pavimentar caminhos alternativos que levem à diversificação e à sustentabilidade da economia local.
Na ocasião, ele propôs a criação de um fórum permanente de debates sobre o presente e o futuro do município. “Itabira precisa pensar na convergência das lideranças em torno de um projeto mínimo de sustentabilidade e que sejam estabelecidos objetivos e metas para que as ações possam ser colocadas em prática no curto, médio e longo prazo.”
Urgência
De acordo com o empresário, Itabira tem pressa e precisa correr em busca do tempo perdido para diversificar a sua economia, tarefa que se encontra atrasada em mais de 70 anos.
“Não falo em consenso político-partidário, mas de unir as lideranças políticas e populares em torno de algumas ideias, de um projeto de desenvolvimento”, explica o jornalista e empresário, que tem boas relações políticas com o governador Romeu Zema (Novo).
“A proposta é aglutinar as organizações sociais e promover o consenso possível em torno de um projeto de desenvolvimento, com participação efetivas de lideranças das organizações sociais já existentes na cidade”, é o que ele propôs na entrevista à Vila de Utopia (leia aqui).
“O debate político partidário é importante para estabelecer as diferenças, mas que esse antagonismo não atrapalhe o encaminhamento do que precisa ser feito de imediato para criar as novas bases econômicas e sociais para o município se desenvolver”, propõe o jornalista e empresário.
“Definir desde já os caminhos necessários, assim como os atores sociais que serão fundamentais nesse processo, por meio de um consenso programático, não necessariamente partidário, são questões imprescindíveis para que Itabira não vire uma cidade fantasma”, defende o empresário de Ipoema, distrito de Itabira.
Segundo ele, não dá mais para perder tempo, como ocorreu até agora, ao se acreditar na cidade que esse projeto de futuro venha da empresa mineradora.
“A Vale está em apuros, e embora ela seja uma multinacional riquíssima que retira seu produto do subsolo e vende um bem mineral dos mais rentáveis existentes na Terra, não deve exercer esse protagonismo, que precisa ser das lideranças locais”, defende.
Sem exclusões
Essa distinção, entretanto, não passa pela exclusão da mineradora do fórum de debates das alternativas sustentáveis. “Depois das tragédias de Mariana e Brumadinho, ela (a Vale) não pode conviver com mais esse desastre socioeconômico, que certamente ocorrerá em Itabira, caso não sejam viabilizadas as alternativas. Sem isso, se Itabira fracassar nesse propósito, será péssimo para a sua reputação internacional”, avalia.
“Que os dirigentes da Vale sentem-se em torno da mesa de negociações e abram o jogo com a sociedade itabirana, fornecendo todas as informações para que seja estruturada uma nova plataforma de desenvolvimento para o município”, propõe. “As alternativas devem ser debatidas democraticamente com o conjunto da sociedade itabirana.”
Entre as premissas urgentes, Marco Antônio cita, como primordial, a equação para o suprimento de água, insumo imprescindível à diversificação econômica e ao abastecimento da população itabirana.
A solução para esse crucial problema já está para ser equacionada, por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que a mineradora deve assinar nos próximos dias com o Ministério Público Estadual. Por meio desse TAC, a Vale deve, enfim, bancar a transposição das águas do rio Tanque para abastecer a cidade e atrair novas indústrias.
Mas essa alternativa, além de ser polêmica por representar a transposição de bacias, não pode eximir a empresa de assegurar ao município o acesso aos aquíferos no futuro próximo. Esses aquíferos suprem hoje o complexo com mais de 1,2 mil litros de água de classe especial por segundo – e que são bombeados das cavas de mineração.
No destaque, Marco Antônio Lage entre autoridades, entre elas, o prefeito Ronaldo Magalhães, em 16 de dezembro, no lançamento do Programa de Eficiência Energética, da Cemig, no Hospital Nossa Senhora das Dores.
Será que Itabira terá um prefeito que sabe ler e interpretar texto? Tá na hora…