“Hubs no Oriente Médio são o futuro do aço verde, utilizando o minério de alta qualidade produzido no Brasil”, afirma o vice-presidente da Vale
Foto: Melrish Studio/ Lide
Evento em Dubai reúne empresários e autoridades do Brasil e dos Emirados
Na era da transição energética, minerar de forma sustentável passou de desafio técnico a exigência estratégica – e é exatamente nessa interseção entre produtividade, inovação e responsabilidade ambiental que a Vale pretende se consolidar.
O tema foi abordado pelo vice-presidente executivo da companhia, Alexandre D’Ambrosio, durante a Brazil Emirates Conference, realizada nesta segunda-feira (14) pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em Dubai.
“Dubai e os Emirados representam uma visão do que poderá ser o futuro. E nós, no Brasil, estamos trabalhando para esse futuro”, afirmou o vice-presidente da Vale.
D’Ambrosio apresentou a visão da empresa sobre a “mineração do futuro” — um modelo sustentável, eficiente e comprometido com a transição energética.
Ele destacou que os desastres ambientais do passado foram pontos de inflexão e levaram a Vale a redesenhar suas operações.
Segundo ele, hoje a companhia protege mais de 800 mil hectares de floresta nativa na Serra dos Carajás, operando em apenas 2% dessa área.
“Deixamos de falar em mineração versus meio ambiente. Agora falamos em ‘mineração para o meio ambiente’. A mineração sustentável protege a floresta”, afirmou, ao mostrar dados de conservação da empresa.
Na área de logística, a Vale investe há décadas em infraestrutura própria. Com 2 mil quilômetros de ferrovias no Brasil, terminais portuários no Brasil, China, Omã e Malásia, e uma frota de embarcações de última geração, a empresa busca ganhos de eficiência e redução de emissões.
O destaque é o ValeMax, um dos maiores graneleiros do mundo, que permite redução de até 41% nas emissões de carbono por tonelada transportada.
Além disso, a Vale está investindo em locomotivas com maior capacidade de uso de biodiesel e testando inovações como velas rotativas em navios, visando avançar ainda mais em transporte de baixo carbono.
Outro ponto central do pronunciamento do executivo da Vale foi o avanço dos mega hubs no Oriente Médio.
São complexos industriais voltados à produção de aço de baixo carbono, utilizando o minério de alta qualidade produzido no Brasil. A Vale já tem projetos em andamento em Omã, Arábia Saudita e Abu Dhabi — este último em parceria com o Abu Dhabi Ports.
“Esses hubs são uma combinação estratégica entre eficiência logística e descarbonização industrial. Eles representam o futuro do aço verde”, afirmou.
D’Ambrosio concluiu sua participação reforçando que o futuro da mineração passa por mais inovação, segurança e colaboração entre governos e empresas. “A logística sustentável faz parte integral da mineração do futuro. E é por esse caminho que a Vale está avançando.”