Grito dos Excluídos deste ano, da CNBB, irá denunciar a impunidade pelas tragédias de Mariana e Brumadinho

Neste sábado, feriado de 7 de setembro, dia da “Independência do Brasil”, uma caravana de católicos sairá de Itabira para se juntar com outros manifestantes em Ipatinga, onde, a partir de 8h, participarão da 25ª edição do Grito dos Excluídos, uma tradicional manifestação política e religiosa contra a exclusão de milhões de brasileiros, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB).

Antes, nesta sexta-feira (6), em Itabira haverá um pré-grito, com concentração às 17h30 em frente à estação rodoviária, além de rodas de conversa com grupos de reflexão em várias localidades (veja programação).

Para este ano, o movimento de protesto dos católicos contra a exclusão socioeconômica da maioria dos brasileiros tem como tema Este sistema não Vale! Lutamos por justiça, direitos e liberdade. E reforça o lema A vida em primeiro lugar.

O tema da manifestação é um trocadilho com o nome da mineradora Vale, responsável pela morte de 249 pessoas e mais 21 desaparecidos com o crime de Brumadinho, ocorrido em 25 de janeiro com o rompimento da barragem 1 da mina de Córrego Feijão – e também pela morte de 19 trabalhadores em Mariana, com a ruptura da barragem da Samarco, uma joint-venture da mineradora brasileira e da anglo-australiana BHP Billiton.

Com o lema, a manifestação irá priorizar a denúncia desses dois crimes humanitários, trabalhistas e ambientais. E cobrar a punição dos responsáveis, afirmam os organizadores. Além dessa pauta, outra prioridade é denunciar os sucessivos cortes na educação como os que têm ocorrido desde que teve início o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Terão ênfase também as queimadas na Amazônia e o desmonte da Previdência. É também um momento de denúncia de um modelo econômico excludente, que causa desemprego, a precariedade das moradias, da saúde, a violência no campo e contra os índios.

O Grito dos Excluídos foi lançado em 1994 pela CNBB, com o tema A Fraternidade e os Excluídos. Trata-se de uma manifestação que se contrapõe ao ufanismo cívico-militar das paradas de 7 de setembro. Desde então, transformou-se em uma importante manifestação popular que ocorre em todo o país.

Serve, portanto, como contraponto para denunciar as desigualdades sociais, assim como para mostrar que os frutos dessa independência outorgada são para poucos, excluindo-se a maioria dos brasileiros que não usufrui dos “benefícios” da chamada “soberania nacional”, que só existe em discursos oficiais.

O Grito dos Excluídos é, portanto, um espaço de luta, de denúncia, e que dá voz e vez aos excluídos e excluídas desse imenso Brasil. O seu objetivo é também fortalecer a construção de um projeto popular por uma sociedade mais inclusiva, democrática e socialmente justa e igualitária, propondo caminhos alternativos para a sociedade brasileira.

 

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