Facilita assegura renda mínima, forma mão de obra com qualificação, gera oportunidades de trabalho e novos negócios em Itabira
Fotos: Ascom/PMI
Se a Prefeitura de Itabira, acertadamente, não deu dinheiro para empresários após a pandemia, diferentemente do que fizeram administrações passadas que repassaram recursos do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (Fundesi) para diversificar a economia sem os resultados esperados, com muitos dando calotes ou fazendo mal explicadas ações de dação em pagamento, o mesmo não acontece com a ajuda financeira aos hipossuficientes, por meio do programa social Facilita, instituída pela atual administração do prefeito Marco Antônio Lage (PSB).
Mas não é só dar dinheiro para se fazer frente às primeiras necessidades o principal objetivo do programa. É também propiciar condições para que as pessoas beneficiadas possam gerar novas fontes de renda e trabalho, com resultados que podem ser constatados nesses dois anos de sua implementação no município.
Com 4 mil titulares de família cadastradas no projeto, o Facilita já beneficiou mais de 15 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social, por meio de políticas públicas implementadas pelo município de combate à pobreza, ao gerar emprego, renda, além de fomentar o comércio local.
Jhenifer Tais Chaves Silva tem 28 anos, moradora do bairro Santa Ruth, é uma das beneficiadas. Casada e mãe de dois filhos, neste ano ela realizou dois sonhos: comprar uma moto para facilitar a locomoção e abriu o seu próprio negócio.
Além de ajudar na cozinha do bar da mãe, Jhenifer agora faz salgados por encomenda e vibra com as boas vendas, com as quais chega faturar mais de R$ 500 em um único dia. Atualmente, ela se considera empreendedora e capaz de garantir o próprio sustento e o conforto da família.
Depois de ter se beneficiado com a moeda social, administrando atualmente o seu próprio negócio, ela antes foi uma das 150 mulheres contratadas pelo Facilita Trabalho, programa de geração de renda voltado às chefes de família na faixa da pobreza e extrema pobreza.
Agora empreendedora, a itabirana atribui as suas conquistas ao sucesso do programa municipal de combate à pobreza, uma política pública criada em 2021, no momento mais duro da pandemia, e que se consolidou como um dos maiores programas de transferência de renda já implementado no município.
Moeda social
Mensalmente, os beneficiários do programa Facilita recebem R$140 por meio de um cartão, valor que pode ser gasto na compra de gêneros alimentícios, produtos de higiene, limpeza e gás de cozinha.
O cartão só pode ser usado nos mais de 60 comércios cadastrados de Itabira, uma rede que injeta mais de R$ 7 milhões por ano na economia local.
A concessão dos cartões é coordenada pela Secretaria Municipal de Assistência Social, por meio da equipe do Cadastro Único (CadÚnico). A concessão do benefício abrange as famílias que estão em situação de pobreza e extrema pobreza (renda mensal de até R$ 218 por núcleo familiar) de acordo com a classificação definida também pelo CadÚnico do Governo Federal.
Para o prefeito Marco Antônio Lage, a moeda Facilita traz proteção social que garante segurança alimentar às famílias em situação de vulnerabilidade social.
“Implementamos uma política pública que funciona de verdade, de forma inovadora, uma moeda social, que é fruto do trabalho e da visão de amparo de toda equipe da Prefeitura”, considera o prefeito.
O segundo passo
No ano passado, a Prefeitura de Itabira deu um passo adiante com o programa Facilita. Considerando a lista dos beneficiados, foi identificado que quase 90% das famílias são chefiadas por mulheres.
Foi dessa constatação que foi criado o programa Facilita Trabalho, com o objetivo de garantir emprego e renda para as mulheres que recebem a moeda.
O Facilita Trabalho incentiva a inserção dessas mulheres no mercado de trabalho, por meio de cursos de capacitação profissional. As integrantes do programa são contratadas durante um ano pela Associação de Proteção à Maternidade e à Infância de Itabira (APMII), entidade parceira, para trabalharem meio período na Prefeitura, com salário de R$ 660,00, equivalente a meio salário-mínimo.
No contraturno, também em parceria com APMII, as mulheres participantes do Facilita Trabalho fazem curso de qualificação. Desde então, o programa já atende 150 mulheres, sendo que 50 foram capacitadas em panificação, salgados, doces e quitandas. E outras 100 em curso para atividades de auxiliar ambiental e de serviços gerais.
Formatura
Nesta quinta-feira (21), às 16h, no Auditório da Aposvale, as 50 primeiras mulheres que integraram o Facilita Trabalho receberão o certificado de conclusão do curso e estarão habilitadas para o mercado de trabalho. Na oportunidade, mais 50 serão contratadas pelo programa a partir de critérios definidos pela Secretaria Municipal de Assistência Social.
Jhenifer é uma das formandas. Foi no curso do Facilita Trabalho que ela aprendeu a fazer salgados para vender. “O curso me fez aprender muita coisa, eu achei que não ia conseguir e depois eu vi que deu certo. Quando minha família experimentou meus salgados e disse que estava bom, tive confiança. Postei nas redes sociais e comecei a receber os pedidos. Esse programa mudou a minha vida”, ela conta.
De acordo com a secretária de Assistência Social, Nélia Cunha, muitas mulheres estão sendo encaminhadas para o mercado de trabalho depois de formarem pelo programa Facilita Trabalho.
“Essa é uma política de desenvolvimento das pessoas. Elas tiveram a oportunidade do primeiro emprego de carteira assinada, capacitação e agora são empoderadas e independentes”, destaca a secretária.
É assim que, somente neste ano, quase 500 beneficiárias deixaram de precisar da moeda Facilita para sobreviver, superando a triste realidade da pobreza.