É triste ver o Cruzeiro conviver com uma crise que parece sem fim para um time de tantas conquistas
Luiz Linhares*
Estamos atravessando uma pandemia que perdura por quinze meses, já com mais de 524 mil mortes por Covid-19, um vírus que a todos assusta e que com o passar dos dias vai nos alimentando com uma angústia que nunca acaba, juntamente com um sentimento de derrota, mesmo sabendo que tudo isso só vai passar quando a grande maioria do povo brasileiro estiver vacinada.
Somando-se a tudo isso, temos em Minas Gerais a derrocada de uma das mais vitoriosas histórias de um clube brasileiro.
É bizarro até reconhecer o que fizeram com uma tão brilhante instituição. Hoje, o Cruzeiro Esporte Clube é uma verdadeira casa de ninguém. Tudo se fez de maligno e nada se movimentou para barrar ou mesmo para não permitir as falcatruas que hoje vem sendo apuradas. E o pior, sem que se punam os culpados.
Nesta semana, o presidente do Cruzeiro tentou justificar mais uma punição imposta ao time pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) por não quitação de débitos com clubes parceiros, gerando agora a proibição de inscrever novos atletas. o presidente disse simplesmente que sabia da situação e que não tem como resolver essa restrição.
Isso me soou o tom do fim da linha. Como pode a situação chegar a tal ponto? E há ainda o risco de o Cruzeiro sofrer uma punição mais pesada que seja uma nova perda de pontos, um rebaixamento à divisão ainda inferior ou mesmo até a eliminação de disputas com aval da entidade maior do futebol mundial.
Não sei o que é pior para o cruzeirense: confiar em quem hoje se diz dirigente do clube e ainda ver o time caminhar a passos largos para o fim do túnel. A que ponto chegou um time de tantas glorias. Não pode ter tudo apagado por vaidade política interna, por grupos que há anos e anos estão ai deteriorando este que é um grande patrimônio dos mineiros.
O Cruzeiro é hoje chacota nacional. Algo tem que surgir de diferente. Se ainda há esperança, essa está entre os abnegados que ainda batalham para resgatar algo que foi destruído e que por força das cinco estrelas ainda insiste em permanecer de pé.
Atlético volta a ter time para disputar e vencer o que vem pela frente com o retorno de seus protagonistas, mas Nacho é desfalque nas próximas partidas
O ditado do futebol que todos conhecem se faz presente no Atlético. O time tem bom grupo para competir e ganhar campeonato. Mas já um bom time se consegue também com vitórias individuais. A semana valeu para o Atlético recompor o seu grupo com atletas voltando à atividade, alguns após a quarentena da covid19, outros como Arana e Guga fora da seleção Olímpica.
E assim foi que o time conquistou seis pontos: venceu o Atlético de Goiás com competência e o Cuiabá no Mato Grosso.
Os jogadores argentinos ditaram o ritmo e a competência do time, Nacho Fernandes e Matias Zaracho se acertaram e juntamente com Hulk fizeram acontecer principalmente contra o time goiano.
Time que tem Nacho Fernandes leva vantagem com a certeza de que a criação acontecerá. A nota destoante foi a lesão do meio-campista no músculo posterior da coxa esquerda. O maestro do time pode desfalcar o Atlético nas próximas partidas com confronto direto contra o Flamengo e também contra o Boca Júniores, pela Libertadores, , além do Bahia na Copa do Brasil.
Mas ainda assim há o entrosamento que fica ainda melhor com companheiros que sabem entender o ritmo. É assim que o torcedor voltou ter orgulho do seu time.
Contra o Cuiabá jogou organizado. Fez o seu gol cedo e claramente adotou a postura de não se desgastar, sabedor que tem partidas decisivas pela frente na temporada. Pode até ser arriscado o não jogar e se defender, mas é certo que deu tudo ocorreu como planejado. Vencer é sempre o primeiro passo.
Para a semana volta o paraguaio zagueiro Júnior Alonso e o time passa a jogar praticamente completo, mas infelizmente sem o maestro. Contudo, é preciso manter o foco em tudo que está para acontecer, favorito como sempre.
Wagner Mancini resgata a confiança dos jogadores do América que tem time para continuar na elite do Brasileiro
O futebol é algo meio sem explicação, a lógica passa longe em campo. Veja o exemplo do América que, no Brasileiro, vinha mal com o técnico Lisca, que foi um dos grandes responsáveis pela ascensão do Coelho para a série A, retornando à elite do futebol nacional.
Mas tropeça nas primeiras rodadas e o Lisca cai. Chega o novo técnico Wagner Mancini para o time voltar a balançar a rede – e vencer. Para isso foi preciso muita conversa, algumas mudanças e crescente de produção, mesmo perdendo as duas primeiras partidas com o novo técnico.
Em seguida o time parece ter embalado: venceu o Bahia no Nordeste e agora derrota o Santos em Belo Horizonte. Com as vitórias, retorna a confiança, confirmando a crescente de produção. Tomara que o técnico Mancini conquiste o grupo e continue a fazer a evolução que vem acontecendo.
O América não é um super time, mas é muito superior a tantos outros que tenho visto jogar neste ano. Voltei a confiar.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira=AM.
A crise vai continuar enquanto não der um basta nas dívidas das Administrações passada. Clube não tem dinheiro pra pagar conta de luz. A nova diretoria não sabe o que faz ou não tem o que fazer diante de tantas dividas e com contratos absurdos anteriores. Aguardando pra ver o que acontece nos próximos capítulos.