Com grupo forte, motivado e fechado com o treinador, Atlético mantém favoritismo no Brasileiro 

Luiz Linhares*

O Atlético segue a toada de busca do título nacional desde a primeira edição do Campeonato Brasileiro no ano de 1971, quando se sagrou primeiro campeão da então nova competição nacional, com uma vitória dentro do Maracanã, contra o Botafogo.

Com certeza o atual momento, com a era do argentino Jorge Sampaoli, remete o torcedor à real condição do grupo, que tem demonstrado disposição e condições para brigar por esta tão cobiçada conquista.

Some-se a isso o fato de a paixão de ser atleticano não ter explicação, com o conjunto de loucuras e imponderáveis – e que rementem tamb´m a essa situação de amor eterno.

É fato que o montante dos investimentos tem sido feito por um mega empresário da construção civil e também agora da comunicação. O que será o amanhã, não quero pensar e nem estudá-lo, aqui nessas linhas.

Mas adianto de memória que já vi em outras épocas situações semelhantes. E a que mais me vem à lembrança é do patrocínio do Leite Parmalat ao Palmeiras.

Deixou o verdão por um longo tempo com poder e força, que foram traduzidos em conquistas até não se querer mais. E a sofrencia do clube se fez presente em nova reconstrução.

Não quero e nem tenho condições e comprovações de como esta baita grana, repassada ao futebol do Atlético para contratações, será quitada, como, de que forma. E mesmo se serão perdoadas.

A vida me ensinou que nada vem de graça, que não existe “almoço de graça”. E assim, no futuro com certeza um alto preço será cobrado ao clube.

Mas sei também que inteligência e competência podem gerar dividendos. O que pode ser traduzido em conquista de títulos, ter o seu próprio estádio, criar talentos que geram lucros enormes. Além de tudo, angaria ainda mais a paixão do torcedor.

Vejo tudo certo na montagem do time do Atlético, que conta com jogadores experientes de qualidade ao lado de jovens talentos com valor de mercado. Com um pouco mais, certamente com reforços pontuais que ainda virão, Sampaoli terá o grupo vitorioso que ele almeja, juntamente com a diretoria e torcedores, com muitas conquistas.

Para isso, o Galo teve um início promissor no Brasileiro ao vencer o Flamengo, no Rio. Na sequência derrotou o Corinthians de virada, com grande reação, assim como venceu, com enorme dificuldade no primeiro tempo, o Ceará, em mais uma reação que demonstrou a força de grupo.

É assim, como esse conjunto de fatores, que o time traz esperança ao torcedor, aumentando a confiança e a fé de um ano e tanto.

No velho ditado, com um bom time se ganha jogo e com grupo se vence um campeonato. Com um elenco forte e fechado com o treinador, e com uma única competição pela frente, o Galo mantem o favoritismo neste complicado 2020.

Cruzeiro tem a terceira vitória contra o Figueirense, zera dívida e já soma pontos na série B do Brasileiro

Cruzeiro bate o Figueirense e segue invicto na competição (Foto: Gustavo Aleixo/Divulgação). No destaque, Marrony marca dois gols na vitória do Atlético contra o Ceará (Foto: Agência Galo)

Surpresa agradável tem sito a campanha do Cruzeiro na série B do Brasileirão. Completou a terceira rodada com três vitorias, sendo duas fora de Belo Horizonte.

Para time que vem sendo montado, com peças chegando para reforçá-lo, além de ter começado a campanha com seis pontos negativos, o Cruzeiro segue bem neste início de competição.

Os resultados em campo têm superado as expectativas. Se não fosse a perda de pontos, estaria na liderança isolada. Com a penalidade, fica com a nona colocação, tendo à frente duas partidas subsequentes que lhe repasso o favoritismo.

O Cruzeiro enfrenta o Chapecoense em casa no meio desta semana. E no domingo pega o Confiança, em Aracajú, no Sergipe.

O time não tem sido brilhante, longe disso. Mas vem sendo muito bem armado pelo treinador Enderson Moreira. Sabedor das fragilidades e deficiências, ele tem postado taticamente o time em campo.

E assim tem conseguido tirar o máximo de cada atleta, fazendo prevalecer um trabalho de marcação e posicionamento que tem neutralizado até então os seus adversários.

“Prefiro mil vezes jogar mal e vencer”, esta é a tônica que tem se feito verdadeira. Foi o que se viu na última vitória contra o Figueirense, em Florianópolis, Santa Catarina.

O torcedor que me lê com certeza comentou o lance bizarro e a origem do gol vitorioso do Cruzeiro, este de Mauricio. O lance foi, sem dúvida, o mais difícil para o narrador esportivo descrever.

Citei até na Rádio Itabira durante a transmissão que o lance me remeteu aos tempos de chuva intensa e peladas de várzea com o campo alagado, quando a bola fica presa na poça d’água, enquanto pernas e mais pernas entre chupes e furadas vão se sucedendo, numa insana tentativa de ficar com a bola.

Foi assim que relatei o lance: ela, bola inteligente e qualificada, se desprendeu da bagunça se oferecendo ao Mauricio, que a colocou onde ela melhor se sente, nas redes.

O Cruzeiro naquele momento não estava por merecer a vitória. Mas conseguiu seu intento, com a terceira vitória no campeonato, mas conseguiu levando com este a terceira vitória.

Se vencer é o que importa, que seja sempre assim, já que importa somar pontos para retornar à competição em que deve sempre ficar – um retorno ao lugar que será novamente seu, por direito conquistado em campo.

Vitórias alegram jogadores e aumentam a confiança. Elas fazem bem, sobretudo, neste momento, para os que administrativamente tentam reconstruir o clube e para os que em campo vão jogar em busca de novas vitórias. É assim que o torcedor volta a acreditar que dias melhores virão.

Mesmo com bom time, América tem perdido pontos importantes em casa

América perde pontos em casa e tem maratona de jogos na série B do Brasileiro e na Copa do Brasil (Foto: Mourão Panda/Divulgação)

Já escrevi aqui e volto a repetir: o América está na frente dos oponentes, tem um time arrumado e bem treinado.

O problema é que tropeçou duas vezes seguidas dentro de casa contra adversários intermediários. Deixou assim escapar, no Independência, cinco pontos importantes.

Acorda América. E não se esqueça de que hoje só não está disputando a série A por ter perdido, no ano passado e em casa, um jogo para um adversário que já tinha sido rebaixado para a série C.

É preciso ter postura de time grande e se impor contra os adversários. Se assim não for, não vai passar de ter apenas mais um ano com boa estatística.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM

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1 Comentário

  1. Caro Luiz, o nosso querido editor, um atleticano, sugeriu a mim assistir o jogo e eu queria mas não encontrei um sítio que estivesse transmitindo e o meu radinho está sem pilhas.
    Sugiro que você faça uma matéria contando a história do Valério Doce, que tal?
    Ah! eu sou Fluminense, sou tricolor com muito prazer!

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