Com vitória de virada em Goiânia, Atlético já é líder do Brasileiro com uma partida a menos
Luiz Linhares*
O Atlético aos poucos vai se encaixando por completo, ao estilo do seu exigente treinador. Após uma semana conturbada, e de ações desnecessárias e negativas para o relacionamento entre diretoria e torcida, em tudo foi colocado um pano quente. Pode ter afastado de vez a possibilidade de uma crise em que até ao grupo de jogadores poderia ter consequências.
O fato que considero o termômetro para a paz nesse confronto, repito, desnecessário de diretoria / torcedor, foi a manifestação de apoio realizada pela torcida Galoucura no Aeroporto ante a chegada da delegação para embarque a Goiânia.
Uma festa e tanto para um time que pode ser em breve campeão. Por outro lado, ficou um recado claro de um apoio incondicional e uma lembrança para aqueles que não acreditavam na força de uma torcida com objetivo.
Com a bola rolando em Goiânia o que se viu foi um misto de tudo que se espera do argentino Sampaoli. Um time que joga e deixa jogar, uma partida movimentada com sete gols, momentos de apreensão, outros de pura qualidade e uma considerável evolução no quesito finalizar para o time alvinegro.
O Atlético criou muito, sofreu defensivamente em vários momentos, mas foi super cirúrgico quando necessário. Em síntese, venceu com méritos e louvor para o Keno que até então vinha sendo o campeão de desperdício em gols quase feitos. Desta vez, fez três gols e foi o nome do jogo.
Na tabela está na liderança isolada e com um jogo a menos. Nada ainda confortável quando se trata de Sampaoli. E bom lembrar também, embora as falhas iniciais, acabou sendo um certinho e sem surpresas, com todo dando certo ao final da partida.
Para finalizar: o bom goleiro Rafael, que foi durante anos reserva no time azul, acredito que terá de voltar para o banco, mantendo-se como um reserva à altura para, se precisar, entrar em jogo e não decepcionar. Pelo que se viu na partida contra o seu xará, o Atlético tem novo goleiro titular: Everson fez grandes defesas e já demonstrou que sabe também jogar com os pés.
Cruzeiro é derrotado no estádio Rei Pelé, em Alagoas, e já flerta com o Z-4 da série B
Considero ainda muito cedo para a torcida cruzeirense crucificar Nei Franco. Foi a sua primeira derrota no comando do time. E que derrota, decepcionante, contra o fraco CSA, no estádio rei Pelé, em Maceió, Alagoas.
Em campo, o que os jogadores mostram foi como não se joga futebol. Apresentaram defeitos que vem de bom tempo, com falhas grotescas e de posicionamento defensivo. O que se viu foi um meio campo sem poder de criação e um ataque praticamente cardíaco.
O que tudo isso significa? O que já estamos cansados de saber: o time é fraco, o que inclui os onze titular e nas peças que podem ser usadas. Para se mudar tudo isso passa pela grave crise financeira, pela falta de crédito, por punições constantes e um buraco sem tamanho no orçamento do clube.
Certo é que um terço do turno inicial já se foi e reação urgente se faz necessária. É preciso muito mais do que uma mágica que saia da cartola, um milagre que consiga fazer atletas medianos pelo menos virarem fortes guerreiros.
A história futebolística mostra reações anormais que aconteceram em várias situações. No ano passado, por exemplo, o América mesmo mostrou força de reação, saindo da lanterna para chegar na ultima rodada dependendo apenas de si,
Não pode o Cruzeiro esperar pelo pior momento. A reação em que ocorrer agora. Mas para isso é preciso que a diretoria consiga estancar a punição que não lhe permite contratar agora e que um ricaço de sangue azul se faça presente.
América tropeça em casa e se afasta da liderança da série B do campeonato Brasileiro
Como era a minha preocupação na semana passada, o América fez aquilo que não deveria no Brasileiro: perdeu em casa para o fraco Figueirense.
Com a derrota, se distanciou um pouco da liderança da disputa. O Coelho abriu mão em prol da grana da Copa do Brasil.
Mas para isso é preciso vencer a Ponte Preta em casa de forma simples, após o empate em Campinas, para garantir nas oitavas da competição nacional e boa grana na conta bancária.
Vexame
Para fechar a crônica esportiva da semana, na Libertadores das Américas, que recomeçou as disputas, sem ter um time mineiro na competição – o que nos traz uma tristeza imensa e uma sensação de vazio.
Serve-se, sobretudo para torcida atleticana, a derrota vexaminosa do Flamengo, que caiu de cinco em solo equatoriano.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM