Colômbia tem a primeira mulher negra eleita vice-presidente

A vice-presidente eleita da Colômbia, Francia Márquez, com Arielle Franco, irmã de Marielle Franco

Foto: Divulgação

Rafael Jasovich*

Francia Márquez, mãe solteira e ex-dona de casa, será a primeira vice-presidente negra da Colômbia depois que uma votação histórica no domingo elegeu o primeiro presidente de esquerda do país, Gustavo Petro.

Diante de um fundo estampado com a frase “a mudança é imparável”, Márquez agradeceu aos apoiadores de toda a Colômbia por ajudarem sua chapa em um discurso transmitido de Bogotá.

“Após 214 anos, conseguimos eleger um governo do povo com as mãos calejadas, um governo popular… o governo dos ninguéns da Colômbia”, disse ela.

Francia Márquez é uma célebre ativista ambiental cuja oposição à mineração de ouro em seu município natal a fez receber o prestigioso Prêmio Ambiental Goldman em 2018 — bem como ameaças de morte de grupos armados ilegais.

Além de atuar como vice-presidente de Petro, Márquez deve liderar um novo ministério da igualdade para desenvolver suas ideias centrais de impulsionar os direitos das mulheres e ajudar os pobres a ter acesso à saúde e à educação.

Sua ascensão política durante a campanha segue amplas demandas por mudanças e crescente preocupação com temas socioambientais.

A popularidade política de Francia Márquez é parte de uma tendência na Colômbia, onde a população busca uma mudança e as questões socioambientais estão se tornando cada vez mais relevantes.

A vice-presidente eleita da Colômbia, Francia Márquez, já entrou na mira da turma bolsonarista menos de 24 horas depois de sua chapa, encabeçada pelo esquerdista Gustavo Petro, vencer o pleito presidencial do país.

Conhecida por ser uma ativista do meio ambiente e dos direitos humanos na Colômbia, Márquez participou de um evento com Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, em março de 2022, no qual reforçou o coro de justiça pela morte da vereadora, ocorrida em 2018.

Uma foto da vice-presidente ao lado de Anielle, segurando uma faixa onde se lê “Justiça por Marielle”, já foi o suficiente para provocar reações dos apoiadores mais radicais do presidente

O capitão se manifestou acusando o presidente eleito de ser um ex-guerrilheiro, sentindo-se incomodado pelo que virá em 2 de outubro.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, ativista da Anistia Internacional.

 

 

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