A terceira via
Foto: EBC
Rafael Jasovich*
A terceira via tem chances de eleger presidente? Ao meu entender não. Os critérios para a escolha do presidenciável dividem os partidos que formam o grupo. Ainda não há um consenso sobre o que, afinal, será determinante na definição do candidato único.
Para a pré-candidata do MDB, a senadora Simone Tebet, o critério para definir o nome da terceira via deveria ser o índice de rejeição. Óbvio, ela não tem rejeição porque não tem votos.
A terceira via é uma confluência de lideranças de centro e centro-direita. Tem, entretanto, mostrado dificuldade para se diferenciar e ganhar espaço nas pesquisas de intenção de voto.
A menos de seis meses da eleição, aspirantes a candidatos tentam se firmar como nomes competitivos.
As eleições presidenciais de 2022 serão um plebiscito sobre o atual governo. Sendo assim, uma potencial candidatura da terceira via tem potencial maior de tirar voto do chefe do Executivo e menos do candidato do PT que lidera as pesquisas nacionais.
Alguém tem dúvida de que Moro, Doria, Simone Tebet e Eduardo Leite não são petistas? E que os seus eleitores, em sua maioria, certamente não votam em Lula.
Enquanto a terceira via não sair da eleição de 2018, vai ser uma referência numérica bem pequena.
Para crescer, ela tem que ser contra ou a favor do Bolsonaro.
Mas para crescer, e acho que o Lula já está no segundo turno, tem que bater no Bolsonaro nos próximos três meses.
Mas isso é difícil de acontecer já que o DNA é de direita e os potenciais candidatos dessa via também querem os votos de bolsonaristas.
Na neutralidade não se vence uma eleição. É preciso se posicionar, o que é válido também para o eleitor.
Nas próximas eleições, ou se é a favor ou é contra o governo. Ficar neutro, em cima do muro, é dizer sim ao que está aí com todas as consequências.
*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, ativista da Anistia Internacional.
Infelizmente as eleições no Brasil se polarizam.
Os eleitores deveriam votar no primeiro turno no candidato ou na plataforma de governo que mais lhe convém ou agrada, não sendo eleito, então é ver um outro candidato para o segundo turno.
Isto da polarização é o tal do voto útil que tanto o PT com o Lula combateram nas eleições que o Color de Mello e o Fernando Henrique foram eleitos.