“Ainda estou aqui” rende primeiro Globo de Ouro ao Brasil, com Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva
Lula com Fernanda Torres, em encontro anterior: presidente parabeniza atriz pela estatueta do Globo de Ouro
Foto: Ricardo Stuckert/PR
As atrocidades da ditadura militar mostradas ao mundo abrem possibilidades para o cinema nacional retratar outros casos de torturas e perseguições políticas, para que não se repitam nunca mais
Fernanda Torres fez, mais uma vez, história no cinema brasileiro, dessa vez ao se tornar a primeira atriz do país a ganhar o Globo de Ouro de melhor intérprete na categoria Drama. A premiação aconteceu neste domingo (5) em Los Angeles.
Fernanda foi premiada por sua atuação no filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, no qual interpreta Eunice Paiva, uma advogada que busca descobrir o paradeiro de seu marido, Rubens Paiva, desaparecido durante a ditadura militar brasileira.
Em seu discurso de agradecimento, Fernanda Torres emocionou o público ao dedicar o prêmio à sua mãe, Fernanda Montenegro – e também ao destacar o poder da arte em tempos difíceis. A vitória foi uma surpresa, já que Torres concorria com grandes nomes de Hollywood como Nicole Kidman, Angelina Jolie, Kate Winslet, Tilda Swinton e Pamela Anderson.
Antes de Fernanda Torres, outras grandes atrizes brasileiras indicadas ao Globo de Ouro, como Sonia Braga e sua própria mãe, Fernanda Montenegro.
Reconhecimento internacional
Essa vitória também impulsiona suas chances de ser indicada ao Oscar de melhor atriz, além de fortalecer a campanha de Ainda Estou Aqui pelo prêmio de melhor filme internacional.
A mídia internacional, incluindo veículos como o Los Angeles Times e a Variety, destacou a importância e a surpresa da vitória de Fernanda Torres.
Com o prêmio, a atriz não só alcança um marco em sua carreira, mas também representa um grande passo para o cinema brasileiro no cenário mundial.
É que as atrocidades da ditadura militar mostradas ao mundo em Ainda Estou Aqui abrem possibilidades para o cinema nacional retratar outros casos de torturas e perseguições políticas, para que não se repitam nunca mais.
Testemunho ocular
Ainda Estou Aqui é baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, filho de Eunice Paiva, que ainda menino testemunhou toda essa tragédia familiar.
Ele narra a luta da advogada para desvendar o desaparecimento de seu marido durante a ditadura militar.
O filme, uma produção original do Globoplay, já atraiu mais de três milhões de espectadores no Brasil e deve continuar ganhando popularidade com o reconhecimento internacional.
Fontes: Agência Brasil, Folha de S.Paulo.