Leleca é uma metáfora sobre o não conformismo

A escritora itabirana Josiany Duarte, professora alfabetizadora e de Língua Portuguesa, lança o seu primeiro livro de literatura infantil (Leleca: a lesma que queria ser diferente), quinta-feira (21/12), às 18h, no foyer da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.

Josiany, com a filha Victória Morais Duarte, lança seu primeiro livro quinta-feira no Centro Cultural (Fotos: Divulgação(

Conforme descreve a autora, “Leleca é uma lesminha muito charmosa, sonhadora e comilona que vive em um jardim cheio de amigos que a amam. No jardim, ela vive muitas aventuras para realizar seu grande sonho: ser diferente.”

Trata-se de uma metáfora do não conformismo – e também um pouco do que a escritora procura em sua vida: ser diferente. “Já nasci contrariando as teorias e previsões. Tenho gosto pelos singulares, pelos plurais e pelos compostos. Queria ser árvore (o poeta Manoel de Barros é sabedor da vida!) e falar com os passarinhos, sentir a força do vento, a delicadeza da chuva ou a força da tempestade. Presenciar o tempo passando, as histórias tecidas e o mundo girando”, escreve Josiany em sua autobiografia.

Ainda segundo a autora, o seu livro é uma história sobre desafios, sonhos, aventuras e descobertas. “Fará você se apaixonar por Leleca e seus amigos”, assegura a autora, sem modéstia “Depois de conhecer Leleca, o leitor irá descobrir que há muitas formas de ser diferente”, propõe.

“São as histórias simples e a intensidade dos dias que me ensinam o sentido do espetáculo da vida. Gosto de descobrir o mundo e de vê-lo pelos ângulos mais bonitos.”

Capa do livro de Josiany, ilustrado por Laz Muniz

O livro é ilustrado pelo desenhista e cartunista Laz Muniz – e deve ser parte da coleção de toda criança que tem curiosidade de conhecer o novo e também o gosto pela leitura, que deve começar cedo.

“Sorrisos, cores, sons, flores, perfumes e o privilégio de ser mãe me encantam e alimentam meus sentidos”, afirma a escritora, para quem escrever e contar histórias são caminhos que escolheu para conhecer e reconhecer o mundo

“No entanto, desconfio, seriamente, que foi o mundo que me escolheu para caminhar esses caminhos. Sou bem assim: escandalosamente intensa.”

Graça Lima, professora de literatura, escreve sobre livro e autora

Um pouco de muito

“As pessoas dedicadas à literatura, seja na área da autoria, da edição, da crítica ou do ensino, sabem muito bem que se acham inscritas em uma relação com um objeto cultural fino, frágil, leve e desafiador. Em se tratando de obras voltadas ao público infantil, a empreitada parece ser mais exigente, consideradas as peculiaridades dos leitores em função de quem se concebem e se editam livros para entretenimento e formação do gosto e do prazer da leitura.

Josiany, atuante no magistério, em especial no segmento da educação infantil, tem sólida formação em Letras aliada a um espírito sensível e admirável criatividade em relação aos processos artísticos, o que se manifesta tanto em momentos de desinteressada fruição, quanto em situações pontuais de ensino e aprendizagem. Agora, deu um corajoso passo rumo à publicação.

Leleca, simpática personagem desta história, vive um conflito existencial que a deixa entristecida: acomodar-se à monotonia da vida de lesma ou lançar-se ao sonho de um viver mais estimulador e engraçado? Assim, lança-se em experiências diversas, algumas divertidas, outras nem tanto. Mas sempre impulsionadoras.

Só lendo a obra, podemos conhecer melhor Leleca e sua capacidade de transformação”, escreve Graça Lima, mestre em Linguística pela UFMG.

 

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9 Comentários

  1. Parabéns Josiany pela linda iniciativa! Esse universo da leitura e da confecção de sonhos encorajadores, é de grande importância no crescimento positivo das crianças! Sucesso!

  2. De um poeta Manoel de Barros, que ofereço a escritora Josiany:

    Garça
    A palavra garça em meu perceber é bela.
    Não seja só pela elegância da ave.
    Há também a beleza letral.
    O corpo sônico da palavra
    E o corpo níveo da ave
    Se comungam.
    Não sei se posso por tantã dizendo isso.
    Olhando a garça-ave e a palavra garça
    Sofro uma espécie de encantamento poético.

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