Da fobia aos novos holocaustos

Para não se esquecer de lembrar do grande holocausto: seis milhões de judeus foram assassinados em campos de concentração durante a Segunda Guerra; regime nazista também matou integrantes de outras minorias, como ciganos e homossexuais

Foto: Russian Government/
Agência Senado

Veladimir Romano*

Quando meios de informação através das notícias jogam sentimentos, adulterando ou procurando derramar leituras por onde o ódio toma lugar, se perde a esperança do verdadeiro serviço e sacerdócio no entendimento das causas válidas no direito mais elementar do ser humano.

Jornalismo não é uma fabricação programada para fobias por causa de conflitos que nunca deveriam ter começado e, num momento qual, a brutalidade acontece um pouco pelos continentes sem que a ONU saiba descobrir antídotos mágicos trazendo algum feliz raciocínio político, normalização dos acontecimentos diários e paz social.

Infelizmente difícil de encontrar, a não ser uma persistente esquizofrenia instalada nas instituições originando continuados afrontamentos com altos responsáveis rapidamente esquecendo a tão concorrida Cúpula de Bucareste de 2008, onde a diplomacia russa avisou em bom som contra onda avassaladora de aumento das fronteiras militares levadas a cabo pela OTAN, mediante fervorosa insistência anglo-norte-americana puxando a corda no pescoço da Rússia. Dmitri Rogozin, diplomata especialista em assuntos militares, considera este avanço e novos incentivos de adesão, em particular na região das fronteiras a Leste, uma “péssima surpresa”.

Antes do conflito agora destruindo vidas e bens, durante 2008, em sindicâncias locais sobre adesão ao acordo desta Aliança Atlântica, 77% de ucranianos foram contra e na Rússia, 65% igualmente afastaram tamanha ideia da entrada dos seus países em dito tratado.

Entretanto, mediante veladas ameaças do avanço das tropas ocidentais com instalação de material militar cada vez ocupando territórios perto das fronteiras russas, na época, o presidente Dimitri Medvedev, mandou incrementar em larga escala os mais modernos armamentos [que nem ainda foram aplicados no atual conflito].

Lições históricas já deveriam ter sido aprendidas, no essencial, qualquer grande guerra sempre começa num bem pequeno ou falso desentendimento; daqui, com clareza, saltarão ódios e logo construção de caminhos abertos por outros novos holocaustos.

O negócio central da badalada política da tal “segurança coletiva”, nada mais do que outro enorme equívoco na ordem do fantástico, coisa ilusória empurrando o mundo para zona de catástrofe, suscita maior intervenção nas ruas das populações e na escolha de sérios, empenhados dirigentes pela humanização das sociedades num mundo caminhando a passos largos ao fosso lamacento das origens medievais.

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.   

 

 

 

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1 Comentário

  1. Putinho tinha toda a razão, mas a perdeu quando começou a jogar as bombas em riba dos ucranianos, infelizmente.
    Mas continua tendo razão dos reclames contra a OTAN/NATO e sua sanha armamentista e expansionista.

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