“Vida longa para as minas de Itabira”, preconizou o ex-diretor Viveiros em 2003 na Acita
Se o futuro confirmar a possibilidade de exploração em larga escala de minério de ferro por meio de minas subterrâneas, a Vale pode mesmo permanecer em Itabira por muito mais tempo que o prazo divulgado para a exaustão das Minas de Itabira em 2029, para a Securities and Exchange Commission (SEC), por meio do relatório Formulário 20,
Se viabilizada a mina subterrânea, pode ser factível a previsão, feita no auditório da Acita, em 2003, pelo então diretor José Francisco Viveiros, de que Itabira teria minério para ser explorado por mais de 60 anos. Leia mais aqui.
De acordo com o que informou o ex-diretor Viveiros, com as prospecções geológicas realizadas no início deste século, as reservas de Itabira saltaram de 677 milhões de toneladas para 1,135 bilhão de toneladas.
Isso enquanto os recursos tiveram um acréscimo ainda maior: de 2,8 bilhões passaram para 3,9 bilhões de toneladas. “São as nossas reservas futuras”, ufanizou o ex-diretor Viveiros naquela ocasião. E ele pode estar certo. Leia também aqui.
Feitas as contas, se esses recursos forem mesmo transformados em reservas, o horizonte de exaustão das minas de Itabira se estenderia até 2063.
Isso para alegria de muitos e tristeza dos que querem ver o fim do minério, para se ter em Itabira uma economia diversificada, tendo as minas exauridas para compor um futuro museu da mineração, fonte alternativa de renda e impostos com atração de turistas.
Viabilidade
Como bem acentuou Rodrigo Chaves, ex-gerente do complexo de Itabira, o preço do minério é fator decisivo para viabilizar um novo projeto minerador. É o que está ocorrendo agora com os preços da commodity, que já bateu na casa de US$ 160 a tonelada para minério com teor de ferro acima de 62%.
E para cada percentual a mais de ferro há um acréscimo nesse valor. O minério de ferro mais puro contém 69% de ferro. A hematita exaurida do Cauê alcançava até 66% de teor ferrífero.
A notícia ufanista do ex-diretor Viveiros teve uma informação adicional ainda mais animadora para os que querem ver a continuidade da mineração no município. “Os limites da mineração permanecem os mesmos. Não haverá expansão das minas para além do ‘pit’ (fronteira) atual”, assegurou o então diretor na reunião com os empresários itabiranos.
A Vale trabalha com planejamento estratégico, que muda com o desenvolvimento tecnológico
Sobre esses recursos adicionais, assim se referiu o ex-gerente Rodrigo Chaves, em palestra em dezembro de 2011, no Café com Prosa com alunos da Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio (EEMZA).
“A Vale trabalha com planejamento estratégico, tendo pela frente um horizonte de exploração mineral até 2030. Mas isso não quer dizer que as nossas reservas irão acabar nessa data. Em 1940 diziam que teríamos minério por 30 anos e que em 1970 o minério de Itabira iria acabar”, relatou o ex-gerente das minas de Itabira aos estudantes.
De acordo com Chaves, o que determina a vida útil de uma mina é o mercado, conhecimento, tecnologia, além da viabilidade socioambiental.
“Se o impacto for prejudicial à comunidade, não temos como prosseguir. A continuidade da mineração está relacionada com a responsabilidade socioambiental, não é só econômica.”
Perguntado por uma aluna se é verdade que as reservas de minério de Itabira mergulham do Cauê em direção à cidade, Rodrigo Chaves respondeu afirmativamente.
“Isso quer dizer que iremos tirar a cidade de onde está? Não, mas é uma verdade. Temos minério debaixo da Vila Paciência, do hospital (Nossa Senhora das Dores)”, afirmou.
Conceição
Mas não serão esses recursos que devem ser explorados pela Vale com a alternativa de minas subterrâneas. Pelo que foi apurado pela reportagem deste site, esse recurso adicional, que pode prolongar a vida útil do complexo de Itabira, está localizado na mina Conceição.
Por não impactar a cidade, é bem provável que a extração desse recurso por galeria subterrânea seja viabilizada. E se for mesmo com predominância de hematita, o volume de material estéril é pequeno.
“Corresponde a pouco mais de um terço do que será removido para extração do minério. E pode voltar para as galerias na medida em que essas vão se exaurindo, o que é também solução ambiental para a Vale”, explica um engenheiro ouvido pela reportagem na condição de anonimato.
Portanto, se assim for, vida longa para as minas de Itabira. E que isso aconteça com responsabilidade e compensações ambientais que devem ser debatidas com a sociedade itabirana por ocasião do licenciamento ambiental. Isso se for mesmo viabilizada a hipótese de transformar esse recurso em reserva a ser extraída por minas subterrâneas.
Excelente matéria, isso de certa forma caso seja uma futura realidade , ou seja teremos ainda os recursos da Vale . Nos deixe confortaveis como munícipes . Mas foi justamente este comodismo que nao foi culpa dos Itabiranos e sim dos politicos que estamos atualmente em estado de alerta e incertêzas . Se neste tempo todo de exploração mineral nossos gestores tivessem trabalhado o mínimo diante de tanto dinheiro que rolou nos cofres do município, visando esta situação eminente , com certeza estaríamos tranquilos diante de uma debandada da empresa . O atual prefeito falou sim em várias soluções que poderiam viabilizar a continuidade econômica do Itabira , porque só assim este lugar ainda poderia estar no mapa , inclusive o aproveitamento das coisas que seriam abandonadas pela Vale para serem utilizadas como uma fonte de recursos , visando uma possivel salvação pra cidade , com certeza uma idéia super interessante e apropriado. O sujeito fala sobre uma possível utilização e aproveitamento dos trilhos , e olha que foi só uma ideia é não uma promessa , os do contra fazem xacótas .Êta vidinha besta !!! Só não entendo essa parte da matéria;;;;;Isso para alegria de muitos e tristeza dos que querem ver o fim do minério, para se ter em Itabira uma economia diversificada, tendo as minas exauridas para compor um futuro museu da mineração, fonte alternativa de renda e impostos com atração de turistas.