Vice-prefeito de Itabira já não vê mais demônios na Prefeitura e diz não ter condenado a nova secretária de Educação

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Em vídeo divulgado na rede social, o vice-prefeito Marco Antônio Gomes (PL) disse que foi mal-entendido com o áudio, vazado de uma rede de relacionamento de pastores itabiranos, quando reforça o posicionamento do publicitário Dalton Albuquerque, presidente do Partido Social Cristão (PSC), contra a nomeação da professora Laura Souza para a Secretaria Municipal de Educação.

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Segundo ele, em momento algum ele condenou a nova secretária por ser casada com uma mulher e ativista do movimento municipal LGBTQIA+ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, travestis, transgêneros, queer, intersexuais, assexuais e mais o que se quiser ser).

Sempre falando em nome de Jesus, com seguidas citações bíblicas, o pastor da igreja Batista Central disse não ter julgado a nova secretária. “Não julgueis para vocês não serem julgados”, disse ele, citando Mateus, capítulo 7, versículo 1.

“Eu não estou aqui para julgar pessoas. Posso, como cidadão e vice prefeito, concordar ou não com os fatos de nossas vidas. Vocês têm ouvido um áudio no qual, de maneira nenhuma, julgo a nova secretária de Educação, não estou aqui para julgar a questão pessoal da nova secretaria. Pelo contrário desejo a ela sorte e que seja abençoada nesta nova missão.”

Sem explicações

Mas o vice-prefeito não explicou o motivo de ter-se posicionado contra a nomeação da nova secretária. Assim como não explicou o motivo de ser contra a instituição do Conselho Municipal LGBTQIA+ em tramitação na Câmara Municipal. Essas explicações ele continua devendo à sociedade itabirana, não apenas aos evangélicos.

Como ele, o Conselho de Pastores de Itabira (Conpai) também se posicionou contra a instituição de uma politica municipal da diversidade e criação do comitê. “Não é justo que um grupo específico tenha privilégios.” (sic).

Para os pastores itabiranos, os projetos em defesa da diversidade encaminhados pelo prefeito Marco Antônio Lage (PSB) para apreciação e votação na Câmara Municipal são um retrocesso.

“É preciso cumprir o que a Constituição já assegura. Ademais todas as questões sociais já são tratadas nos conselhos existentes”, diz a nota divulgada pelo Conpai.

Ora, se é assim, não deveriam existir também os conselhos municipais do Meio Ambiente, da Saúde, da Criança e do Adolescente, já que toda legislação pertinente se encontra postas na legislação federal.

Como não deveria existir também o próprio Conpai, seguindo a “lógica” desse sofisma pastoral, uma vez que a Constituição Federal assegura a liberdade religiosa e até mesmo a isenção de impostos sobre todos os recursos arrecadados pelas igrejas.

Sem demônios

O vice-prefeito volta atrás também em suas críticas à administração da qual participa. E não vê mais demônios na Prefeitura.

“Andam deturpando o que falamos. Marco Antônio Lage, eleito pela comunidade itabirana, nós estamos juntos por uma nova Itabira, juntos para banir tudo o que temos enfrentados: pandemia, chuvas torrenciais, problemas em todas as áreas.”

E segue dizendo que “temos um projeto, que foi prometido em campanha, e que iremos cumprir. Por isso, amados, que Deus abençoe. Estamos juntos.”