Bairro Campestre recebe projeto-piloto de conteinerização da coleta de resíduos urbanos em Itabira
Equipes de Educação Ambiental da Itaurb percorreram as residências explicando aos moradores do bairro Campestre como será a nova gestão de recolhimento de resíduos urbanos na cidade
Fotos: Filipe Augusto/ Ascom/PMI
A coleta de resíduos de casa em casa por meio garis é um trabalho estafante, insalubre e perigoso. E pode estar com os dias contados em Itabira. Como se sabe, trata-se de uma atividade insalubre em grau máximo, uma vez que os garis ficam sujeitos à condições de trabalho que prejudicam a saúde, com o contato com resíduos urbanos.
É também um trabalho perigoso, que atenta inclusive contra o Código Nacional de Trânsito, como os trabalhadores pendurados na traseira dos caminhões coletores, correndo risco de acidentes graves, como quedas, além de ferimentos com objetos cortantes.
Os garis enfrentam longas jornadas de trabalho expostos ao sol e ou a chuvas, sob condições climáticas adversas, carregando pesos em movimentos repetitivos. Daí que a estafa mental e física é comum nesses trabalhadores que desempenham papel fundamental na limpeza e recolhimentos de resíduos nas cidades, mesmo que às custas da deterioração da saúde.
Nas cidades modernas, com administrações que preocupam com essas condições desumanas de trabalho, esses profissionais tem deixado de existir, transferidos para outros setores menos extenuantes e sem as condições insalubres e inseguras sob as quais ainda estão sujeitos.
Modernização

Em Itabira, até que enfim a administração municipal dá o primeiro passo para que essa categoria de trabalhadores deixe de existir, abrindo novas perspectivas para a ocupação desses profissionais da limpeza urbana.
Sem prejuízo da coleta de resíduos urbanos, a Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb) deu início à modernização da coleta de lixo na cidade, por meio de contêineres.
O objetivo é também oferecer mais autonomia aos moradores e mais segurança para os servidores da empresa, que não ficarão mais expostos aos riscos de acidentes, transitando nas traseiras dos caminhões coletores.
O projeto-piloto teve início com o lançamento da campanha “Jogue limpo com Itabira”, na tarde dessa quarta-feira (26), na praça Vereador José Máximo Resende, no bairro Campestre, com a introdução da conteinerização dos resíduos urbanos, com 124 equipamentos de mil litros instalados em 64 pontos do bairro.
A conteinerização consiste no processo de dimensionar e distribuir contêineres de mil litros – orgânico e reciclável – em ruas e avenidas ou Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) a cada 150 metros. Com isso, a coleta de resíduos é adaptada e passa a operar de maneira mecanizada, uma vez que o descarregamento dos contêineres é feito pelo próprio caminhão.
De acordo com estudo realizado pela Itaurb, entre as vantagens operacionais da conteinerização estão as reduções do índice de acidentes no trabalho, que cai 85%. Reduz também em 35% do consumo de combustível, ao permitir um melhor aproveitamento da frota e das equipes de trabalho.
“O investimento em contêineres faz parte do planejamento operacional da Itaurb a médio prazo, focando em modernização dos serviços e na redução de custos”, explica o diretor-presidente da Itaurb, João Mário de Brito.
Para a população, os contêineres oferecem diversos benefícios que vão além da autonomia de descartar o lixo a qualquer momento do dia, como também por facilitar a organização e o controle da coleta.
Outro benefício adicional deve acontecer com o aumento do índice de recolhimento dos resíduos recicláveis, com os resíduos coletados em sacos plásticos deixando de deteriorar com as chuvas e de se espalhar com a ação de animais de rua.
Elimina também o odor e a poluição visual, além de minimizar a proliferação de insetos e animais transmissores de doenças. Tudo isso com a vantagem adicional de impedir o contato da população e dos garis com esses resíduos.

Campestre foi piloto na coleta seletiva
A escolha do bairro Campestre para dar início do projeto-piloto tem uma explicação, apresentada pelo prefeito Marco Antônio Lage.
“É um bairro que reúne todas as condições para esse experimento, pois nos permite planejar, a partir de agora, a conteinerização dos resíduos em toda a cidade”, disse o chefe do executivo itabirano, para quem trata-se de um passo à frente na coleta de resíduos na cidade.
O bairro Campestre foi também o primeiro a ter o serviço de coleta seletiva, em 1991. Tem uma topografia que se assemelha ao que é observado nos outros bairros, com sucessões de aclive, declive e baixadas –, ruas e grande avenida. Oferece ainda descartes variados, originados de residências, pontos comerciais, escolas, praças, pontos turísticos, prédios públicos e hospital.
Outro fator importante considerado para o desenvolvimento desse projeto-piloto foi a faixa etária da população local.
Segundo informações do geoprocessamento municipal, o bairro Campestre concentra moradores acima de 60 anos na região do Senai, pessoas mais jovens na região das secretarias de Saúde e Educação, e população mista na região do parque Bela Camp.
O bairro dispõe de 1.103 residências, 25 vias, com uma população de cerca de 3.309 habitantes em uma extensão territorial de 9,93 quilômetros.
Faça parte dessa mudança
Para que a conteinerização do lixo se transforme em mais um caso de sucesso, como foi a coleta seletiva, é fundamental que a população saiba utilizar os equipamentos.
Para isso, a equipe de Educação Ambiental da Itaurb, no mês passado, visitou as residências do bairro Campestre apresentando o novo modelo e esclarecendo dúvidas. É que a participação dos moradores é fundamental nesse novo modelo de gestão de resíduos urbanos, destinando de maneira correta os sacos plásticos nos contêineres.
Em cada ponto de coleta, sã disponibilizados dois contêineres, sendo o azul para resíduo orgânico e o verde para o reciclável. Ambos devem ser descartados somente em sacos e sacolas bem amarrados. Além disso, as tampas dos equipamentos devem ser sempre fechadas por quem descarta os resíduos nos contêineres.
A higienização dos contêineres será feita mensalmente ou conforme a necessidade. Para isso, os moradores podem e devem contribuir, comunicando à Itaurb por WhatsApp (3833-4000) e ou pelo telefone (3833-4010) para relatar algum problema com o mau acondicionamento dos sacos com resíduos.
Para isso, é importante a colaboração dos moradores, que podem entrar em contato com a Itaurb a qualquer momento para relatar problemas, solicitar assistência e esclarecer dúvidas.