Vale confirma ao Codema que não vai mais trazer minério de ferro de Conceição do Mato Dentro para processar em Itabira
A usina Cauê, que foi reformada e ampliada recentemente, não vai receber minério da serra de Serpentina
Carlos Cruz
A mineradora Vale, em correspondência encaminhada ao Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema), lida na reunião de sexta-feira (11), confirma que descartou a alternativa de trazer minério de ferro da serra de Serpentina, localizada em Conceição do Mato Dentro, para ser beneficiado (concentrado) nas usinas do Complexo Minerador de Itabira.
Essa alternativa, que estenderia por mais tempo a vida útil do complexo minerador local, foi anunciada pela própria empresa assim que foi divulgada a notícia de que estaria próxima a exaustão do minério de Itabira, cujo horizonte já foi anunciado para 2015, depois protelado para 2028, e agora informa que só deve ocorrer para além de 2041.
Leia aqui:
Vale anuncia, em Nova Iorque, que tem minério nas minas de Itabira por mais duas décadas
E aqui:
Previsão da exaustão do minério de Itabira tem mudado com o tempo nos relatórios da Vale
Panaceia
“Há anos isso (o beneficiamento do minério de Serpentina nas usinas locais) vem sendo ventilado em Itabira pela Vale, como medida para amenizar o impacto da exaustão das jazidas locais, o que iria gerar cerca de 600 empregos, promovendo uma sobrevida ao complexo de Itabira”, relembrou o secretário municipal de Meio Ambiente, Denes Martins da Costa Lott, ao ler a “lacônica” correspondência encaminhada pela mineradora ao órgão ambiental municipal.
“Itabira é berço da Vale há mais de 80 anos e a empresa tem desdenhado das questões locais. O projeto (Serpentina) já foi licenciado ambientalmente em Diamantina (pela Superintendência Regional de Meio Ambiente) e Itabira foi sequer comunicada dessa decisão”, protestou o presidente do Codema.
Com isso, se confirmada a decisão da Vale de não mais beneficiar esse minério em Itabira, a empresa deixa de apresentar essa “panaceia” anunciada para “amenizar” o impacto com o fim do minério – e que geraria empregos, impostos e parte dos “royalties” provenientes da extração mineral, com o beneficiamento no complexo minerador local e transporte para o porto de Tubarão pela Estrada de Ferro Vitória a Minas.
Logística
Pelo que antes havia sido divulgado pela própria Vale, o minério de Conceição do Mato Dentro chegaria às usinas de Itabira para ser concentrado por meio de correias transportadoras – ou por um novo mineroduto, transportado a uma distância de 150 quilômetros.
Essa alternativa, porém, já não é mais considerada. Pelo que foi anunciado pela imprensa especializada, a mineradora Vale já há algum tempo já negocia essa outra alternativa, agora definitiva, com a Anglo American, que explora minério de ferro no município de Conceição do Mato Dentro.
Com a parceria, que envolve o beneficiamento e o transporte do minério concentrado pelo mineroduto do projeto Minas-Rio, aproveita-se da infraestrutura de processamento e da logística já existente.
Com isso, Itabira fica mais uma vez a “ver navios”. Aliás, nem nisso, uma vez que o terminal portuário do Açu, para onde o minério da serra Serpentina será transportado já beneficiado, fica distante da Cidadezinha Qualquer, em São João da Barra, no estado do Rio de Janeiro. Passará bem próximo, mas sem gerar parte dos impostos, royalties e empregos prometidos para Itabira.
Reservas de Serpentina são promissoras para a Vale
As reservas da serra Serpentina dispõem de itabiritos de alto teor de ferro, mas, a exemplo do que ocorre com os recursos ainda remanescentes em Itabira, precisam ser concentrados para se tornar viável a sua venda nos mercados internacionais.
A exploração e beneficiamento de minério de ferro geram material estéril e rejeitos, que precisam ser dispostos adequadamente, além de causar degradação paisagística e impactos nos recursos hidrícos.
Segundo informou a revista especializada Bloomberg, essa sinergia com a Anglo American pode ser (ou já foi) viabilizada com uma participação minoritária ou até mesmo com o controle acionário pela Vale da Minas-Rio, que é o complexo minerador instalado em Conceição do Mato Dentro.
Consolo
Mas se de tudo fica um pouco, fica a certeza de que, com a desistência da Vale de processar minério de ferro de Conceição do Mato Dentro em Itabira, não serão impactadas novas áreas para dispor o rejeito gerado nas usinas, com as consequências dos impactos ambientais decorrentes.
Quem sabe assim, sobrarão mais áreas para desenvolver novas alternativas econômicas em Itabira, a exemplo do plantio de plantas medicinais, conforme a Vale propõe no plano de fechamento das minas de Itabira, encaminhado ao antigo Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), em 2013.
Trata-se de um plano que diz respeito ao futuro do município, mas que até hoje não foi divulgado oficialmente em Itabira – e que só foi revelado pela reportagem deste site Vila de Utopia.
Um novo plano de fechamento das minas de Itabira está sendo elaborado pela Vale para ser apresentado em dezembro à Agência Nacional de Mineração (ANM).
Mas como tem sido recorrente, a mineradora Vale se nega a divulgar o seu conteúdo para conhecimento de Itabira, mesmo sendo cobrada insistentemente pelo Codema.
É hora de o prefeito, vereadores, Ministério Público fazerem a mesma cobrança, em nome dos interesses econômicos, sociais, ambientais da Cidadezinha Qualquer com as suas minas já próximas da exaustão e antes que chegue a derrota incomparável.
Para saber mais, leia reportagem da Vila de Utopia sobre o plano de fechamento de minas apresentado em 2013 ao antigo DNPMi:
E mais aqui:
Vale já prepara, pelo menos desde 2013, o Plano de Fechamento das Minas de Itabira
E também aqui:
Para saber mais acesse:
Um erro, a Vale também cancelou trazer minério de Mariana para Itabira.
Assim a vida útil da Vale em Itabira fica restrita ao itabirito duro in situ na mina de Conceição e das pilhas de estéril além do aproveitamento de rejeitos das barragens e algum minério da mina do meio.
Reservas aproveitáveis da ordem de um bilhão de toneladas, ao ritmo de de produção de 50 milhões de toneladas ano com 65-68% de ferro, dá consumo de minério pobre de cem milhões de toneladas ano ou dez , no máximo quinze anos de vida util.
Talvez os equipamentos das três usinas, 2.7 + 2,9 bilhões de Caue e Conceição um e dois mal se paguem. Ou vai vender areia das barragens.
E plantar maconha ecológica para no final divertir a população e diversificar a economia de Itabira.
Rsss
apesar de financeiramente não ser A alternativa, mas bem que o tal projeto de planta medicinal, poderia ser produção extensiva de Canabis.
— já pensou o buraco do ex-pico do Cauê ser coberto por terra boa até a boca e plantar maconha da boa e virar boca de produção de maconha medicinal e objetivos viajantes…
podia inclusive fazer como na Espanha e incentivar a criação de clubes de usuários que financiariam plantio, colheita e distribuição, pagando, certamente, os devidos impostos.
apesar de financeiramente não ser A alternativa, mas bem que o tal projeto de planta medicinal, poderia ser produção extensiva de Canabis.
— já pensou o buraco do ex-pico do Cauê ser coberto por terra boa até a boca e plantar maconha da boa e virar boca de produção de maconha medicinal e objetivos viajantes…
podia inclusive fazer como na Espanha e incentivar a criação de clubes de usuários que financiariam plantio, colheita e distribuição, pagando, certamente, os devidos impostos.
Como que eu faço para me candidatar como técnica em segurança do trabalho.
Sou de Conceição do Mato dentro.
Tenho habilitação categoria B.
E tenho experiência na área como técnico em segurança do trabalho.
Contato 31982389416