Itabira, terra sem utopia. Mire-se no exemplo de Nova Era

Mauro Andrade Moura

Uma história mal registrada, estudos mal elaborados nos deixam estórias mal contadas.

Subida da igreja São José com calçamento em poliedro (Fotos: Mauro Moura)

Tudo isto e mais um pouco, leva a perda constante da memória de nossa Terra, perdida em seu tempo alhures, vagueia por esses dias sem saber aonde chegará.

A indelével cisma do Tutu Caramujo, transformada em um povo de curta e parca memória de outros tempos alvissareiros e o legado de uma cidade perdida nos fatos da história, acéfala e buscando pelo outro mais que nunca chega.

A desmobilização, melhor dizendo, a eliminação de alguns cargos nos quadros da prefeitura municipal há mais de uma ou duas décadas no preceito da economia com o funcionalismo público, em favor de cargos comissionados, com salários avultados ocasiona, sempre a perda de nosso patrimônio cultural, principalmente o material.

Com a reforma da Igreja de Nossa Senhora do Rosário do Pretos de Itabira, mostra-se a necessidade premente de também reaver o piso em calçamento de pedras no adro desta igreja, ora ofuscada em sua majestosa presença pelo derradeiro asfalto.

Câmara Municipal de Nova Era: pelo retorno do ofício de calceteiro já

A propaganda básica de todos os prefeitos de Itabira, quando da retirada do calçamento de pedras, é a dificuldade na manutenção deste material em favor do asfalto, empastelado, causticante e degradante de nosso meio natural.

A melhor manutenção do calçamento de pedras é a prevenção. Deslocou uma pedra, vai lá o calceteiro e recoloca-la imediatamente para evitar o deslocamento das outras a redor. Mas, contudo, já não temos a figura do calceteiro nos quadros da prefeitura municipal de Itabira. Se eu não me engano, o ofício foi eliminado por volta de 1997/98.

A rua Princesa Isabel, maior vítima dessa desfaçatez administrativa, está lá para quem quiser saber como não se deve cuidar ou descuidar de um calçamento de pedra, além das ruas Coronel Linhares,  Major Lage e Major Paulo.

Com o serviço dos calceteiros, calçamento do adro da igreja é restaurado

Inevitável, nota-se saber, é o trânsito na Princesa Isabel que deve ser somente no sentido de descida, a evitar o deslocamento das pedras ocasionado pelos automóveis quando a sobem.

A nossa secretária municipal de desenvolvimento urbano, a qual também o era em 97/98, deveria fazer um passeio à sua terra natal, se não por nascimento é por ascendência, no intuito de promover uma visita à nossa parenta Laura, prefeita de Nova Era, afim de aprender um pouco com ela a respeito da manutenção daquela bem cuidada e bela cidade.

Por volta de 2005, a prefeita Laura realizou a retirada de todo o indesejável asfalto do adro da Igreja de São José, retornando com o calçamento original de pedras.

Religião e história: legados coletivos

A maioria das ruas de Nova Era, se não são de pedras, é em calçamento tipo bloquete, que permite a infiltração da água de chuva na terra a fim da manutenção do precioso lençol freático, tão necessário quanto um curso d´água corrente e este lá é marcado pelo Rio Piracicaba que corta toda a cidade.

Com uma orla limpa, o Rio Piracicaba não foi fechado como ocorreu na avenida João Pinheiro. Conta com calçamento sempre com qualidade para o tráfego de transeuntes e veículos, com praças ajardinadas e bem iluminadas, além de limpas.

Um bom exemplo a seguir, Nova Era é uma cidade que busca em suas origens as diretrizes para seguir ao futuro, fazendo jus ao atual nome que substituiu a poética São José da Lagoa.

 

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4 Comentários

  1. itabira, mauro é um buraco provinciano com 20 mil puros sangues comprometidos apenas com o seu bem estar pessoal e pensam como bicho de goiaba. tenho horror de pensar em morar numa cidade tão amargurada, soturna e de povo divido, de um lado os deslumbrados com o dinheiro que tem e se acham ricos e do outro o populacho que tá ligado nos PIGs. a entrevista do damon, que é excelente, só chamou atenção de um médico arrogante e que parecia, pela escrita, muito nervoso (por quê será ???) e ofendido com quem defende o interesse popular. sei também que pessoas branquinhos histriônicas ficaram ofendidas quando você esclarece o fato irrefutável da Igreja do Rosário dos Pretos, putz grila a ignorância de semi alfabetizandos é dolorosa… como não cansarei de bradar a classe média brasileira, tem dinheirinho da média, mas não pensa como média, é péssimo para o futuro. a classe média esquece que renome tem prazo de validade, são 100 anos e pronto. Viva eu, viva tu e o rabu do tatu. beijoca querido.

    1. Muito bem, nha amiga Cristina.

      Aqui é assim mesmo, esta maioria de impolutos, apesar de ser abaixo da média, não se consideram como tal, uma pena a falta do autorreconhecimento…

      E fico sempre com saudade de um tempo oportuno que transformou-se em inoportuno nesta terra sem utopia.

      Besitos,
      Mauro

  2. As Administrações Municipais de Itabira “CIDADE EDUCATIVA” faz a maior falta de educação para com o município,
    deixando ao completo e total abandono seus pontos turísticos.
    Cemitérios;Rodoviária; Praças; Pico do Amor; Mata so Intelecto; Usina Ribeirão São Jose, tudo sucateado, sujos, fedendo..

    Nada para atrair visitantes.
    A Área Rural tem atrativos inexplorados.

    Tenho dito.

    1. Que Nova Era, antes filha agora vizinha, sirva de exemplo para dias melhores em nossa terra.

      Passa dia, entra semana, corre menos, acaba-se o ano e cada dia isso aqui parece pior.

      E a Utopia, foi-se…

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