Ultras-economias do século 21 e o risco da expansão nuclear

Veladimir Romano*

Nunca o Estado sofreu com tanta falta de autonomia como na experiência e prática deste novo século, com anomalias, desalentos, provocações e envolvimentos, disseminando pirataria de toda a espécie, desalinhando uma certa ordem.

Finança, tecnologia, conceitos mais avançados, o Estado se aproveita de regras executivas significativamente incomuns ao sistema controlador, sem que se tenha transparência e prestações de contas devidas, quando não as fazem de forma maquiada.

Uns mais do que outros, são aparentes apêndices em operações internas de” aspeto inofensivo” a serviço do capitalismo. E assim, programado para acumular dominantes impactos até mesmo por meio de mecanismos ilegais, passa-se a dominar com a criação de ultra-economias e um mercado auferindo hostilidades [caindo a maior fatia] aos mais débeis. E assim cresceu mais com os defeitos do que proveitos.

Do século XX, detalhadamente foi perdendo suas entidades públicas, com a precarização de serviços públicos, em troca de conseções a grupos dominantes dos grandes milagres econômicos.

Se bem que o capitalismo nos ensina alguma coisa da Economia. Ela  fica no manifesto da sua natureza. Afinal, toda a prática, teocracia, turbulências, cálculos, contabilísticas, transferências financeiras ou famosas “engenharias”, jorram revelações máximas de avançada dimensão, provocando desigualdades cada vez mais acentuadas.

Hoje, mais que nunca, com essas experiências de acumulação, vastas correntes geram tensões sociais, incerteza laboral, instabilidade social disparando em várias direções.

E assim descobrem indisciplinas e não menos, em outra face ingrata, reaparece uma estranha disciplina, depois de tudo, com medonha escassez de liberdade quando ao caminho a seguir, se é que se tem escolhas. Não assegura a liberdade, suas reformas são pela manifesta independencia monetária, que se desvaneia.

Vive o mundo em alta frequência através dessa redução histórica. São aparentemente sedutoas as supostas vantagens sobre abundância. E assim segue com vãs promessas felizes, independência e riqueza [ilusórias]. E segue construindo mitos.

O século 20 foi pródigo de conversa positiva sem enquadrar fatos da fluidez de créditos e muito caldo criando informação desavisada. E o consumidor, induzido ao erro, compra até o que não precisa. E não entende.

Ora, a evolução do pensamento humano não tem sido complementar no Capitalismo, não acontece. Isso se deve, e muito, aos atos da nobreza proclamada, utilizando-se de ferramentas encontradas na Filosofia, Matemática, Física, elos científicos…

Entretanto, o Estado sem pre ignorou o apelo por justiça social, sempre em choque com os interesses do mercado, que se esmera em defender.

Mas a mesma Filosofia que serve ao Princípe, serve também ao desenvolvimento de uma nova consciência, ocupando o subconsciente.

A Filosofia, juntando no seu poder analítico aos processos contabilísticos quanto deste modo, fez surgir várias economias e todas suas correntes.

Foram criadas novas expectativas, apliando mais pormenores quer especuladores ou progressistas, formando varias gerações com outras percepções e buscando algo novo.

É assim, com essas novas atmosferas que podem dar sensações mais  evoluídas, e que estão novamente acontecendo com as ultras-economias neste novo século.

A questão porém, é que mexem também novos sintomas negativos, retornando com sinais antigos, ressuscitando sombras esquecidas. É o que se observa com os gastos exorbitantes no outro canto do planeta, quando investem em nova coleção de armamento nuclear.

Enterram bilhões de dólares para aprimorar e manter a reprodução de várias artilharias. Investem em arsenais absurdos, enterram bilhoes em máquinas da guerra quando poderiam investir em algo bem mais humano e necessário.

Felizmente vem agora a Organização das Nações Unidas (ONU), à qual se juntou o papa Francisco, e ainda fazendo falta mais vozes esclarecidas, lutar pela paz mundial, propondo o fim do armamento nuclear.

Se assim acontecer, ficará uma outra Economia bem mais capacitada em servir à humanidade carente de tantas necessidades primárias ainda não atendidas.

Mas se ao invés disso, querem capitalizar novamente investimentos para o âmbito especulador, seguindo velhos temas financeiros, não irão resultar em práticas saudáveis, servindo apenas ao próprio sistema capitalista.

Cair facilmente nos erros é uma tentação dolorosa e sem freios utilizados pelos senhores do capital. Sem freios, depressa trarão mais perturbação social do que proveito ao próprio sistema.

Ao contrário, como propõe a ONU e o papa Francisco, no caso de serem anuladas todas as pecaminosas tentações do investimento em artilharia nuclear, haveria de se ter uma economia com ganhos gerais para a sociedade no futuro.

A vantagem do bom senso usado pelos responsáveis militares norte-americanos, ao negar ao ex-presidente Donald Jonh Trump acesso ao códigos nucleares, evitou uma desgraça maior.

Isso teria ocorrido quando, em uma noite certamente de sonho catastrófico, desejou lançar arma nuclear ao Irã.

Evitando assim uma desgraça iminente, os militares, afinal, manifestaram maior juízo do que o capricho maníaco de um presidente em fim de carreira.  E a humanidade, pelo menos momentâneamente, está a salvo. E se outros trumpistas piromaniacos surgirem igualmente com poder de foco nuclear?

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.

No destaque, Angra dos Reis, Rio: no Brasil, o presidente Bolsonaro ainda sonha concluir Angra3, retornando com o plano de construir novas usinas nucleares no país, sonho de consumo do regime militar. Isso enquanto em todo o mundo, a tendência tem sido a de desativar as usinas nucleares. Reportagem recente publicada pelo Broadcast, publicação voltada para o mercado, mostrou que a energia a ser gerada por Angra 3 será a mais cara dentre todas as fontes em operação. (Foto: Divulgação/Internet)

 

Posts Similares

1 Comentário

  1. A Espanha continua renitente em desativar sua usina nuclear de Almaraz e aquilo lá parece mais uma bomba relógio, neste caso, uma bomba atômica!
    A Alemanha já reduziu seu parque nuclear a menos da metade, porém a França mantém o dela em alto funcionamento.
    E o Brasil com este governo sem linha a tentar abrir mais uma usina nuclear, contrariando qualquer lógica ambiental.
    Ademais, aquele local em Angra dos Reis, em seu nome original e na língua tupi é “Itaoca”, traduzindo aliteradamente quer dizer casa de pedra, ou seja, as usinas estão assentadas em cima de uma rocha oca…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *