Tutores de cães precisam saber mais sobre conforto animal, revela pesquisa
Análise de questionário revelou falta de conhecimento dos tutores sobre o conforto dos animais.
Foto: Fale Llorente Almansa/ Pixabay
Programa ‘Aqui tem Ciência’, da Rádio UFMG Educativa, apresenta estudo da Escola de Veterinária sobre o nível de conhecimento da população acerca do bem-estar dos pets
UFMG – O bem-estar animal é um tema de estudo complexo e relativamente novo. Criado na década de 1960, na Inglaterra, esse conceito surgiu para avaliar as condições a que estavam submetidos os animais de criação, aqueles mantidos com objetivos econômicos e para consumo.
O conceito engloba as condições físicas e mentais dos animais e serve de base para formular políticas públicas, aplicar leis, nortear acordos, entre outras ações.
Hoje, o conceito se aplica também a outros animais, como os de companhia, mas algumas pessoas desconhecem o assunto e podem causar sofrimento a um animal, mesmo sem intenção.
Com essa preocupação, a médica veterinária Gabriela Siano desenvolveu sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária da UFMG. A pesquisa avalia o conhecimento das pessoas sobre bem-estar animal, guarda responsável e maus-tratos a cães.
Com base em um questionário on-line, Gabriela relacionou indicadores sociodemográficos, como gênero, escolaridade e renda dos tutores, que responderam à pesquisa sobre indicadores de bem-estar animal: nutrição, conforto, saúde e comportamento.
O grau de conhecimento foi classificado em três níveis: adequado, regular ou irregular. Quando o resultado foi considerado irregular, o animal se enquadrava em uma situação de maus-tratos.
A pesquisa mostrou que a maioria da população tem conhecimento satisfatório sobre o bem-estar animal, com pequenas variações, a depender do gênero do tutor.
Nem a escolaridade, nem a renda apresentaram influência significativa na resposta, ou seja, nem sempre a educação formal está relacionada com maior conhecimento sobre esse tema.
Por sua vez, o conforto animal foi o indicador de bem-estar que esteve relacionado ao maior número de respostas inadequadas, o que faz supor que esse é o aspecto que a população, em geral, mais desconhece.