Se você não se cuidar, o mosquito da dengue, zica e chikungunya vai te picar

Todos os anos, com o início do período chuvoso, a história se repete. Itabira vive mais uma vez o risco de infestação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue, zica e chikungunya.

De acordo com o novo Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (Liraa), realizado em todo o município entre os dias 15 e 19 deste mês, pelo menos 22 bairros estão em situação de risco de surto dessas doenças.

O levantamento indica que nesses bairros foi encontrada grande quantidade de larvas do mosquito, em consequência da água parada em recipientes dispensados em lotes vazios, quintais, e em outros vasilhames que são descartados sem o devido cuidado.

Na cidade, o índice médio de infestação da ficou em 2,8%, que vem a ser o mais alto já atingido no mês de outubro, desde o início da amostragem, em 2008.

Thereza Horta, superintendente de Vigilância em Saúde

A Organização Mundial de Saúde (OMS) considera satisfatórios os índices inferiores a 1%. O sinal de alerta é acionado quando os índices extrapolam 1% e chegam a 3,9%. Índices superiores a 4% representam risco de surto.

No total, 1.718 domicílios foram investigados em Itabira. É difícil apontar um bairro na cidade que não esteja infestado de larvas do mosquito.

Entretanto, o índice Liraa indica que alguns moradores correm mais risco de contrair essas doenças.O bairro Ribeira de Cima foi apontado como o campeão em índice de infestação, com 16,6%. O cenário, porém, é alarmante também nos bairros Chapada (15,3%), João XXIII (13,94%), Machado (13,6%), Vila São Geraldo (11,11%), Área Verde (8,33%), Colina da Praia 3 (8,33%), Clóvis Alvim I (7,14%), Bairro de Fátima (7,14%), Estação Rodoviária (6,66%).

Outros bairros afetados são Bela Vista (6,55%), Alto Boa Vista (6,25%), Pedreira (6,12%), Praia (5,76%), Campestre (5,55%), Santa Marta (5,26%), Valença (5%), Amazonas (5%), Caminho Novo (4,87%), Bálsamos (4,7%), Penha (4,34%) e Fênix (4,08%). Já os bairros Santa Ruth (3,57%), Santa Tereza (3,57%), Areão (3,33%), Colina da Praia (2,94%), Major Lage (2,77%), Bethânia (2,27%), Nossa Senhora das Oliveiras (1,88%) e Jardim Gabiroba (1,54%) estão em situação de alerta.

Thereza Andrade Horta, superintendente de Vigilância em Saúde, assegura que não foram encontrados focos nos bairros não citados. Mas isso não significa que os moradores não devam se cuidar. Pelo contrário, é sempre recomendado intensificar as ações de profilaxia, evitando o surgimento de focos da larva do mosquito.

Maiores incidências

Ilustração: blog do Enem

O levantamento indicou que estão nos domicílios a maior quantidade de focos de criadouros do Aedes aegypti. Mas esses focos podem estar também nas oficinas mecânicas, lava-jatos, borracharias, depósitos de materiais recicláveis, enfim, onde possa armazenar água parada, que é onde o mosquito prolifera.

O maior percentual de casos foi encontrado em depósitos de água potável (tonel, tambor, barril, depósitos de barro como filtros moringas, potes, cisternas e captação de água em poço): 35,8%.

O índice se mantém elevado também em depósitos móveis (vasos/frascos com água, pratos com plantas, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, materiais em depósito de construção), com índice de 28,3%.

Em recipientes plásticos, garrafas, latas, sucatas e entulhos de construção, o índice mensurado foi de 13,2%. Já em depósitos fixos (borracharias, hortas, calhas, sanitários sem uso, piscinas não tratadas, fontes ornamentais, floreiras de cemitério, cacos de vidro em muros e toldos) o índice de infestação foi de 11,3%.

Só em depósitos de água localizados em locais mais elevados foram encontrados um menor percentual de infestação, em caixas d’água, assim como em tambores e depósitos de alvenaria,  em pneus e outros materiais rodantes, como câmaras de ar, com percentual de 5,7%.

Cuidados dobrados

Com a chegada do verão e período chuvoso, os cuidados devem ser redobrados. É que diminui o ciclo de evolução do mosquito da fase de ovo até atingir a idade adulta, quando a transmissão do vírus ocorre. Com isso, a proliferação de vetores aumenta.

“A população deve permanecer alerta para identificar e eliminar os focos. É importante também atentar para os primeiros sintomas da doença, quando deve ser procurada a unidade de saúde mais próxima”, recomenda a superintendente.

“Intensificamos as ações de tratamento focal e educação sanitária junto à população. Esse trabalho conta com a parceria dos agentes comunitários de Endemias (ACE) e de Saúde (ACS)”, assegura Thereza Horta, que pede a colaboração de todos os moradores no combate dos focos.

Doenças já proliferam na cidade

De acordo com o levantamento de casos notificados em 2018, realizado até a última sexta-feira (26), Itabira possui 509 casos classificados, sendo:

28 positivos para dengue;

3 indeterminados para dengue;

371 negativos para dengue;

105 descartados/ não classificados para dengue;

2 positivos para chikungunya.

Portanto, para não contrair a doença, o melhor remédio é a prevenção. Mantenha os quintais limpos e não deixe a água ficar parada em recipientes. Verifique também se não há água parada nos vasos com plantas, elimine todos os possíveis focos. O mosquito Aedes aegypti não poupa ninguém.

 

 

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