Ronaldo Magalhães e Gustavo Milânio, ambos do PTB, compõem chapa majoritária situacionista para a disputa da Prefeitura de Itabira

Pela primeira vez, desde que tomou posse como prefeito de Itabira, em 2017, Ronaldo Magalhães (PTB) foi ao plenário da Câmara Municipal não para prestar esclarecimentos ou informações sobre a sua gestão, mas para ter, agora oficialmente, o seu nome aprovado em convenção partidária como candidato à reeleição.

Para compor a chapa majoritária governista foi aprovada a candidatura a vice-prefeito do advogado Gustavo Milânio, seu correligionário, e ex-chefe de Gabinete, cargo que ocupou até assumir a mesma função no Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais (TCE-MG), na assessoria de seu presidente, o ex-deputado Mauri Torres (PSDB).

Na disputa pela prefeitura de Itabira, Magalhães terá como principal oponente o empresário e jornalista Marco Antônio Lage (PSB), pela coligação Marco Novo, que tem como candidato a vice-prefeito o médico Marco Antônio Gomes (PL). Leia mais aqui.

Diferentemente do candidato da oposição, Ronaldo Magalhães é bastante conhecido na cidade. Já foi secretário municipal de Desenvolvimento Econômico na gestão de Luiz Menezes (1989/92), presidente da Itaurb na administração de Li Guerra (1993/96), e vereador (1997/2000). Foi também deputado estadual (2007/10) e secretário-adjunto de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e Norte de Minas (2011 a 2012).

Já Marco Antônio Lage é pouco conhecido fora do centro da cidade, sendo apontado como “forasteiro” pelos correligionários e simpatizantes do prefeito. Isso embora ele tenha nascido em Ipoema e vivido parte significativa de sua juventude em Itabira. Após se formar em jornalismo, em Belo Horizonte, seguiu carreira vitoriosa na grande imprensa mineira e depois como diretor de Comunicação da Fiat Automóveis e também da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Desgaste e trunfos eleitorais

Ronaldo Magalhães e Gustavo Milânio compõem chapa majoritária, oficializada em convenção do PTB, que contou com presença de candidatos à vereança (Fotos: Divulgação)

Mas se Ronaldo Magalhães tem um bom recall, isso traz ganhos eleitorais mas também prejuízos. É forte a rejeição ao seu nome em vários segmentos, principalmente entre os servidores municipais, que passaram quase todo o seu governo sem reajuste salarial.

Isso enquanto os secretários tiveram os seus salários reajustados de R$ 7,9 mil para R$ 12,9 mil, em manobra urdida por seus apoiadores e aprovada pelos vereadores da legislatura passada, o que trouxe profundo desgaste ao prefeito. Outra fonte de desgaste foi a demissão de vigias da Itaurb, substituídos por vigilância eletrônica.

Para a sua reeleição, Magalhães aposta nos investimentos para dar continuidade à implantação do campus da Unifei, com recursos viabilizados junto à mineradora Vale.

E, ainda, com a realização de grandes obras viárias, como as avenidas Espigão e Machado de Assis, que a oposição chama de eleitoreiras. Para a execução dessas obras a Prefeitura contraiu dívidas que superam a casa de R$ 60 milhões.

Terá também, à sua disposição um exército de aguerridos cabos eleitorais, que são os candidatos a vereança. Pela sua coligação Frente Itabira – Ação e Desenvolvimento, formada por cinco partidos (PTB, MDB, PSDB, PP e DC), estão oficialmente lançados 120 candidatos à uma cadeira no Legislativo itabirano.

Outro exército de apoiadores tem em suas fileiras os mais de 250 servidores que ocupam cargos comissionados, de livre nomeação, na Prefeitura de Itabira.

Outros candidatos

Pelo calendário eleitoral, outros candidatos a prefeito ainda podem ser oficialmente lançados em convenções partidárias. São eles: o comerciante Marcinho “da Loteria” Couto (Avante), o dentista e ex-vereador Alexandre “Banana” Martins da Costa (PT) e Jânio Nunes (PSOL).

O mais provável é que a maioria dessas pré-candidaturas não se viabilize, saindo para apoiar o candidato da situação ou da oposição. Nas eleições de 2016 Marcinho “da Loteria” chegou a lançar a sua candidatura, mas a retirou após a convenção partidária.

O prazo para a realização das convenções partidárias, que teve início em 31 de agosto, se encerra em 16 deste mês. E até o dia 26, também deste mês, todas as candidaturas terão de ser registradas na Justiça Eleitoral.

No dia seguinte (27), tem início a propaganda eleitoral, inclusive na internet. A eleição em Itabira ocorre em turno único, em 15 de novembro. Em 18 de dezembro os eleitos são diplomados e tomam posse em 1º de janeiro de 2021.

 

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3 Comentários

  1. Se Marco Antonio Lage, neto da Lia e Olavo, itabiranos da Cidadezinha, fazendeiros na chapada da Serra de Ipoema da Itabira, filho de itabiranos de sangue e cultura, é um forasteiro, o que dizem dos empregados chefes da Vale S/A. O argumento é rasteiro. O que significa que está tudo perdido na origem….É masoquismo eleger o Ronaldo do Posto Li.
    O que fazer?

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