Retrato do Cauê
Cauê invicto, aprumo varonil.
Que vive quedo namorando os ceus,
Coberto, às vezes, de gelados véus,
Poetas poetastros a mil e mil
Já cantaram na lira, qual Orfêu,
A tua silhueta, o teu perfil,
E finalmente tudo quanto é teu.
Hoje, o Arp, porém cinicamente
Mente dizendo que, diariamente,
Bosqueja duas vezes teu postal.
Quatro eu creio: as duas da refeição
E mais duas após a digestão
Escondido no fundo do quintal.
*Pseudônimo de Oswaldo Alvarenga
Publicado originalmente no Jornal de Itabira, 6 de agosto de 1933
(Do acervo de Cristina Silveira)