Ressentimento racial em onze questões
Veladimir Romano*
Depois da passagem do sexto mês de liderança do presidente norte-americano, vários analistas envolveram eleitores, entraram no debate sobre quais razões mais fortes puderam eleger de maneira estranha alguém de figurino contraditório, rodeado de pessoas convencidas de que sendo brancas, são melhores que todos os outros.

A votação das últimas eleições na escolha da presidência norte-americana, aumentou ainda mais o já perturbador desassossego mundial. A vitória de Donald Trump, em derradeira análise social ianque, ao inquérito de escala aprofundada, descobriu-se que o voto “racista”, foi uma chocante novidade.
Arrastado pelo impacto negativo da economia, como cada sociedade, os EUA, também acumulam seus bichinhos perigosos na cabeça. A quebra do mercado, dias e semanas seguidas com quebra bolsista sucessiva nunca antes visto em quase um século e, Donald Trump, sendo aqui elo inspirador de todos verem uma América grande novamente; reciclaram cada promessa dentro da sedução originariamente populista. Uma inspiração, sim, mas com ânimo de origem racial.
Enquanto o progresso econômico e a estabilização dos direitos sociais, como o combate atento contra a discriminação racial vive do lado do Partido Democrata; o outro lado da barricada política no entendimento a uma sociedade plural, multirracial e multicultural, fica preso na mentalidade conservadora do Partido Republicano, vivendo contra o progresso racial, discriminador, sempre favorecendo elites mais poderosas com princípios financeiros vantajosos, tal como o vem fazendo Donald J. Trump mais do que nunca, contrariando qualquer outro ex-presidente da área republicana.

Donald Trump afirmou que somente iria escolher “homens ricos” para sua administração na Casa Branca. Pela certa deu a entender que os menos abastados não possuem valores ou postura. Se nota agora a tremenda confusão reinante na comarca dos branquelos onde sempre aparece mais alguém na lista das demissões.
Impressionados pela deformação social supostamente ocupando agenda diária, o Times Series Survey, agência especialista em leituras sociais, arrancou mais um inquérito envolvendo mais de 40 mil pessoas em dezesseis Estados, encontrando animosidade racial bem alta.
Entretanto, pelo meio do caminho, o estudo foi acompanhado por jornalistas de vários órgãos locais, onde se pôde descobrir de como a eleição de Barack Obama e depois a ocupação da Casa Branca pelo casal de pessoas com origem africana ou negra, se deu susto nalguma gente, por outro lado, serviu para ir destapando e aniquilar preconceitos.
Reafirma o professor sulista Henry Louis Jr., acompanhado de mais sete eleitores, normalmente votantes republicanos, na reeleição do primeiro presidente negro da história norte-americana, votando democrata. Sem a sociedade saber, o primeiro mandato de Barack Obama, trouxe pedagogia paralela. Entretanto, se pensou algum racismo ainda primário, tivesse desaparecido de todo, antes permanece.
A morte de vários negros vítimas da brutalidade policial, provocou impactos diversos, em especial marcando a consciência de comunidades brancas acompanhando ao vivo e em direto algumas das situações ingratas não ficando igualmente o mundo indiferente nessa onda criminosa praticada por quem detém autoridade.

Deste modo, todo este enredo, levou a nossa opinião ao encontro de onze questões que muito legitimamente podem ser colocadas visto intenções racistas nunca acabarem até a mentalidade humana alcançar crescimento, maturidade, espiritualidade e se livrar de vez da crosta egoísta fortemente alimentada nesta sociedade obcecada pela desenfreada tentação exibicionista.
Pensando um pouco; acertamos em onze formas questionáveis por onde este ressentimento racial consegue ofender cada canto da Humanidade. Dá para pensar um pouco caso todos pudéssemos aplicar análises sérias ou de mentalidade transparente, conseguiríamos chegar a qualquer lado revelador dos nossos defeitos perante o outro.
1> O ato racista é diário, lutando para se manter aceso; logo o combate é permanente.
2> Os brancos, também se confrontam com pormenores racistas entre eles?
3> Tem na sua mente pormenor racista subtil; já julgou?
4> Sofre de racismo sobre novas minorias ou somente contra negros?
5> Depois de tudo, o que é a cor?
6> Alguém pensa em eternizar o racismo?
7> Há quem se aproveite do racismo e se faça vítima?
8> E aqueles nascidos com apreciação inversa da cor; quando olham ao vermelho e descobrem ser cinzento. Será que daltônicos sofrem de racismo?
9> Seriam os antepassados da construção humana, racistas?
10> O racismo terá começado pela diminuição do outro e aproveitamento para negócio escravo?
11> O planeta não ficaria melhor em toda a sua vertente, caso o racismo fosse logo debatido na escola básica?
Se deseja em todo o lado uma educação preparada e direcionada ao melhoramento futuro do novo cidadão, mas depois do discurso clarividente, não aparece a reforma pedagógica nas escolas básicas onde o racismo seja nota obrigatória no estudo, criando consciência mais elevada. Acreditamos que somente assim, um dia, o racismo seja finalmente derrotado… enquanto isso não obriga o dirigente político, seria o caso de a sociedade civil mobilizar seriamente suas energias mantendo pressão nos políticos até uma solução final. Haja vontade e menos preguiça!
* Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-caboverdiano
O mundo sempre dá suas voltas, mas volta e meia o racismo se reapresenta com muita força.
Triste…
Acredito numa consciência mais elevada nessa tão esperada reforma pedagógica nas escolas básicas onde o racismo seja nota obrigatória no estudo.
Texto muito claro e real.
Concordo com o autor, jornalista e escritor luso-caboverdiano de que “SOMENTE ASSIM , UM DIA, O RACISMO SEJA FINALMENTE DERROTADO”!