Proposta original de “metrô” para Itabira, que seria um VLT, não é do prefeito Marco Antônio Lage, mas do servidor José Luiz de Araújo
A promessa do prefeito Marco Antônio Lage de Itabira ter um “metrô”, na verdade um veículo leve sobre trilhos (VLT), e que tem sido motivo de chacotas pelos seus oposicionistas, foi reafirmada em seu pronunciamento pelas redes sociais na quinta-feira (6).
“Muitas pessoas me perguntam sobre o metrô. Estamos negociando com a Vale, que vai colocar os trilhos para fora da cidade. Vamos trabalhar o projeto com veículos leves sobre trilhos”, disse o prefeito em sua live semanal.
Mas essa proposta de Itabira aproveitar os ramais ferroviários da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) para o transporte coletivo não é uma ideia original do prefeito.
É do servidor municipal José Luiz de Araújo, que levantou essa possibilidade desde que a ferrovia começou a ser retirada dos centros das cidades por onde passa a ferrovia em direção ao Espírito Santo.
Itabira é uma das poucas cidades que ainda mantém a estrada de ferro atravessando o perímetro urbano, provocando poluição sonora, emissão de partículas de minério que desprendem dos vagões, além do permanente risco de acidentes nas passagens de nível.
Há ainda o desgaste das lonas de freio, que emitem micropartículas nocivas à saúde – e que devem ser monitoradas pelo PM 2,5 (aparelho que mede partículas mais finas), a partir do novo Termo de Ajustamento de Condutas (TAC) firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).
Condicionantes
A mudança de trecho da ferrovia é parte das condicionantes acertadas pela mineradora Vale pela concessão antecipada, com validade por 30 anos, das estradas de ferro Carajás (EFC) e da Vitória a Minas (EFVM), pelo Ministério da Infraestrutura, com o aval da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
A mudança de trechos dos trilhos em Itabira faz parte do pacote de melhorias da mobilidade urbana, que projeta a execução de 460 obras em 33 municípios de Minas Gerais e do Espirito Santo nos próximos anos.
As obras previstas para Itabira incluem a abertura de viadutos, tuneis e eliminação de passagens de níveis. Tudo isso além de alterações do trecho do ramal que vem da estação João Paulo, que será transferido para onde está a estrada Cento e Cinco, que mudará para o atual leito ferroviário no trajeto a ser modificado.
Com a alteração, a ferrovia deixará de passar pelos bairros Vila Amélia e Alto Pereira, explicou à reportagem deste site Vila de Utopia o ex-secretário de Obras Ronaldo Lott, que participou das negociações com a Vale.
Segundo ele, o projeto prevê que a ferrovia seguirá, na localidade próxima da antiga Vila Cento e Cinco, pela mina Periquito até encontrar com o ramal que vem da mina Conceição, na pera ferroviária em frente ao antigo escritório do Areão. Com a alteração, serão eliminadas três passagens de nível (Vila Paciência/Pará, Vila Amélia e Alto Pereira).
“As propostas acordadas estão contidas em documento que foi protocolado na audiência pública de Belo Horizonte e enviada à ANTT, com a concordância da Vale”, contou Ronaldo Lott. Leia mais aqui e aqui.
Alternativa para o transporte coletivo na cidade
A proposta da administração municipal anterior era abrir novas avenidas nesses trechos desativados. Porém, Marco Antônio Lage não pretende seguir com esse projeto, devendo privilegiar o transporte coletivo, por meio de VLTs.
Só que o trecho a ser desativado não é extenso, como seria no caso de a Vale retirar todo o trecho ferroviário que passa pelo perímetro urbano, como fez na maioria das cidades por onde passa a EFVM.
Mas o prefeito pode negociar – e até mesmo exigir – a retirada dos trilhos de dentro do perímetro urbano, o que viabilizaria o projeto do VLT (ou “metrô) por toda a malha ferroviária urbana.
É o que vem propondo o servidor municipal José Luiz de Araújo desde que teve início a retirada da estrada de ferro de dentro do perímetro das cidades por passa a EFVM.
Araújo defende a utilização das linhas desativadas no futuro próximo para a circulação de VLTs como alternativa para o transporte coletivo urbano – e não para abertura de mais avenidas, que privilegiam o transporte individual e a especulação imobiliária
“É muito mais útil, prático, barato e necessário. Os VLTs fariam o transporte de passageiros, ligando o final do bairro Praia ao Campestre com várias pequenas estações pelo trajeto”, é o que ele propõe.
Araújo critica também a abertura de novas avenidas nessa conjuntura de indefinição quanto ao futuro da economia itabirana após a exaustão das minas da Vale, prevista para a próxima década. “Só servem à especulação imobiliária”, considera.
É uma ideia que me traz boas recordações da minha infância. Lá nos anos 1960, quando íamos para o Laboriaux, era costume pegar o Rápido na estação de mesmo nome no retorno para o centro de Itabira. Sujiro que o VLT retome esse costume.
“É uma ideia que me traz boas recordações da minha infância. Lá nos anos 1960, quando íamos para o Laboriaux, era costume pegar o Rápido na Estação de mesmo nome no retorno para o centro de Itabira. Sujiro que o VLT retome esse costume”. Retomando esse caso, no ano de 1969, minha Tia Joaquina e minha irmã Eliana, então com cinco anos de idade, foram visitar nossos parentes na referida comunidade e na volta pra casa se dirigiram à Estação afim de pegar o rápido. Nesse dia, por algum problema técnico na ferrovia, o rápido não veio. Como solução, e para não deixar os passageiros a pé, a CVRD enviou o famoso Manda Brasa, caminhão Fênêmê, que era o condutor dos trabalhadores para as minas da mineradora, para transportar os viajantes. E foi assim que minha irmãzinha perdeu sua unica chance de embarcar na Estação Ferroviária Engenheiro Laboriaux, que anos depois interrompeu esse serviço.
RESPONDA
Na minha infância fui por diversas vezes, para fazenda do meu avô, de trem, nesta ferrovia, com toda minha família. Que passeio agradável!!! São maravilhosas lembranças!!! Desciamos em Labioriaux
Minha mãe, Maria Rosa e meu pai, José André, ambos de Souza, e tios e tias, são naturais dessa região. “Lá na curva o trem apita”…
Moisés, tu me salvou, semana passada quebrei miolos pra lembrar o nome, Manda Brasa.
Agora, cês aí tomem cuidado, aqui no Rio o VLT é de segunda mão, trecho curto, lentíssimo e super-mega faturado e vai dá chabu….
Cristina, será que o Rápido, é mais rápido do que esse VLT? Valeu o alerta.
Outra coisa, acabei de sair, por total intolerância, do sítio do Centro Cultural, porque está lá o padre pleibói Fábio de Melo pra falar de literatura. Putz! que atraso! Né possível que Itabira não consiga dar um passo à frente e olhe que aquelas meninas do Gama, Graça, irmã da Ana Lima, na década de 80 fizeram a Se4mana de Literária da Fide, foi nesse agito cultural de alta literatura que a editora Miguilim conheceu e publicou a escritora e memorialista Joana D’arc Torres de Assis. Isso é cultura, é fazer cultura porque deixou um legado. Agora em pleno século 21 o Centro Cultural com dinheiro da mineradora que faz tudo pra destruir a cidade, vem com velharia do tipo chinfrim, que é o Zuenir Ventura e o padre pleibói. Padre por padre o nosso querido Lopão recitava poesia em latim… simbora catar coquinho, minha gente
Concordo plenamente com você. Até manifestei minha insatisfação à Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade. Não podemos tolerar um descaso desse. Nota zero para o entrevistador.