Projetos de Itabira ficam fora da terceira chamada do Instituto Cultural Vale, mas cidade deve ter outras atrações, como o MIMO e o 3º Flitabira

O Flitabira volta a acontecer na Semana Drummondiana, no final de outubro e início de novembro, e já conta com aval da Secretaria Especial de Cultura para captação de recursos (Foto: Criativa Foto & Cultura)

O Instituto Cultural Vale (ICV) divulgou, na quinta-feira (15), os 41 projetos de 21 estados aprovados pela terceira chamada cultural Vale 2022, de cinco regiões do Brasil. Embora disponha de critérios que colocam produções culturais das áreas de influência da mineradora Vale com maior peso, nenhum projeto específico de Itabira foi aprovado pelos critérios desse terceiro edital.

Porém, como existe projetos aprovados por editais anteriores, como é o caso do 1º Festival de Inverno da Serra dos Alves, com recursos da ordem de R$ 190,6 mil, e que era para ter ocorrido em 2021, mas que não aconteceu devido à pandemia, e no ano passado por não ter obtido a validação pelo Conselho Nacional de Cultura, é bem possível que aconteça neste ano, conforme proposta apresentada pelo empreendedor cultural Alexandre Segundo de Souza.

A proposta é para que o festival da Serra dos Alves seja realizado no formato acústico, com participação de artistas locais e convidados, além de oficinas artísticas-culturais voltadas para moradores e visitantes.

Segundo a assessoria de imprensa do ICV, metade dos projetos itinerantes aprovados nessa terceira chamada cultural pode se apresentar em diferentes cidades. Isso a exemplo do que ocorreu neste ano, com as duas apresentações da Companhia de Dança Débora Corker, nos 7 e 8 de maio, no Centro Cultural de Itabira.

Escolha Direta

A primeira Mostra Internacional de Música de Olinda (MIMO) deve acontecer em Itabira ainda no primeiro semestre (Foto: Beto Figueiroa/Divulgação)

Além disso, no início de 2023 serão divulgados os projetos aprovados por escolha direta pelo ICV. Dentre eles, certamente estará a realização do 3º Festival Literário de Itabira (3º Flitabira), que já tem a chancela do Conselho Nacional de Cultura, com aprovação publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 29 de novembro.

A autorização permite captar até R$ 1,9 milhão em patrocínio cultural, pela Lei Rouanet. O 3º Flitabira vai acontecer na Semana Drummondiana, no final de outubro e início de novembro.

Também por escolha direta, é grande a expectativa para a realização em Itabira da primeira Mostra Internacional de Música de Olinda (MIMO), o célebre festival jazzístico e instrumental, nacional e internacional, que além de Olinda, onde nasceu, ocorre também nas cidades históricas de Ouro Preto, Tiradentes, Olinda, Recife, Paraty, Rio de Janeiro, São Paulo, João Pessoa. E ainda em Portugal e na Austrália.

A realização do MIMO em Itabira era para ter sido no ano passado. Porém, faltou obter o sinal verde para captação de recursos pela Secretaria Especial de Cultura, o que deve ocorrer no início do ano para ser realizado ainda no primeiro semestre de 2023.

Chamada cultural

Um dos projetos selecionados é o da Cia Druw, com apresentações de dança em Minas Gerais, Maranhão e Rio de Janeiro (Foto: Cláudio Roberto)

Pela terceira chamada cultural do ICV foram contemplados 41 projetos de 21 estados e do Distrito Cultural. O resultado pode ser conferido abaixo e com mais detalhes no  site http://institutoculturalvale.org.

Segundo a sua assessoria de imprensa, “a seleção foi feita por uma comissão de especialistas externos, profissionais que são referência nas áreas do edital, e do Instituto Cultural Vale”.

Minas Gerais será contemplada com 17 projetos, que incluem exposições, espetáculos de música, dança e teatro, formações artísticas, festivais literários, entre outros. O calendário das apresentações e as cidades por onde os espetáculos vão acontecer ainda estão para ser definidos.

A expectativa é que muitos venham a se apresentar nos palcos de Itabira, como é o caso da Companhia Druw, de dança contemporânea dedicada à criação de trabalhos infanto-juvenis, inspirados em obras de artistas plásticos. O espetáculo é dirigido pela coreógrafa e produtora Miriam Druwe. As apresentações do grupo ocorrerão em Minas Gerais, Maranhão e Rio de Janeiro.

Com aportes pela Lei Rouanet, de incentivo à cultura (artigo 18), os patrocínios selecionados por essa terceira chamada cultural do ICV totalizam aportes de R$ 25 milhões, divididos em duas faixas de valor, variando de até R$ 900 mil a R$ 1,5 milhão por projeto. “Metade dos projetos selecionados vai percorrer outros estados em 2023, fortalecendo a estratégia de circulação do instituto”, diz nota divulgada à imprensa.

“Buscamos garantir a multiplicidade das manifestações artísticas, fomentar a economia criativa, promover o desenvolvimento local e a circulação dos projetos – daqueles que todo mundo conhece até aqueles que todo mundo precisa conhecer”, explica o diretor-presidente do ICV, Hugo Barreto.

Desde a criação do ICV, foram patrocinados mais de 500 projetos culturais em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal, com recursos incentivados e próprios.

Desses, 132 projetos foram selecionados por meio de duas “chamadas culturais” públicas, em 2020 e 2021, totalizando investimentos de R$ 50 milhões em recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura. De Minas Gerais, foram patrocinados 24 projetos, contemplados nos dois editais, totalizando cerca de R$ 8 milhões.

Batuque de Roda

Batuque de Roda, da comunidade quilombola do Barro Preto, em Santa Maria de Itabira, fundado em 2004 (Foto: Zezinho/Vale Notícias)

Por meio do edital Apoia, já foram contemplados museus e centros culturais, premiando artistas e grupos de cultura regional. Em 2021, 40 projetos de Minas Gerais receberam a premiação de R$ 10 mil cada, por meio do Memorial Minas Gerais Vale.

Foi o caso do grupo Batuque de Roda, da comunidade quilombola do Barro Preto, em Santa Maria de Itabira, que recebeu R$ 10 mil como forma de incentivo.

O grupo foi formado em 2004 com o objetivo de resgatar as antigas tradições de cantorias e folguedos. É marcado pelo rebolar dos quadris, com instrumentos de percussão acompanhados por batidas de pés, palmas e pelo estalar de dedos.

Além do resgate de uma manifestação cultural que estava esquecida, como as canções que os avós e pais cantavam enquanto trabalhavam nas lavouras e canaviais, o grupo também interpreta composições próprias.

Um dos destaques na comunidade é a compositora e cantora Tia Zita, que se apresentou em Itabira, em 9 de junho de 2018, juntamente com as Lavadeiras de Ipoema, no primeiro aniversário do coletivo Tô na Praça.

Confira a lista de projetos selecionados pela terceira chamada do Instituto Cultural Vale

  • 2º Musin – Festival Música na Infância
  • A cultura e o amanhã – caminhos do desenvolvimento
  • Armatrux 30 anos – Palcos e ruas
  • Becheret Modernista
  • Bento Batuca – circulação de apresentações
  • Bienal das Amazônias sobre as Águas
  • Brasil sem ponto final
  • Caminhos de São Saruê
  • Caravana das Artes
  • Choro na praça
  • Chove – no caminho
  • Cine in concert experience – 2ª edição
  • Concertos gratuitos da Orquestra Filarmônica de Alagoas
  • Container das Artes
  • Cordel do amor sem fim – ou a flor do chico: circulação por quatro estados brasileiros
  • Cultura & Cidadania Circula
  • Duo Fanfarrão uma proposta de musicalização
  • Festival Cinemarias: Mulheres Protagonistas – 2023/1
  • Festival Música na Estrada 9˚ ediçāo
  • Festival Tenda Literária
  • FestReC Pot – VI Festival Regional da Cultura Popular e Tradicional
  • Gabriel só quer ser ele mesmo
  • Hacklab Volante
  • Instituto Burle Marx – Projeto de Digitalização
  • MAP Cultural – Plano Anual 2023
  • Mostra de repertório Cia Druw
  • MUN – 1º Festival da Música Universal
  • Murucututu – Festival De Arte Para Infância
  • Nelson Ayres e Ricardo Herz – DUO (título provisório)
  • Orquestra vai à Praça – Concerto com a Big Band Carajazz Marabá Orquestra Popular
  • Orquestra Villa-Lobos de Porto Velho – Manutenção – plurianual
  • Pegadas do Pequeno Príncipe
  • Plano Anual 2022 de Atividades do Instituto Brasileiro de Música e Educação – Temporada de Concertos e Rede de Orquestras Juvenis
  • Preservação de acervo e exposição Eder Santos
  • Primeiro olhar: as aventuras de Matias
  • Projeto ArtBEM: arte e bem-estar social – Edição Antônio Dias/MG
  • Som das caieiras para os capixabas
  • Som das Tribos – 1ª Edição Sertão
  • Teatro de bonecos nas águas – circulação Kabana
  • VII Bienal Internacional de Dança do Ceará de par em par – Bienal Criança
  • Viva Música – Ano 7

 

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