Produção de minério em Itabira continua mesmo com as fortes chuvas, enquanto o escoamento de outras minas é paralisado
Foto: Carlos Cruz
Com as fortes chuvas, o escoamento da produção de minério pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) foi paralisado parcialmente nos sistemas Sudeste e Sul da mineradora Vale.
Com a paralisação do trecho ferroviário Rio Piracicaba-João Monlevade, ficou suspensa a produção do complexo Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, informa a assessoria de imprensa da mineradora. E também do complexo Mariana.
Mas mesmo com o trecho Desembargador Drumond-Nova Era tendo ficado parcialmente paralisado, isso não afetou a produção do complexo de Itabira.
As fortes chuvas também tiveram reflexos na produção do Sistema Sul. Isso devida à interdição de trechos das rodovias BR-040 e MG-030, o que impediu a circulação em segurança de empregados e terceirizados.
Para os próximos dias, o alerta da Defesa Civil estadual é de mais chuvas fortes em todo o Quadrilátero Ferrífero.
Para o mercado, a Vale tranquiliza informando que o sistema Norte segue operando “conforme o plano de produção”.
Esse plano “considera o impacto sazonal do período chuvoso em todas as operações. Portanto, a Vale reitera seu guidance de produção de 320-335 milhões de toneladas (Mt) para 2022.”
Barragens
Outra preocupação decorrente das fortes chuvas é com a segurança das barragens. No entanto, a empresa ressalta que não houve alteração do nível de emergência em nenhuma de suas estruturas em Minas Gerais
Assegura que o monitoramento é feito 24 horas por dia, em tempo real, por meio dos Centros de Monitoramento Geotécnicos.
E que todas as estruturas são “acompanhadas permanentemente por inspeções, manutenções, radares, estações robóticas, câmeras de vídeo e instrumentos, como piezômetros manuais e automáticos”.
Mas a preocupação para quem mora nas chamadas zonas de autossalvamento, e que o Comitê Popular dos Atingidos pela Mineração em Itabira e Região chama de “alto risco de mortes”, por não haver tempo de a população se salvar em caso de colapso de uma das estruturas existentes na cidade, é justificadamente imensa.
Todas essas estruturas precisam ser descomissionadas (desativadas, com as medidas ambientais e de segurança cabíveis), sejam elas alteadas à montante e ou à jusante, não importa. Isso porque nenhum método construtivo é considerado 100% seguro.
Daí que não deveria mais haver barragens acima de instalações produtivas, como prevê resolução da Agência Nacional de Mineração (ANM) – e muito à montante de bairros, com moradores residindo abaixo dessas estruturas, pelos riscos que representam.