Prefeitura já tem projetos para instalar estações de tratamento de água na Serra dos Alves e Chapada

Embora disponha de água cristalina proveniente de pequenas nascentes do rio Tanque, a comunidade rural e turística de Serra dos Alves, distrito de Senhora do Carmo, irá ganhar uma Estação de Tratamento de Água (ETA), informa o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae). As obras para a sua instalação devem ser iniciadas nos próximos dias.

Quando foi apresentada a proposta de uma ETA para Serra dos Alves, a comunidade mostrou-se reticente com a medida, principalmente pelo custo das tarifas que serão cobradas, em consequência do tratamento de uma água que se supõe pura, sem poluição.

Mesmo dispondo de água limpa, Saae entende que a água da Serra dos Alves é imprópria para consumo humano e precisa ser tratada (Fotos: Carlos Cruz)

Mas aos poucos os moradores entenderam a sua necessidade. É que, segundo a autarquia, a água servida na comunidade é imprópria para o consumo humano.

“A água não é tratada e o melhor é consumir água mineral”, recomenda o presidente do Saae, Leonardo Lopes, num excesso de cautela. “A necessidade de se ter uma ETA é uma questão de saúde”, considera.

A instalação da ETA será também uma forma de racionalizar o consumo de água no povoado, evitando-se o desperdício. Outro benefício é assegurar o fornecimento contínuo de água aos moradores e turistas, mesmo quando ocorre um maior fluxo de visitantes nos feriados prolongados.

Chapada 

Uma outra ETA será construída no bairro Chapada, onde a dificuldade no abastecimento é considerada crônica pela autarquia responsável pela captação, tratamento e distribuição de água no município.

Na localidade, afirma o dirigente do Saae, a oferta de água é insuficiente. Atualmente, o abastecimento é realizado por meio de poço artesiano, que não atende a demanda advinda do crescimento populacional.

Nas duas localidades onde serão instaladas as novas ETAs, a capacidade instalada será de 10 litros por segundo (l/s). Essa vazão é suficiente, segundo a autarquia, para atender a mais de 3 mil habitantes. “Em média, um litro de água por segundo atende a 350 pessoas”, informa Leonardo Lopes.

Rio Tanque

Na estiagem o rio Tanque fica limpo…

Com essa média de consumo, o que não se entende é a proposta de fazer a transposição de água do rio Tanque para reforçar o sistema de abastecimento na cidade de Itabira.

Ocorre que , com os reforços da estação do Rio de Peixe e com a ampliação da ETA Gatos, Itabira passa a contar com 500 l/s, que são suficientes para abastecer uma cidade de 175 mil habitantes. Segundo estimativa do IBGE (2017), a população de Itabira é de 119.285 habitantes.

O custo dessa transposição é avaliado em R$ 54 milhões. Esse recurso, de acordo com modelo apresentado pelo Saae em audiência pública (leia aqui e aqui), será captado por meio de uma parceria público-privada. E quem irá pagar a conta são os consumidores, que terão um aumento de cerca 25% nas tarifas cobradas pela autarquia

Saneamento 

No bairro Chapada será também implantado um sistema de tratamento de esgoto, o que irá demandar a instalação de 40 fossas sépticas. De acordo com o Saae, as residências que irão receber as fossas pagarão uma tarifa chamada de “esgoto estacionário”.

… mas torna-se barrento no período chuvoso, o que indica ausência de mata ciliar, com assoreamento de terra

Em Ipoema a autarquia avança com as obras de ampliação e modernização da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). Com isso, o distrito passará a contar com 100% de esgoto coletado e tratado ainda neste primeiro semestre de 2019.

Além dessas medidas de saneamento, é preciso que a Prefeitura retorne com o projeto Preservar para não secar, extinto pela atual administração, ou com outro programa semelhante de recuperação de matas ciliares e nascentes nas cabeceiras do rio Tanque.

Essas nascentes , em sua maioria, ainda estão despoluídas. Entretanto, ao longo de seus percursos os leitos dos córregos e do rio vão sendo assoreados pelo carreamento de solo, proveniente de erosões nas margens – e também da movimentação de terra por máquinas utilizadas na manutenção de estradas vicinais.

Em consequência, o rio Tanque sai poluído do território itabirano, com graves prejuízos para o meio ambiente e moradores à jusante.

Uma medida importante – e urgente – é dar manutenção às fossas sépticas já instaladas na zona rural. Outra é ampliar os sistemas de tratamento de esgoto, medida que a Prefeitura já vem realizando, mas que precisa ser intensificada, com instalação de fossas sépticas em todas propriedades rurais.

O distrito de Senhora do Carmo também precisa contar, urgentemente, como uma ETE. Na localidade, o esgoto ainda é lançado no rio Tanque sem tratamento. O Saae informa que já tem projeto para instalar uma ETE no distrito – e que está para ser licitado.

 

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1 Comentário

  1. Isso tudo já era para estar pronto há muito tempo e falta de verbas para instalação das ETE não deve ser usada como mera desculpa.
    Inoperância eterna dos nossos administradores municipais, desta e das anteriores.

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