Pitacos da rodada esportiva

Luiz Linhares*

Com competência, Cruzeiro é bicampeão consecutivo da Copa Brasil                             

Um ano totalmente salvo. Esse é sem dúvida o sentimento que tanto a diretoria de futebol do Cruzeiro e sua torcida têm após a conquista, pela sexta vez e a segunda de forma consecutiva, da Copa do Brasil. Vale muito pela expressão da mesma e muito mais pelo significativo valor financeiro oriundo de tal.

A conquista foi mais uma vez a consagração do treinador Mano Menezes que mostrou o completo domínio do grupo e um estrategista supereficiente neste tipo de competição. Estratégias bem-feitas como a de retornar Arrascaeta do outro lado do mundo em 24 horas – e ser dele o gol do título. Méritos com competência, foi assim o Cruzeiro em São Paulo, não deu chances ao improvável, se impôs e por qualidade faturou mais esta.

Passada a festa, comemorações e a entrega das faixas se fizeram antes da partida contra a Chapecoense. E tudo isso ocorreu na casa do rival, na arena Independência, uma vez que no Mineirão ocorreria show de rock.

Com os seus titulares em campo, venceu com folga a Chapecoense, fazendo três belos gols. E assim o time celeste retorna o caminho de vitórias no Brasileirão, com disposição para ganhar daqui pra frente posições – e que valem o status de um clube grandioso. E que trarão mais grana ao final para abarrotar os seus cofres.

Atlético perde na estreia de novo técnico e terá de se reinventar

A queda de produção das últimas rodadas fez com que a diretoria do Atlético tomasse uma atitude drástica ao longo da semana. Demitiu Tiago Larghi e trouxe novamente um salvador em Minas.

Levir Culpi retorna ao clube com seu trejeito de durão. E pelo que já fez nos dois clubes, não há dúvida de que se trata de um grande treinador.

Sabe-se também que chegar em fim de temporada, sem conhecer bem quem no clube se encontra, torna o ritual bem diferente do normal. Tem que buscar, como num passe de mágicas, mudanças aqui e ali – e assim extrair dividendos de imediato para salvar o que se vê deteriorando.

Na estreia no Rio de Janeiro o que se viu foi um time novamente apático, sem criação e sem força ofensiva. Perdeu pênalti e o jogo para um Fluminense também bem fragilizado.

Foi o começo do caminho para o novo técnico. E acho que conversar muito e extrair algo que ainda não foi assimilado é o caminho, simplificando, para tentar daqui para a frente o melhor até o fim desta batalha.

Valério é derrotado quando não podia. Como dói se virar mais uma fotografia na parede

Mais um ano e uma nova frustração. Cheguei a realmente acreditar que dessa vez seria diferente. Acreditei, como muitos torcedores itabiranos, que deixar a terceira divisão do futebol profissional de Minas Gerais seria uma realidade neste momento.

Tudo levava a crer que sim! Os comandantes tinham história e foram vencedores como atletas. Eles têm no currículo títulos que significam o melhor do futebol em nosso país.

Time do Valério foi valente na competição, mas perde quando não podia

Vivenciei um pouco da luta, das dificuldades e da própria montagem do plantel. Veio a disputa e os resultados traduziram muito aquém do esperado. Vitórias convincentes e atuações bem entusiastas. Ninguém conseguia bater o nosso dragão.

Como tudo tem a primeira vez, quis o Nosso Senhor que acontecesse a primeira quando não poderia, na hora do brilho. Na hora da verdade, do tiro final, falhamos. Perdemos e com a derrota se foi a esperança, o sonho.

Mas o momento ainda é de acreditar que dias melhores virão. A competição deixou isso claro. Mesmo com poucos recursos advindos de parcos patrocínios foi possível montar um time competitivo.

Uma derrota, uma eliminação não é apenas um capítulo. A história do Valério neste ano pode ser contada em dias, uma dificuldade atrás de outra, com estrutura inferior ao mínimo exigido.

O que se viu foi um time sem casa, sem amparo, sem uma real representação. Não dá para se ter este ou aquele. Precisa-se de equipe, de gestores, de pessoas que formem uma comissão, equipe na regra geral.

Ninguém ganha nada sozinho e ninguém é nada sem o outro. Falhamos no início, no meio e no fim, mesmo que os resultados e a boa campanha nos elevou a imaginação. E ao desejo de ascensão.

Foi triste, doido e verdadeiro, mesmo com tantos guerreiros, batalhadores. Mas como em nossa cidade, muito pouco somos, não era para ser assim. Mas acho quase impossível mudar essa sina. Espero que alguém ou alguns possam me fazer mudar de opinião.

Por fim, fico triste e decepcionado por não poder fazer nada> Por ser insignificante no ato de ajudar a deixar esse nosso Dragão cuspindo fogo.

Já não tenho muita esperança. Infelizmente acho que estamos bem próximos do fim da linha.

Sou Itabirano e esse tal de Carlos Drumond de Andrade deixa uma coisa para mim quase certa: o meu o nosso Valério está se tornando um retrato também em minha parede.

 

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