Pitacos da rodada esportiva

Luiz Linhares* 

Juiz se complica na arbitragem, mas faltou também ao Cruzeiro tranquilidade para reverter o placar

Ainda repercute a eliminação do Cruzeiro na Taça Libertadores das Américas para o argentino Boca Juniors. Entendo ser bem inteligente se analisar fatos sem o estigma da paixão.

Considero ter várias posições e situações que ganham notoriedade no fato, a começar pela arbitragem, se considerar o resultado alcançado dentro de campo. E, em boa escala também, o desempenho apresentado ao longo dos cento e oitenta minutos.

Tudo, é verdade, começou em Buenos Aires. E no erro do arbitro em analisar um lance faltoso ou mesmo um lance de imprudência demasiada em um fato para expulsão do zagueiro cruzeirense de forma abusiva e descabida.

No momento o time já tinha a desvantagem de um gol, e a recomposição do elenco se faz tardia pelo treinador. É nesse instante que se toma o segundo gol. Simplificando: erro de arbitragem com expulsão equivocada, demora de recomposição de um novo zaqueiro e com consequência levando o segundo gol.

Com pensamento para a segunda partida, a Confederação Sul Americana reconhece o erro do árbitro e cancela a expulsão do zagueiro. Com o Mineirão lotado para o embate final, obrigação de vencer por no mínimo dois gols de diferença, o que se viu foi um jogo truncado.

E, novamente, com arbitragem complicada, com erros em especial de demora na tomada de decisão e mesmo indefinição em lances capitais juntando-se a um tempo inicial do Cruzeiro sem a mínima criatividade. Passa-se o tempo com um time pilhado, nervoso, ansioso e por demais preocupado com o gol que demorava a acontecer.

O time celeste consegue o gol primeiro, mas se esbarra na própria ansiedade. E, mais uma vez, tem o seu zagueiro expulso de forma ingênua. Com um a menos, se manda pra cima do adversário, cedendo espaço e campo onde o adversário se aproveita e empata.

Enfim, o Cruzeiro perdeu para si próprio e para a arbitragem. Não concordo apenas em jogar para a arbitragem toda a culpa. Claro que teve uma boa parcela, mas faltou ao time celeste uma melhor qualidade para poder fazer a diferença.

Agora chega a final da Copa do Brasil, com o primeiro duelo nesta semana dentro de casa, onde não tem conseguido vencer. Agora é a hora da verdade. O Cruzeiro tem feito bom papel no jogo primeiro, espero que mude a historia dentro de casa. Que vença e convença. Time por time, considero o Cruzeiro bem melhor. Mas como se sabe, decisão muda conceitos – e aquele da eficiência é sempre o mais confiável.

Atlético perde em Chapecó e vê ameaçada a sua pretensão de retornar à Libertadores

A partida conta a Chapecoense foi tipo “casa de terrores”. O Atlético tinha que vencer, precisava vencer para se manter a projeção de continuar pensando em se colocar no bloco principal. Para isso, a vitória em Chapecó (SC) era para ser obrigação, principalmente por encontrar um adversário brigando contra a queda para a segunda divisão.

Repito, foi uma coisa de horrores. O que se viu em campo foi um Atlético novamente sem brilho, sem criação – e em vários momentos até sem motivação.

O time alvinegro não teve Cazares e nem Ricardo Oliveira, mas essas ausências não podem servir de desculpa. No mais esqueceu qualidade, talento, agressividade e vontade de vencer.

No final mais uma derrota e um monte de desculpas. Que se cuide o Atlético e seu treinador Tiago Larghi: se não reagir logo, algo pior ainda pode acontecer.

É hora de o Valério aparecer e brilhar com calma e inteligência

No próximo sábado, o Valério irá fazer a última partida da fase primeira. Missão inicial conquistada, classificação assegurada em segundo lugar. Joga com vantagem a partir do dia 17, no primeiro jogo da fase semifinal, provavelmente contra o Atletic em São João Del Rei.

Vai com a vantagem de poder fazer o segundo jogo em seus domínios, que espero seja em São Gonçalo pela qualidade de momento do gramado. Que se passe, conquiste o acesso e assim venha fazer a provável final jogando no Israel Pinheiro, em Itabira.

O momento é de se ter inteligência, de se buscar o melhor. Objetivo não é ser invicto ou sei lá o quê. É de subir, de chegar ao Modulo II. Hoje o nosso gramado é ruim, palavras de quem treina e vive seu dia a dia. O palco para um time que tem-se postado bem em gramado de qualidade hoje é a Arena São Gonçalo. Que se tenha bom senso, calma e inteligência. A hora é do time aparecer e brilhar.

*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM

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