Pitacos da rodada esportiva
Luiz Linhares*
Cruzeiro aspira voos longos nas copas e nos campeonatos que disputa neste ano
Na paixão do torcedor pior que seu time estar mal é o rival estar em alta. Em Minas Gerais é o caso do Cruzeiro, que atravessa uma fase vitoriosa, o ano em si tem sido assim. Campeão Mineiro, classificação com percalços mais positiva na fase de grupo da Libertadores e entrando bem na Copa do Brasil, fazendo vantagem no jogo de ida das oitavas de final e com total chance de passar as quartas após a Copa do Mundo.
No brasileiro vem Mano Menezes intercalando bem o grupo e conquistando vitórias. Não é fácil vencer três jogos na sequencia como o fez e com o favoritismo para o quarto jogo que vem, jogando dentro de casa. Prova de um grupo bem montado, a oscilação fica retraída quando se tem três, quatro ou cinco peças que fazem manter o padrão – e é isso que tem sido a diferença celeste. O time dispõe de jogadores no mesmo nível e que deixam a equipe sempre competitiva. Tem a defesa menos vazada e o ataque menos atuante, vantagem mínima é sempre vitória e não tomar goals significa não perder. É assim que vai trabalhando o Cruzeiro e os resultados agradam ao torcedor. Chegou ao segundo lugar e antes da parada tem Vasco em casa, Chapecoense e Paraná fora. São jogos que podem levar o time celeste à liderança do campeonato.
Quando tudo parece perdido, ainda há esperança de o Galo pensar grande no Brasileirão
Acompanhar o futebol brasileiro sem os olhos de torcedor muitas vezes nos faz ter pensamentos bem diferentes. O torcedor atleticano, de uma forma geral, tem andado desesperado com o desempenho da equipe, atribuindo a culpa geral ao seu comando, principalmente diretivo com o Sergio Sette Câmara e ao seu diretor de futebol Alexandre Gallo. Completou neste último sábado o terceiro jogo sem vitória, sendo duas derrotas e o empate diante da Chapecoense e dentro do Independência.
Não quero e nem devo esquecer os fracassos já passados, perda do título estadual, desclassificação precoce na Copa Sul Americana dentro de casa e utilizando um time praticamente reserva e também a Copa do Brasil para o modesto time de Chapecó. Falo do momento atual, a disputa do Brasileiro que é agora o grande e único sonho para o ano.
O Atlético caiu para a décima posição na tabela, sendo que chegou a três rodadas atrás a estar na terceira colocação. Mas o que entendo, e que pode tranquilizar e não fazer esse caldeirão ferver, é a diferença de apenas dois pontos que separam o Atlético em décimo do Cruzeiro que é o segundo. Acho muito cedo para se ter o desespero que se viu sábado no Independência após empate com a Chapecoense, sem contar que as fragilidades, a interinidade e outras fraquezas já eram do conhecimento de todos.
Entendo que não é tão difícil dar rumo ao Atlético, que tem mais três jogos antes da parada de um mês para a Copa do Mundo. E, aí sim, tem que definir a situação do comando em campo, efetivar ou não o treinador Tiago Larghi, e se assim o fizer impor cobranças também. E também, o mais importante, reforçar o elenco, capitanear reforços pontuais que possam entrar e modificar essa situação.
O torcedor atleticano nunca foi de ter muita paciência para aceitar o período de adaptação do jogador. E já cobra a partir da titularidade, assim sendo, um lateral direito, um meia pensante para articular o jogo, estilo Nenê que hoje está no São Paulo e um outro atacante que possa trabalhar pelas extremas do campo. Tenho a convicção que assim o Galo pode se estabilizar, crescer em rendimento e pensar grande para este brasileiro.
América volta a vencer em casa e soma pontos importante no Brasileirão
Comecei atentamente a acompanhar o desempenho do Atlético do Paraná contra o América no Independência. Queria entender mais claramente a movimentação do time armado pelo Fernando Diniz, que tem angariado muitos elogios pela arrumação tática. No primeiro tempo vi um bom toque de bola e uma variação de posicionamento, um time que gira e por não manter uma posição fixa, determina a base de suas ações. Para ser sincero nada que entusiasmasse, nada mais que um time bem posicionado.
No primeiro tempo conseguiu ter vantagem no domínio do jogo. Fez um gol de falta e na sequencia tomou o empate. No segundo tempo todo do América, fez a virada e poderia até ter goleado. Dentro de casa, o América volta a vencer e faz seu papel: somar pontos é o mais importante.
Canarinhos
O Neymar voltou e com ele o gol. Vencer a Croácia neste penúltimo amistoso antes da Copa do Mundo tem sua importância sim, força para o que vem pela frente. Acho que temos chance.
Estamos como a Alemanha, como a Argentina e sei lá quem mais na briga pelo título mundial. Aposto nos que têm camisa para chegar. E, lógico, o Brasil está no páreo.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da Rádio Itabira-AM