Pesquisadores da USP desenvolvem software para o manejo arbóreo urbano, com foco na prevenção de quedas de árvores
Foto: Divulgação/ Ascom/PMI
Cientistas da Universidade de São Paulo (USP) criaram um software inovador que promete revolucionar a poda de árvores em áreas urbanas, reduzindo o risco de quedas, especialmente durante eventos climáticos extremos.
A ferramenta utiliza tecnologia de ponta, como escaneamento a laser, para criar imagens tridimensionais detalhadas das árvores, informa reportagem da CNN Brasil.
Segundo a reportagem, essas imagens são processadas por um modelo computacional que analisa deformações e deflexões causadas pelo vento. Com base nesses dados, um algoritmo avançado identifica os pontos ideais para poda, garantindo o equilíbrio e a saúde das árvores.
Além disso, os pesquisadores planejam integrar informações sobre raízes e dados meteorológicos, como velocidade e direção dos ventos, para aprimorar ainda mais a precisão do software.
Benefícios e resultados iniciais
Testes conduzidos no campus da USP demonstraram que podas guiadas pelo software, limitadas a 20% da copa, preservam o equilíbrio estrutural das árvores. Por outro lado, cortes realizados sem o suporte da tecnologia evidenciaram aumento nos pontos de fraqueza, elevando significativamente o risco de queda.
Esse pode ter sido o caso da árvore que tombou no último fim de semana em um condomínio em Itabira, após ser submetida a uma poda executada por uma pessoa sem habilitação técnica adequada.
A inovação, além de ampliar a segurança em áreas urbanas, também contribui para fortalecer a resiliência das cidades diante das mudanças climáticas.
Ao promover a preservação segura das árvores, a tecnologia evita que sejam precipitadamente eliminadas por motosserras ou condenadas por profissionais sem qualificação para avaliar seu estado fitossanitário.
Essa situação é recorrente, tanto em cidades do interior quanto nas capitais. O corte raso é frequentemente adotado como uma solução prática e segura.
Com isso, busca-se evitar que fiscais de urbanismo e meio ambiente sejam responsabilizados, caso uma dessas árvores caia durante uma tempestade intensa com ventos fortes.
Na prática, trata-se, muitas vezes, de uma forma de ‘lavar as mãos’
Como prefeituras podem adquirir a tecnologia?
As prefeituras interessadas em implementar o software podem entrar em contato com os pesquisadores da USP.
A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) da Prefeitura de São Paulo, por exemplo, já está em diálogo com os cientistas para avaliar a aplicabilidade da ferramenta.
O projeto é financiado pelo Centro de Pesquisa e Inovação em Gases de Efeito (RCGI), com apoio da Fapesp e da Shell, o que pode facilitar parcerias e colaborações para sua adoção em outros municípios.