Parceria entre Prefeitura e Unifei dispõe de novo protocolo de intenções para incrementar o ainda incipiente projeto universitário de Itabira
Fotos: Filipe Augusto/ AscomPMI
O prefeito Marco Antônio Lage (PSB) e assessores reuniram, nessa terça-feira (21), com o novo reitor Marcel Fernando da Costa Parentoni, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), que, desde 2008, mantém campus avançado em Itabira, instalado no Distrito Industrial Maria Casemira Andrade Lage (1828-1929), uma das fundadoras da antiga Fábrica de Tecidos da Pedreira.
Como meio de dar sequência a essa parceria, um novo Protocolo de Intenções foi assinado pelo prefeito e a reitoria da Unifei “para potencializar (sic)” o desenvolvimento do campus local, por meio de ações de curto prazo, que inclui o avanço da construção dos três novos prédios que se arrasta há mais de quatro anos, além de projetos de pesquisas e inovações.
O novo protocolo foi anunciado como sendo um “realinhamento de expectativas”, visando ampliar o número de alunos na Unifei, o desenvolvimento físico do campus e o seu papel de fomento conforme está no projeto Itabira Sustentável.
Para a sua implementação, as partes prometem iniciar discussão em alto nível com o Ministério de Educação (MEC), o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), assim como também com o governo de Minas Gerais, que ainda não participa da parceria público-privada, para definir novas estratégias para o desenvolvimento do campus local.
Outro objetivo é definir como será a ocupação dos novos prédios em construção, “com ênfase na pós-graduação, pesquisa e inovação, tendo em vista as vocações econômicas da região do Médio Piracicaba, bem como no avanço da expansão das atividades de graduação”.
Devem ser revistos também o escopo, as metas e a gestão dos convênios já estabelecidos entre a Prefeitura de Itabira e a Unifei. Nisso inclui apresentar ao MCTI um projeto de instalação em Itabira de um Centro da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii).
Nesse caso, o foco é o desenvolvimento de processos de reaproveitamento de rejeitos da mineração e materiais avançados para produção de energia limpa, mitigação e reparação ambiental.
E, por fim, o protocolo inclui também um estudo de viabilidade para a criação de moradias estudantis no município de Itabira, bem como demais estratégias de atração e fixação estudantil. No lançamento do campus em 2008, a projeção era de que em dez anos dispor de 10 mil universitários matriculados, hoje são menos de 2 mil estudantes.
Nesse aspecto, cabe ressaltar que o campus da Unifei em Itabira é um dos poucos no país que não dispõe de alojamentos e restaurante universitários, o que o torna menos atrativo para aqueles que necessitam desse apoio, encontrado em outras universidades federais.
Visita às obras
Após a assinatura do novo protocolo de intenções, prefeito, reitor e assessores visitaram as obras dos prédios 4, 5 e 6 da Unifei, que estão em fase de acabamento. Só nesses novos prédios, a Prefeitura de Itabira já investiu cerca de R$ 70 milhões.
Para a sua conclusão, a expectativa é fazer uma repactuação dos valores do investimento da mineradora Vale, que ficaram defasados desde a assinatura de convênio para esse fim em 2019.
Estagnação
Com a implantação do campus avançado em 2008, conforme havia sido anunciado pelo ex-reitor Renato Aquino, a grande expectativa era – e ainda deve ser – de que a Unifei pudesse incrementar o projeto universitário na cidade, mas, sobretudo, impulsionar a diversificação econômica do município, por meio da instalação de um Parque Tecnológico, como incubador de novas indústrias de tecnologias avançadas.
Passados mais de 16 anos, o campus local dispõe de menos de 2 mil universitários matriculados, enquanto o parque tecnológico ainda não saiu do papel. A Unifei mantém em Itabira apenas cursos de engenharia (Ambiental, Computação, Controle e Automação, Materiais, Produção, Elétrica, Mecânica, Saúde e Segurança).
Não chega a ser, portanto, uma universidade, por não dispor de cursos acadêmicos em outras áreas como humanas e biológicas, além de ciências exatas. Em 2014, a reitoria solicitou ao Ministério da Educação a implantação de um curso de Medicina para o campus local, mas sem empenho suficiente para que se tornasse realidade.
Com isso, é exagero dizer que Itabira dispõe de um campus universitário da Unifei, embora a instituição disponha de uma variedade de cursos também de pós-graduação e programas acadêmicos de extensão, além de promover atividades de pesquisa.
Mas é muito pouco pelo que já foi investido pelo município como também pela mineradora Vale, por meio de uma parceria público-privada. E é demasiadamente pouco pela expectativa que se criou com a sua implantação em 2008.