Parabéns, Itabira, pelos seus 316 anos de história

Maura Silveira Gonçalves de Britto*

Em 1705, segundo o cônego Trindade, data a construção de uma Capela em devoção à Nossa Senhora do Rosário, onde se estabeleceu a povoação.

Saint-Hilaire faz referência ao ano de 1720, como marco de fundação do povoado.

A criação da Vila de Itabira do Mato Dentro data de 1833,  desmembrando-se esta da jurisdição de Caeté, e passando a ter Câmara Municipal, com todas as  suas atribuições.

As Câmaras, nos séculos XVIII e XIX, tinham funções que incluem o que é hoje os poderes Legislativo e Executivo (e algumas do Judiciário de 1° instância, na figura do Juiz de Paz).

O que significa que, ao tornar-se Vila, um povoado possui autonomia administrativa para gerir os interesses da sede do Termo e seus distritos.

1848 configura a elevação da Vila à categoria de Cidade, um título honorífico atribuído às Vilas que exerciam um papel importante na região. Mas, não modifica a estrutura administrativa que já havia sido definida na criação da Vila.

Para além de saber quantos anos Itabira tem, essa discussão é importante para que não se resuma a história da povoação às datas de instalação de sua estrutura administrativa.

Itabira existe desde as primeiras décadas do século XVIII, embora haja uma tendência (inocente?) a se confundir a história da “Cidade do ferro” com a da mineradora.

*Maura Silveira Gonçalves de Britto é doutoranda e mestre em História pela Universidade Federal de Ouro Preto, especialista em Cultura e Arte Barroca pela Universidade Federal de Ouro Preto. Técnica em Conservação e Restauração de Bens Móveis pela Fundação de Arte de Ouro Preto.

No destaque, Itabira no início da mineração em larga escala, com a serra do Esmeril ainda intacta (Foto: Miguel Bréscia)