Para CDA, quarenta anos depois
Armando Freitas Filho, poeta (Rio,1940-)
por Mànya Millen
Em 31 de outubro de 1977, o poeta Armando Freitas Filho decidiu que seu presente de aniversário para Carlos Drummond de Andrade iria além da tradicional carta que enviava ao querido amigo todos os anos, sem falta.
Além dela, já despachada pelo correio dias antes, Armando também escreveu, no dia do aniversário do poeta mineiro, um breve poema.
Este, entretanto, jamais foi enviado, permanecendo inédito por exatos quarenta anos, até ser redescoberto pelo poeta carioca há poucos dias, durante o minucioso processo de organização de seus arquivos. (Instituto Moreira Sales, 31/10/2017)
Para CDA
Armando Freitas Filho
como uma árvore
tão alta
feita de verde que voa
e vento,
como uma árvore
crescendo
em direção do azul
com seus frutos, flores, goles
de sombra fresca
de sombra fresca
sob o chapéu do sol,
assim, seu poema,
mão de amor aberta,
como uma árvore.