Origens culturais de Itabira
Por José Antônio Sampaio*
O Brasil, em todos os seus setores de atividades, ficava à margem da instrução de seu povo, dado descaso que Portugal fazia de sua colônia.
Após a independência, José Bonifácio de Andrade e alguns ministros fizeram constar num de seus parágrafos, a obrigatoriedade do ensino em todas as cidades e vilas do Brasil.
Itabira, ainda que amedrontada pelo fato de o Brasil ser colônia, conseguiu do presidente do estado, José Teixeira de Vasconcelos, visconde de Caeté, a nomeação de seu primeiro professor primário, Tomás de Freitas Rangel, pai do padre José de Freitas Rangel, que muito contribuiu para a elevação de Itabira à categoria de vila.
A atuação do professor Tomás muito fez para que aqueles jovens ingressassem no Colégio do Caraça e no Seminário de Mariana. Não tardou que seus próprios alunos vindos do Caraça e de Mariana transmitissem, nos meios estudantis, novos conhecimentos. Daí surgiram novos elementos: João Batista Drummond, João de Moura, João Camilo de Oliveira, padre Manoel Pinto Ferreira, padre Félix de Amorim Costa e outros, verdadeiros guardiões da cultura cívico-religiosa de Itabira.
Em 1862, o jovem José Antônio da Silveira Drummond, com apenas 19 anos de idade, inaugurou o seu primeiro colégio em Itabira, obtendo ótimos resultados, vendo que alunos, facilmente ingressavam nas academias de ciências do Rio de Janeiro, São Paulo e Ouro Preto.
Em 1880, abriu-se um novo colégio em Itabira denominado Colégio Guarda-Mor Custódio. Frequentaram-no vultos notáveis como D. Prudêncio Gomes da Silva e outros.
Itabira continuava na sua luta para o aprimoramento cultural de seu povo. Ao ser fechado esse colégio, surgiram novos professores e Itabira continuava a receber lições artísticas e culturais do jovem Emílio Soares Horta de Gouveia Júnior, interprete de uma cia inglesa, em Itabira, professor de francês, latim e fundador da Banda Euterpe Itabirana.
Decorridos anos, surgiu o colégio fundado pelo professor Antonio Januário de Magalhães.
Havia também um externato cujo único professor era Emílio Pereira de Magalhães, Mestre Emílio, um dos primeiros diretores do Grupo Escolar Cel. José Batista.
Em 1918, foi criado o Colégio Alfredo Sampaio que, mais tarde, se transformou em Ginásio Sul Americano de Itabira, hoje Escola Estadual Mestre Zeca Amâncio.
Em 1923, foi inaugurado o Colégio Nossa Senhora das Dores, fundado por madre Maria de Jesus, uma das pioneiras da instrução em Itabira.