O susto e o medo permanente de quem divide parede-meia com o cordão Nova Vista, no Pontal: máquina no quintal

Casos especiais, como o de João Batista, podem ter negociações antes do início da remoção de moradores dos bairros Bela Vista e Nova Vista para construção de um grande muro no território por eles ocupados

Para o aposentado João Batista Carlos, que há cerca de três décadas vem tentando negociar a venda de seu imóvel para a Vale, não dá mais para esperar a definição da empresa quanto à localização do segundo muro tubular antes de ter início a descaracterização do dique do Minervino e cordão Nova Vista, no sistema Pontal.

Ele quer que a empresa compre a sua casa, a preço justo de mercado antes de sua desvalorização pela incômoda e assustadora vizinhança do cordão Nova Vista, que avançou em direção do seu imóvel, na rua João Júlio de Oliveira Jota, bairro Bela Vista. Leia mais aqui.

Foi o que ele cobrou com veemência na primeira reunião virtual com a Vale, nessa quarta-feira (2), depois de participar de outra reunião, também on line, com deputados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

“Não temos sossego há muitos anos, principalmente depois que a Vale construiu o cordão Nova Vista e desviou o córrego para mais próximo de nossa casa”, contou o morador à reportagem deste site.

“O nosso caso é uma situação especial. É um absurdo o que a Vale está fazendo com a gente, com máquinas pesadas transitando rente ao nosso muro. Não vivemos e nem dormimos tranquilos.  Acordamos com barulho de máquinas e com medo de rompimento do cordão, que está a menos de 30 metros de nossa casa”, desabafou à reportagem.

João Batista enfrenta, há 30 anos, máquinas pesadas que ameaçam colher frutos em seu quintal

Solução negociada

O gerente-executivo de Operações da Vale no Complexo de Itabira, Daniel Daher, admitiu que é possível antecipar as negociações de casos especiais, como é o de João Batista e de sua mulher Maria Terezinha Carlos.

Daniel Daher, gerente de Operações da Vale em Itabira

É que eles já sofrem fortes impactos dessa incômoda vizinhança, que deteriora a qualidade de vida, tira o sossego do casal e abala a saúde mental, conforme eles contam.

“Respondendo ao João Batista, me solidarizo e lamento que todos esses transtornos estejam acontecendo. Eu me comprometo a levar o seu caso à diretoria da Vale para resolver logo essa situação e deixar de causar esses incômodos”, disse o gerente de Operações do Complexo Minerador de Itabira.

Daher disse no “bate-papo” virtual com os moradores que a Vale aprendeu muito com as tragédias de Mariana e Brumadinho. “Vamos inaugurar um novo ciclo de relacionamento com Itabira”, prometeu, repetindo o que também disseram outros gerentes que o antecedeu.

 

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