O Brasil perde um grande filho português
Mauro Andrade Moura*
Alípio Cristiano de Freitas, homem de grande firmeza, frade português e revolucionário brasileiro, cuidou de cuidar dos camponeses no sertão nordestino, faleceu hoje aos 88 anos de idade.
Alípio nasceu em 1929, na região de Trás-os-Montes em Portugal, Ordenou-se padre em 1952 e desde logo procurou viver junto das comunidades, primeiramente junto dos camponeses pobres da Serra de Montesinho.
Veio para o Brasil a convite do arcebispo do Maranhão. Dando aulas na universidade, ainda encontrou tempo para fundar a paróquia onde foi viver e compartilhar seus conhecimentos junto aos camponeses e com os muitos desvalidos que lá viviam.
No Maranhão, Alípio de Freitas empenhou-se em organizar a criação de uma escola e de um posto médico. A partir daí, participou da política acabando por apoiar a candidatura de Miguel Arraes ao governo de Pernambuco em uma grande coligação comunista, trabalhista e social-democrata.
Apesar das primeiras prisões, naturalizou-se brasileiro. Com Francisco Julião foi cofundador das Ligas Camponesas.
Não bastasse todo o sofrimento, Alípio de Freitas ainda foi preso, torturado e condenado pelos milicos nos anos de chumbo de 70, preso pordez anos em Santa Cruz Fortaleza, no Rio de Janeiro.
Tive a honra de uma dia apertar a mão desse nosso herói do cotidiano.
*Mauro Moura, memorialista itabirano e lusófilo.
Tenho a honra em dizer que um dia pude apertar a mão deste nosso herói do cotidiano.
Viva Alípio!