Mucida tem candidatura à reeleição homologada pelo PSB que apoia a dobradinha Lula/Kalil, mas deputado fica em cima do muro. Vetão é federal

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Divulgação

Candidato por Itabira e região pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), o deputado estadual Bernardo Mucida é agora candidato oficial à reeleição, tendo o seu nome homologado em convenção estadual, no domingo (31).

Na mesma convenção foi também homologada a candidatura do presidente da Câmara Municipal de Itabira, vereador Weverton “Vetão” Andrade, para deputado federal.

O diretório estadual do PSB homologou, assim como já fez nacionalmente, o apoio às candidaturas de Lula (PT) para presidente e do ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) ao governo de Minas Gerais.

Na convenção, segundo reportagem do jornal O Tempo, deputados da bancada estadual do PSB, Bernardo Mucida, Neilando Pimenta e Gustavo Mirre, descontentes com o apoio a Kalil, deixaram o recinto antes de o ex-prefeito chegar para participar do evento partidário.

Dos três, segundo a mesma reportagem, apenas Mucida teria levantado a mão aprovando a coligação majoritária para o governo de Minas, gesto que não foi repetido pelos outros dois deputados.

Mas Bernardo Mucida, assim como fizeram os outros deputados socialistas, não ficou para ouvir o discurso do candidato ao governo de Minas Gerais apoiado agora oficialmente pelo seu partido – e que é o principal oponente da candidatura à reeleição do governador Romeu Zema (Novo).

Procurado pela reportagem para saber se vai apoiar as candidaturas majoritárias de Lula e Kalil, Bernardo Mucida saiu pela tangente, sem deixar claro se seguirá a decisão do diretório estadual do PSB ou se abrirá dissidência.

“Vivemos em um sistema democrático, quando cada cidadão pode decidir o seu voto. Por isso respeito a decisão do PSB no apoio aos candidatos ao executivo estadual e federal”, disse ele, em resposta à reportagem, sem deixar claro se irá apoiar Lula e Kalil.

Mucida deve mesmo permanecer no apoio ao governador. “Tenho uma boa relação com Romeu Zema, que possibilitou que Itabira recebesse, por dois anos seguidos, o maior investimento do Estado na história do município”, afirmou.

Segundo ele, “foram quase R$ 27 milhões em investimentos na educação, saúde, segurança e infraestrutura, com destaque aos R$15 milhões para a construção do Centro de Empreendedorismo (CEU) na Unifei – Itabira”.

“Em apenas um ano e meio de mandato como deputado estadual, conquistamos mais de R$ 61 milhões em melhorias para 65 municípios, uma parceria com o governo de Minas. Acredito que o governador fez um bom trabalho e merece continuar”, endossou a candidatura à reeleição, assim como apoiou Romeu Zema durante o seu mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.

Lula e Silveira

Não ficou claro também em sua resposta se o parlamentar irá apoiar a candidatura de Lula à presidência. Mas Mucida fez questão de deixar claro que vai apoiar o senador Alexandre Silveira (PSD), que no domingo recebeu o apoio formal do PSB à sua candidatura à reeleição. Silveira é também apoiado pelo PT.

“Ele (Alexandre Silveira) está sendo um grande parceiro em dois projetos fundamentais para a saúde da nossa região: a construção do Centro de Hemodiálise em Barão de Cocais e a ampliação de leitos de UTI e enfermaria no Hospital Nossa Senhora das Dores, em Itabira”, justificou o parlamentar. “Meu propósito é seguir trabalhando para trazer melhorias para Itabira e toda região.”

Mesmo sem apoiar Kalil e Lula, Mucida terá dificuldade para subir no palanque de Romeu Zema no apoio à sua reeleição, sob pena de caracterizar infidelidade partidária. O mais provável é que faça campanha para o governador, mas sem oficializar o seu apoio. Mucida é vice-presidente do diretório estadual do PSB.

Sendo assim, está claro que ele não deve subir no palanque da dobradinha Lula/Kalil, homologada pelo seu partido. Com isso, Mucida deve fazer campanha solitária, como fez na eleição passada para deputado estadual, quando ficou na primeira suplência. Ele só assumiu a cadeira no legislativo mineiro com a vitória da ex-deputada Marília Campos (PT), eleita prefeita de Contagem.

Vetão

O vereador Vetão teve também a sua candidatura a deputado federal homologada pelo PSB na convenção de domingo

Procurado pela reportagem para saber se apoiará a dobradinha Lula/Kalil, o presidente da Câmara, Weverton “Vetão” Andrade (PSB) não retornou à ligação até o fechamento da reportagem.

Vetão é candidato a deputado federal e conta com apoio do prefeito Marco Antônio Lage, de quem é correligionário.

Banana

Banana é candidato a deputado estadual e já teve o seu nome homologado pelo PT

O ex-vereador Alexandre “Banana” Martins da Costa também teve o seu nome homologado em convenção do Partido dos Trabalhadores (PT).

Por ser o nome mais conhecido de seu partido em Itabira, ele espera surfar na onda lulista na cidade e na região. Banana é candidato a deputado estadual.

Outros candidatos

João Izael Querino Coelho já lançou a sua candidatura a deputado estadual pelo PMN e deve ter o seu nome homologado nos próximos dias. Ex-prefeito de Itabira por dois mandatos (2005-2012), ele foi o único reeleito.

João Izael é ainda pré-candidato a deputado estadual e deve ter o seu nome homologado nos próximos dias pelo PNM . Ele apoia Romeu Zema

Para angariar os votos dos itabiranos, João Izael tem a apresentar as articulações feitas durante o seu governo para instalar em Itabira o campus universitário da Universidade Federal de Itajubá (Unifei).

Já o vereador Neidson Freitas (MDB) sairá candidato a deputado federal e deve ter o seu nome também homologado nos próximos dias.

Freitas lidera a oposição na Câmara ao prefeito Marco Antônio Lage (PSB). Ele deve fazer campanha propondo representar Itabira e região na Câmara Federal, assumindo a cadeira que a cidade só ocupou com o ex-deputado Li Guerra, já falecido, na já longínqua legislatura de 1999 a 2002, pelo PDT.

Neidson Freitas tem apoio do ex-prefeito Ronaldo Magalhães (PTB), de quem foi líder na Câmara Municipal de Itabira.

Neidson Freitas é ainda pré-candidato a deputado federal pelo MDB e deve ter o seu nome homologado nos próximos dias

Bolsonaro está sem palanque em Minas Gerais

Outro que ainda está sem palanque em Minas Gerais é o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição e que vem amargando um segundo lugar nas pesquisas eleitorais dos principais institutos do país.

É que o governador Romeu Zema, fiel até aqui ao candidato de seu partido à presidência, Felipe D’Ávila, pelo Novo, tem resistido às investidas do presidente, que o ajudou a vencer a última eleição de forma avassaladora, mesmo sendo até então pouco conhecido no estado. Hoje ele lidera as pesquisas, seguido pelo ex-prefeito Alexandre Kalil.

Zema, oficialmente, só deve apoiar a reeleição de Bolsonaro em um eventual segundo turno. Enquanto, isso o governador, assim como Mucida, no primeiro turno ficará em cima do muro.

Por certo, Romeu Zema deve liberar os seus apoiadores para fazer campanha pela reeleição do presidente, seu padrinho político, “cristianizando” o candidato oficial de seu partido.

O termo “cristianizar” é empregado quando um partido abandona o seu candidato oficial para apoiar outro nome, como ocorreu com o ex-governador de Minas Gerais Cristiano Machado na eleição presidencial de 1950 pelo PSD, que o abandonou para apoiar a eleição de Getúlio Vargas (PTB).

 

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